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Pesquisa pretende melhorar fruto da pupunheira em Coari

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Oleosidade, cor vermelha, sabor da polpa e tamanho do fruto são apenas algumas das características exigidas por aqueles que consomem a pupunha. Entretanto, não é possível obtê-las apenas em uma palmeira, devido à diversidade de cores, tamanhos e teores de óleo dos frutos.
A ausência de uniformidade acaba prejudicando o pequeno produtor que realiza o plantio e o cultivo do fruto e, consequentemente, a comercialização. Mas uma pesquisa realizada pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas) pretende mudar esse cenário.
 Denominado “Melhoramento participativo usando marcador molecular para seleção de plantas de pupunha (matrizes) visando à produção de frutos no município de Coari”, o trabalho almeja promover o melhoramento genético da pupunha voltado para produção e comercialização. A pesquisa iniciou em 2007 e recebe apoio do PPP (Programa Primeiros Projetos), da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas).
 Segundo a pesquisadora responsável, Marcicleide Lima do Espírito Santo, como se trata de um projeto participativo, a primeira fase consistiu no levantamento socioeconômico com os produtores do município de Coari, para saber a visão do produtor sobre a questão, bem como o perfil e as necessidades. Ela disse que o principal problema constatado foi o escoamento da produção, pois faltam estradas e as existentes não atendem às necessidades.
 Os produtores, de acordo com a pesquisadora, também ajudaram no processo de pré-seleção, ao indicar quais palmeiras tinham os frutos com as características desejadas, por exemplo, frutos vermelhos e sem espinhos.  De posse das informações, a pesquisadora passou a selecionar produtores que iriam participar do projeto. Para isso, foram visitados 90 produtores, dos quais 20 foram selecionados. “A escolha foi baseada nos tipos de palmeiras e cultivo”, salientou.
 Durante a pesquisa de campo, feitas no período da produção (dezembro a fevereiro), foram visitados produtores do lago de Mamiar e Coari, da estrada Coari-Itapeva e Coari-Mamiar, além de idas ao Alto Solimões. Na ocasião, foi constatado que a estrada com maior número de produtores não está asfaltada, assim como os acessos aos ramais.
A pesquisadora afirmou que já foram selecionadas 52 plantas oriundas das áreas de plantio. “Agora estamos no processo de análise genética para determinar a existência ou não de diferenças genéticas (dentro do DNA) que possibilitem o cruzamento das plantas”.

Perfil da produção vai ser elaborado

O procedimento, segundo ela, exige marcadores moleculares, os quais estão sendo desenvolvidos. Ela enfatizou que, antes, as pesquisas sempre foram focadas no palmito. Não havia trabalhos de melhoramento genético.
 A doutora em biotecnologia pela Ufam explicou que o trabalho com os produtores é contínuo, pois envolve visitas, palestras e conversas informais. Por isso, em abril, ela retornará ao município para apresentar os resultados parciais e estabelecer metas para serem encaminhadas às autoridades locais. Um documento com o perfil da produção de pupunha na região será elaborado para ser entregue ao prefeito.
“Queremos mostrar o potencial desses produtores. São mais de 290. Eles são os principais fornecedores do fruto para Manaus. A questão é que a produção de pupunha não gera interesse, pois Coari é referência em gás e petróleo, mas é apenas uma pequena parcela da população que consegue emprego nessa indústria. Outros dependem da agricultura e da pecuária, que também precisam de investimentos”, lembrou. 
 A doutora Marcileide Lima do Espírito Santo explicou que com frutos uniformes é possível exigir melhores preços no mercado local e, dessa forma, aumentar o tempo de vida do produto. “Em Coari, por exemplo, nesse semestre, o valor do cacho saiu por R$ 0,50, devido a produção elevada”, destacou. Ela disse que muitos produtores deixaram de colher, uma vez que a falta de infraestrutura e o preço não compensavam.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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