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Perspectivas de melhor logística aérea com privatização do aeroporto

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Indicado na lista de terminais aeroportuários para concessão à iniciativa privada, o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, deve ganhar uma nova estrutura aeroportuária. Pensando nas futuras mudanças, o Jornal do Commercio entrevistou  alguns representantes do setor produtivo sobre as expectativas em torno do modelo ideal para o desenvolvimento logístico e econômico do Estado. A melhora na logística de movimentação de cargas realizadas pelo Teca (Terminal de Logística de Carga) do aeroporto Eduardo Gomes, é uma das principais necessidades citadas pelas fontes.

Na avaliação do gerente do CIN-AM (Centro Internacional de Negócios do Amazonas), Marcelo Lima, a iniciativa privada sempre têm mais estratégias para garantir maior eficiência substancial. Seja no intuito de dar maior prestação de serviço ou mais  velocidade no atendimento. O principal problema, na visão do gerente do CIN, está na lenta operação de mercadorias tanto importadas, como exportadas. “O ideal seria estudar uma melhor forma para agilizar os processos de cargas e descargas. Quanto menor tempo, menor os custos. Acredito que a agilidade no manuseio dentro dos terminais seria mais vantajoso e com um custo menor de armazenagem. Esperamos que com a concessão à iniciativa privada, a eficiência nos terminais de cargas, se torne melhor e maior”. 

A violação e desvio de cargas dentro dos terminais do aeroporto, tem sido objeto de várias denúncias, segundo o presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco, “Estamos passando por um momento bem complicado em relação à furtos de mercadorias que chegam nos terminais”. Périco conta que quando a mercadoria é disponibilizada, parte da carga foi desviada ou muitas vezes a caixa está vazia. “A privatização vai trazer foco no trabalho e a qualidade dos serviços tendem a melhorar. Esperamos que não só as empresas que atuam nos terminais e na questão dos passageiros, mas principalmente no trabalho operacional de cargas. Temos uma perspectiva clara de mudança, com melhor serviço, mais ágil, mais seguro, e mais competitivo”.

De acordo com a Infraero, ao longo de 2018, o complexo logístico da capital apresentou a maior volume de cargas movimentadas. O Teca (Terminal de Logística de Carga) do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, apresentou 28.3 mil toneladas. O segmento de importações contabilizou 26.335,8 t. No setor de exportação foi registrada 2.041,5 t. Em relação a movimentação de passageiros 2.760.626 passaram pelo terminal aeroportuário. 

O  diretor da Jabil do Brasil e membro do conselho superior do CIEAM, Celso Piacentini disse que a indústria precisa é do incremento da eficiência e da qualidade dos serviços, o que é o foco da privatização. “Não somos contrários à privatização, pois ela vai ajudar o governo ficar menor, mas, nesse setor, onde não há concorrência, ela apenas não resolve. Por outro lado,  se tratando de logística, o aeroporto não seria uma prioridade, há coisa bem pior nos outros modais (fluvial, rodoviário e rodo- fluvial) que demandam muito mais a nossa atenção. Não sou contrário à privatização bem feita, porque se for mal feita pode apresentar riscos. Se dependesse de mim teria outras prioridades em relação às ações para melhorar a logística da nossa região que é muito ruim, porém demandam alto investimento. A ligação por terra, com o asfaltamento da BR-319 e um porto mais eficiente, são cruciais para o desenvolvimento econômico da região”. Sobre a logística aeroportuária, ele diz que o aeroporto de Manaus é bom.

“No nosso aeroporto, temos equipamentos que em outros estados não têm. Mas claro, o ideal é que tenha investimentos novos que garantam melhorias e aumento da qualidade na prestação de serviços, principalmente, nos serviços de cargas, reduzindo custos para manter um mercado competitivo na cadeia logística de comércio exterior”, destacou.

Opinião

A coluna Follow-Up, na edição de quinta-feira, assinada pelo coordenador de logística da Fieam,  Augusto Rocha, com o título;  Manaus: aeroporto público ou privado, traz aspectos bem pertinentes em torno do tema. Um deles suscita se a privatização vai sanar os problemas enfrentados pelo setor aéreo. Além de destacar os fatores que seriam essenciais para o terminal aeroportuário do estado estar em níveis muito melhores.

“Infelizmente, ou felizmente, o transporte possui soluções sistêmicas, que são de solução mais complexas, não podemos afirmar que privatizando vá resolver tudo.  Conceder em si não resolve. A privatização em si, de fato, é um enorme risco para o desenvolvimento do Amazonas. É um perigo fazer isso com a iniciativa privada sem uma forte regulagem, sob o risco de simplesmente criar um novo cartório, muito mais danoso que o cartório da Infraero”, alertou. 

Barreto explica que o necessário é uma ação conjunta dos reguladores (ANAC, DAC, Ministério dos Transportes, Governo do Amazonas), da Infraero (ou de concessão privada após esta construção) e da iniciativa privada (empresas aéreas, hotéis, indústrias etc.). É urgente que exista um diálogo entre as instituições para transformar a realidade do uso do transporte aéreo na região. Há novos governos e uma enorme boa vontade. Fica a sugestão para novos pensamentos mudarem os comportamentos atávicos que nos mantêm na condição periférica do turismo internacional, mesmo tendo uma das mecas do mundo. Precisamos acertar as perguntas e parar de procurar respostas fáceis, enfrentando, verdadeiramente, os nossos problemas.

Por dentro
O terminal do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, será concedido em bloco junto com os aeroportos de Goiânia e Curitiba e fará parte da sexta rodada de concessões. O governo pretende concluir a concessão em meados de 2020. Conforme o secretário de aviação civil do governo, Ronei Glanzmann, são 20 aeroportos, dividido em três blocos liderados por Goiânia, Manaus e Curitiba.O governo pretende concluir em quatro anos as próximas rodadas de concessão privatizando todos os aeroportos sob o controle da Infraero.
 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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