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Perspectiva de alta de juros derruba parte dos negócios das financeiras

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Para as financeiras, todo o início de ano é motivo de comemoração, principalmente o mês de janeiro, que para muitos do setor é o que se pode chamar de ‘Natal’.
Anualmente, depois de gastar o décimo terceiro com as compras para o fim do ano, os consumidores iniciam os empréstimos para quitar as dívidas do primeiro mês, como IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e os ‘benditos’ materiais escolares, que, de acordo com pesquisa da Fecomércio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), custarão até R$ 200 reais para 21,2% dos consumidores.
No entanto, o que ninguém suspeitava é que, excepcionalmente em 2011, o governo tomaria medidas para restringir o crédito. Segundo a Fecomércio de São Paulo, com essas providências o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) recuou 2,6% em janeiro, na comparação com o mês anterior. Embora o consumo no comércio amazonense não tenha sofrido impacto em decorrência desta situação, a respeito das financeiras, a tendência no Estado é seguir pelo mesmo caminho paulista.
Na Autocred Financeira, segundo o gerente comercial, Alexsandro Alves Ribeiro, não houve alteração na taxa de juros, que hoje fica entre 2% a 3%. No entanto, o consumo diminuiu nesta época. “Eles ainda não estão seguros, mesmo com as taxas sido mantidas”, destacou.
Por incrível que pareça, em dezembro o movimento, que é conhecido por ser fraco em virtude do dinheiro a mais, foi bem superior às expectativas. “É provável que os consumidores tenham se resguardado por conta destas medidas para o novo ano”, analisou.
A empresa libera crédito para funcionários públicos, tanto estaduais, quanto federais e do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), sem consulta a SPC/Serasa.
Falando nisso, a consultoria Serasa Experian já havia projetado para os primeiros cinco meses de 2011, queda no ritmo de procura por crédito, tanto por parte das empresas, quanto dos consumidores. Entretanto, a previsão era crescer, mas em ritmo mais lento.
No caso da Autocred, Ribeiro comenta que a expectativa para janeiro é pelo menos se igualar a igual período de 2010, porque nem isso aconteceu ainda.
A gerente de vendas da Amacrédito financeira, Elizangela Babilônia, fala que o movimento também foi espantosamente maior em dezembro e caiu em janeiro, embora ainda haja um crescimento ante o mesmo mês do ano anterior. “Com o aumento do salário mínimo, deu para manter a elevação anual”, frisou.
Segundo Elizangela, a partir de amanhã as vendas devem voltar à normalidade, em virtude da virada da folha, na qual os bancos dão um desconto que garante a queda nos juros. As taxas que chegavam até 2%, podem ficar entre 1% a 1,25%. O economista e conselheiro titular do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Estado do Amazonas), Marcus Evangelista, afirma que não há tanta preocupação por parte do consumidor quanto a taxa de juros, mas se elas forem elevadas, a retração deve ser maior nos próximos meses.
Se depender da taxa básica de juros, Selic, a perspectiva se concretizará. Depois de dois reunidos, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) foi de elevar a taxa em 0,50 ponto percentual, saindo de 10,75% para 11,25% ao ano.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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