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Personal organizer tem mais espaço

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Vindo do inglês, ser Personal Organizer significa ser Organizador Personalizado, ou um Profissional da Organização. É alguém que domina técnicas para deixar um ambiente organizado de forma prática e eficiente, otimizando tempo e gastos desnecessários.
A profissão surgiu nos Estados Unidos há mais de 30 anos, no Brasil no entanto, as primeiras profissionais surgiram em 2010, quando havia poucas opções de cursos de qualificação na área.
Contudo, a profissão está começando a ser descoberta pela maioria da população, e com o avanço da divulgação nas redes sociais, vem crescendo de forma rápida e ganhando cada vez mais espaço. No Amazonas existem cerca de 20 profissionais especialistas em organização, e é um mercado em constante evolução.

Porém, de acordo com a Personal Organizer, Gizella Lima, que está no mercado há 4 anos, a divulgação boca a boca tem mais alcance do que qualquer outro método.

“Geralmente quando a cliente começa a ver a organização da casa, ela já conta pra família, para os amigos, mostra as fotos, convida todo mundo pra ver, com isso, as outras pessoas vão conhecendo meu trabalho e se interessando, quando vejo, saiu da casa de uma pessoa, já estou trabalhando pra irmã, amiga, tia, e com isso, nunca falta serviço”, contou.

Para a personal, a profissão tem tudo para ser uma das que mais irá crescer no Estado. Esbarra apenas no fato do Amazonas não possuir nenhum centro de profissionalização nesta área.
“Vivemos num tempo de muita correria, as pessoas trabalham, estudam, pegam os filhos na escola, fazem academia, e quando chegam em casa querem encontrar tudo no lugar. Quando não há organização a pessoa se perde, não consegue fazer as coisas em casa, e isso atrapalha a rotina de vida da família. Eu organizo vidas. Porque organizar não é só colocar as coisas no lugar, é mais que isso. É ritmo, hábito, cotidiano! É a rotina da casa”, disse Gizella.

Como funciona?
De acordo com Gizella, o trabalho de um personal organizer começa com uma visita técnica à casa da cliente. É nesse momento que ela vai avaliar o espaço a ser organizado, conhecer a dinâmica dos moradores da casa, estudar soluções, e analisar o tempo que levará para executar o projeto. Somente assim, poderá se chegar a um orçamento.

Em seguida, após o cliente contratar os serviços começa então a organização, a retirada de tudo aquilo que ele não usa, e separar por categorias. A personal precisa entender a rotina da família e de quem faz a manutenção do espaço para encontrar soluções definitivas para cada item.

Segundo Gizella, por mês é possível atender 2 clientes caso seja a organização completa da casa e mais pessoas caso sejam apenas alguns ambientes. A personal trabalha com mais 4 auxiliares, na empresa que criou, a Gizella Lima Organiza.

“Nem sempre precisamos da equipe inteira para desenvolver um trabalho, às vezes uma, duas, só em casos de mudança ou de trabalho com acumuladores precisamos de toda a equipe”.

A personal trabalha com os serviços de organização, mudanças e pós-luto. Existem outras profissionais também que trabalham com a parte de organização documental.

“Procuramos inovar e trazer um serviço que atenda pessoas enlutadas, para dar comodidade e ajudar essas pessoas a passar por esse momento. Porque sabemos o quanto é difícil perder um ente querido e ter ainda que organizar os pertences dessa pessoa. Então nós conversamos com a família e separamos o que fica de recordação, o que pode ser doado, o que vai para descarte”, explicou Gizella.

Mudança de hábito
Gizella é turismóloga, trabalhou com hotelaria e turismo durante 15 anos, quando aos 40 anos, com uma filha, engravidou de gêmeos, a novidade agradou a família, mas preocupou a profissional por ter criado a primeira filha de plantão em plantão dentro do hotel.

“Era assim, ficava no hotel em que eu trabalhava no meu plantão, depois ficava com meu marido no plantão dele, e assim criamos nossa filha, quando engravidei de gêmeos pensei, preciso mudar de ramo de trabalho, não vai dar pra continuar nessa vida, e foi o que eu fiz”, contou.

A personal organizer conta, que sempre gostou de organizar a casa, sempre gostou de tudo no lugar, e quando engravidou, procurando na internet descobriu que seu grande hobby era uma das profissões que mais estavam crescendo, e foi assim que migrou para a área de organização.

Acumuladores
De acordo com Gizella, o trabalho com pessoas acumuladoras é preciso ser realizado com o auxílio de um psicólogo, pois os objetos que estão no ambiente em que vive um acumulador, dão sentido a sua vida. “Mexer, tirar do lugar, descartar um objeto desse pode causar danos psicológicos a pessoa”.

A profissional fez um trabalho de 7 dias na casa de uma pessoa que acumulava objetos, na ocasião, foi necessária a participação de 5 pessoas da equipe.

“Era uma pessoa que havia sido levada ao hospital e precisávamos aproveitar o tempo que ela estava fora para realizar a organização. No hospital um psiquiatra acompanha a paciente fazendo um preparo, no entanto, ela saiu do hospital antes do tempo previsto, voltou pra casa, não gostou, reclamou de tudo. Porém, depois ela gostou da forma como tudo foi organizado, e até hoje mantém tudo como deixamos”.
Geralmente o personal organizer dá um prazo de 40 dias para retornar a casa e avaliar se a família se adaptou às mudanças que foram realizadas.

“Para minha alegria, todas as vezes que eu volto tudo está como deixei, as pessoas conseguem manter as roupas e objetos nas organizadoras e isso é bom, mostrar que atingimos nosso objetivo”, disse Gizella.

Público que cresce
Segundo Gizella, o público masculino e LGBT tem crescido muito. “Executivos, médicos, advogados, recém-separados, enfim, é um público que é muito discreto, mas que tem aumentado bastante a demanda de serviços”, pontuou.

Valorização
A personal organizer não é uma diarista, enquanto a diarista trabalha com a limpeza e manutenção do ambiente, a personal organizer é quem organiza o ambiente para otimizar o tempo da família. Por isso, o serviço é tão personalizado e valorizado.

“O organizador faz mais do que apenas guardar objetos em lugares visíveis, e fazer dobras personalizadas. O personal organizer é capaz de tirar toda ‘tralha’ emocional que o cliente carrega. É um trabalho muito sério, e precisa ser feito por um profissional certificado e capaz de cumprir com eficácia o conceito organizar e arrumar”, disse.

Profissionalização
Atualmente o Amazonas não possui nenhum centro de capacitação para personal organizer. Os cursos têm duração de cerca de uma semana e são realizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, entre outros.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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