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Perda generalizada de empregos

O emprego na indústria brasileira fechou o ano de 2013 com queda de 1,1%, repetindo tendência negativa de 2012, quando o nível de pessoal ocupado no setor ficou em -1,4%. A Pimes (Pesquisa de Emprego e Salário na Indústria) foi divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em nível nacional, as maiores perdas foram registradas por ramos que tradicionalmente geram mais postos de trabalho e, em sua maioria, são alvo de concorrência com importados, como calçados, vestuário, têxteis e máquinas e equipamentos.
Nesse contexto, São Paulo, maior parque fabril do país, foi um destaque negativo, com a retração de 0,9%, a segunda perda de maior impacto no índice do país, atrás apenas da região Nordeste.
São Paulo foi afetado pelas exportações reduzidas de importantes setores e a invasão de produtos importados, que atingiram o emprego de ramos como produtos de metal, têxtil e máquinas e equipamentos -segmentos que mais contribuíram para a redução do número de postos de trabalho na indústria paulista.
Segundo Fernando Abritta, economista do IBGE, o Estado, cuja indústria é a mais diversificada do país, sofreu com os mesmos fatores que impediram uma retomada firme da indústria em 2013 cujo crescimento de 1,2% nem sequer recuperou a perda de 2012 (2,5%). “Esse crescimento tem muita relação com a fraca base de comparação de 2013 e foi baseado em poucos setores, como bens de capital e veículos.”
Dentre as travas ao emprego e à produção, ele cita taxas de juros ainda em ascensão, a inflação acima do centro da meta do governo principalmente a alta de alimentos superior à média, o que limita “a renda disponível” das famílias para outros gastos-, o crédito em desaceleração e o ainda elevado endividamento. “Com tudo isso, a confiança dos empresários caiu, o que rebate no emprego.”
A inflação maior do grupo alimentação, por exemplo, foi sentida na indústria do Nordeste: o setor de alimentos foi o que mais demitiu proporcionalmente na região, a de mais baixo rendimento do país.
Um termômetro da confiança reduzida de empresários na indústria e do ritmo das linhas de produção é o indicador de horas pagas aos empregados, que caiu 1,3% em 2013. Ou seja, os trabalhadores dedicam menos horas à produção ou porque não há necessidade de horas extras diante de um cenário de fraca demanda e produção patinando ou diante de férias coletivas para ajustar estoques.
Segundo Abritta, muitos empresários lançaram mão de um período de descanso para seus empregados em dezembro para não acumular mais mercadorias. O crescimento do número de horas pagas é tido por analistas como o primeiro sinal de recuperação do emprego. Quando o indicador sobe por alguns meses, indica abertura de vagas, pois sempre há um limite para a contratação de horas extras e um custo elevado se esse expediente for usado em excesso.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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