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Pelo menos 30% do Polo Industrial de Manaus está parado

Divulgação

Pelo menos 30% das empresas do PIM está com suas linhas de produção totalmente paralisadas pela crise do Covid-19, enquanto outras 22% reduziram entre 25% e 50% o seu nível de atividades. Redução da demanda e cancelamento dos pedidos são os motivos alegados por 70% das indústrias que se encontram nessa situação. Os dados estão no segundo levantamento da Suframa sobre as medidas de combate ao Covid-19 e seus impactos econômicos na indústria incentivada de Manaus, divulgado nesta quinta (21).

Os números apresentam piora em relação aos da sondagem anterior – ocorrida na segunda quinzena de abril. Na ocasião, o percentual de paralisação total era de 28%, e a proporção de empresas que optaram por paralisar entre um quarto e metade das atividades era de 20%. Em contrapartida, a quantidade de empresas que suspenderam até um quarto de suas operações diminuiu de 15% para 12%. 

O número de companhias que paralisaram entre 50% e 75% de suas atividades, no entanto, se manteve na casa dos 16%. Um dado positivo vem do fato de que a fatia do PIM que optou por não interromper seus trabalhos passou de 20% para 21%, entre abril e maio – mas, 8% já cogitam reduzir o volume de trabalho ou parar completamente, diante das dificuldades.

Além do tombo na demanda e a suspensão das compras no varejo, o motivo mais citado pelas indústrias do PIM para justificar a paralisação total ou parcial das operações foi a proteção de seus recursos humanos (58%), escassez de capital de giro para pagamento de pessoal e/ou de fornecedores (16%), falta de insumos, componentes ou matérias-primas importadas (10%) e falta de insumos, componentes ou matérias-primas nacionais (2%).

A boa notícia é que 46% das companhias cogitam retomar a normalidade de suas atividades e já estabeleceram um plano de ação para isso. Uma parcela de 10% delas também está otimista, mas ainda não traçou seu caminho para a retomada. Dentre as empresas que ainda enfrentam algum tipo de alteração no seu ciclo de atividades, apenas uma manifestou a crença de que serão necessários mais de 90 dias para retomar a normalidade. 

Contágio e prevenção

Em torno de 32% das empresas participantes da mostra declararam não haver nenhum trabalhador diagnosticado com Covid-19 em seus quadros funcionais. Entre as empresas que já apresentam registros, a maior parte do contágio se deu na área operacional: 52% afirmaram ter entre um a dez funcionários nesse setor contaminados. Outras 20% disseram contar entre um e dez colaboradores da área administrativa nessa situação. Apenas 6% declararam possuir mais de 21 funcionários da área operacional com Covid, e 4% afirmaram o mesmo em relação à área administrativa. 

As principais medidas de combate à disseminação da pandemia nas dependências das indústrias incentivadas de Manaus incluem uso de álcool gel e outros utensílios de higienização e utilização de máscaras (98% em ambos os casos), espaçamento mínimo de 1,5 metro nos pontos de aglomeração e filas, suspensão de viagens (80%), obrigatoriedade de trabalho remoto para trabalhadores dos grupos de risco (76%) e medição de temperatura na entrada e saída da fábrica (74%), entre outras.

Isolamento e protocolos

Procurado pelo Jornal do Commercio, o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, reafirmou que o maior entrave à retomada das operações no PIM está nas medidas de isolamento social, que fecharam as portas do varejo em todo o país e levaram as fábricas a ficarem superestocadas de produtos sem possibilidade de saída. O dirigente reforça ainda que as fábricas estão fazendo o máximo para fazer o controle do Covid-19, evitando a entrada e a disseminação da doença em suas dependências.

Já o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, elogiou a iniciativa “de grande relevância” da Suframa, em levantar as principais situações e problemas enfrentados pelo PIM no período da pandemia. O dirigente é cauteloso ao falar do futuro, especialmente sobre as empresas que não pararam e que já estão pensando em reduzir ou interromper as operações, mas destaca a atuação positiva o setor durante a crise.    

“Depende do decreto do governo, após o final do mês. A situação atual das Indústrias ainda é uma incógnita, pois depende muito de quando vamos efetivamente encerrar esta pandemia do Covid-19. Quanto às empresas que estão operando, como é caso da Transire e Tutiplast, além de algumas outras poucas, todas estão obedecendo o protocolo de proteção aos seus colaboradores”, ressaltou.

Busca de soluções

Os dados da pesquisa foram coletados entre 12 e 17 de maio – em uma amostra das 50 maiores empresas do Polo em faturamento, investimentos e geração de empregos. No total das companhias ouvidas, 30% eram do polo eletroeletrônico, 22% do de duas rodas e 12% foram classificadas como de “prestação de serviços”. Na sequência, vieram os segmentos termoplástico, “outros” (os dois com 10%), bens de informática, químico, metalúrgico (os três com 4%), mecânico e “comércio” (ambos com 2%).   

A maior parte das indústrias ouvidas pela Suframa (30%) conta com até 100 funcionários atuando nas empresas, parcela menor do que a registrada em abril (36%). Em torno de 16% delas tem entre 100 e 300 colaboradores, 20% trabalham com contingente de 300 a 500 pessoas, 8% tem entre 500 e mil funcionários e 24% contabilizam mais de mil trabalhadores em seus quadros.  

No texto distribuído pela assessoria de imprensa da autarquia, o superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, disse que os levantamentos realizados pela Autarquia irão subsidiar análises e direcionamentos de políticas públicas voltadas para o fortalecimento do PIM e o desenvolvimento da região. “Estamos trabalhando diuturnamente e em contato constante com as empresas para ouvir as demandas e buscar as melhores soluções em prol do fortalecimento da nossa economia”, finalizou.

Fonte: Marco Dassori

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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