Manaus amanheceu, pelo quinto dia seguido, nesta quarta-feira (14), com a qualidade do ar muito ruim, em função das queimadas ilegais em várias regiões do Amazonas, de acordo com o o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (AppSelva), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que disponibiliza dados em tempo real sobre previsão, poluição do ar na Amazônia, restante do Brasil e de países da América do Sul.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a exposição à poluição do ar tem sido associada a uma variedade de efeitos na saúde, em sua maioria relacionados à doenças respiratórias e cardiovasculares. A exposição a diferentes poluentes do ar tem sido associada a uma ampla variedade de resultados, desde sintomas agudos até doença crônica e morte.
O App Selva também aponta dezenas de focos de queimadas no Sul do Amazonas e outras áreas da Região Norte do País. Segundo o governo do Amazonas, a fumaça que encobre Manaus é consequência dos incêndios florestais, sobretudo no sul do estado.
De acordo com o monitoramento da plataforma World Air Quality Index, Manaus chegou a figurar entre as cidades com a pior qualidade de ar do mundo.
Isso porque, desde o último dia 9, a fumaça invade diferentes pontos de Manaus, tornando a qualidade do ar “muito ruim”.
A Defesa Civil emitiu alerta explicando que o problema se intensificou após a combinação dos focos de queimada e a chegada de uma frente fria ao sul do estado. Desse modo, a frente fria empurrou a fumaça para a região metropolitana de Manaus, mas a situação estende por cidades da região chamada “arco do fogo”, famosa pelos altos índices de desmatamento e queimada.
Imagens da Nasa (Agência Espacial dos EUA) mostram a presença da nuvem de fumaça em regiões do Amazonas e do Pará. De acordo com a NASA, essa fumaça está “frequentemente associada a áreas de desmatamento recente”. Em julho, o Amazonas registrou o maior número de incêndios para o mês desde o início dos registros em 1998. Além disso, o Amazonas registrou um aumento significativo no número de focos de queimadas nos primeiros 11 dias de agosto de 2024.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve um aumento de 190% em relação ao mesmo período do ano passado.