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Pavimentação da BR-319 poderá dar impulso considerável

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Caso o governo federal cumpra sua promessa de concluir a pavimentação da BR-319, a nova rota fará cair, a menos da metade, o tempo de transporte entre as regiões fornecedoras de insumos industriais e os principais destinos dos bens acabados no Polo Industrial.  Ganhos substanciais para a competitividade dos produtos da Zona Franca de Manaus (ZFM).  

Desde março de 1976, quando foi inaugurada, a estrada continua inacabada, dos seus 885 quilômetros que ligam Manaus a Porto Velho (RO), apenas 407 quilômetros tem pavimentação, falta asfalto em cerca de 478 quilômetros, conhecido como Trecho do Meio, entre os quilômetros 177 a 655, extensão que o governo Bolsonaro vem prometendo iniciar a pavimentação ainda este ano.

“A BR–319 é de vital importância para a nossa Região. Amazonas e Roraima são os dois únicos estados completamente isolados do país por via terrestre. Infelizmente até a nossa logística fluvial é precária. Esse tema tem sido objeto de pautas e reuniões da classe política e Suframa, isso nos proporciona esperança. A pavimentação da estrada será benéfica do ponto de vista econômico. Uma carga que demora de 15 a 30 dias, com a rodovia pronta, diminuirá o tempo para sete dias, reduzindo o prazo e os custos”, explica o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo.

Azevedo acrescenta que o fato de o Amazonas não possuir rodovias que interliguem aos demais estados brasileiros compromete a malha de transporte, aumentando o custo dos serviços. “É muito mais barato qualquer produto eletrônico proveniente da Ásia desembarcado no Porto de Santos, na comparação com o mesmo item fabricado em Manaus. As nossas taxas portuárias são o dobro das taxas praticadas pelos portos do Sudeste. Não dispomos de rodovias nem de ferrovias de conexão com o resto do Brasil. Nosso modal hidroviário, por sua vez, não é balizado, nem o leito dos rios dragados. Não temos no trajeto logístico de transportes proteção policial para conter os piratas da cabotagem e, daí por diante, nos demais modais utilizados até a carga chegar ao seu destino”, destacou.

Segundo Nelson, a rodovia que liga Manaus a Porto Velho poderá ter também um impacto positivo no setor do turismo. “A pavimentação também irá alavancar o setor de turismo. Eu tenho conversado com pessoas de outros estados, que revelam o interesse em conhecer o Amazonas e essa rodovia é um fator preponderante para potencializar o Estado como uma potência turística”, afirmou.

Para o presidente em exercício da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Santos da Frota, a pavimentação da Rodovia é essencial para o desenvolvimento do Estado.

“Essa Rodovia vai ter uma importância muito grande no trajeto de mercadorias que abastecem Manaus e as mercadorias que saem do distrito, destinadas a outras unidades da federação. O que nós queremos é que o Governo Federal nos dê a garantia de que em um ano estaremos com a Rodovia pavimentada e a nossa economia melhor atendida, com grandes benefícios para economia da Zona Franca de Manaus, especificamente para o comércio e para a indústria do Polo Industrial de Manaus” relatou.

Frota salientou que a estrada foi criada há mais de 50 anos e a licença ambiental é o maior entrave para recuperação da rodovia. Embora em outras ocasiões tenha sido anunciada a pavimentação da BR-319, dessa vez os anúncios feitos pelo ministro Tarciso de Freitas é visto como esperança para o Amazonas.

“Já tivemos outro momento em que o Governo dizia que seria uma prioridade, só que entrava no aspecto da proteção ambiental, que acaba se tornado um engodo. Essa estrada foi aberta em 1969, quando ninguém estava preocupado com o meio ambiente. A alegação de que vai causar dano ambiental e agredir a natureza, não existe, porque se houver dano ambiental, já foi feito nos anos 70. O que precisamos é objetivar uma ação, sair dessas especulações que não tem nenhum sentido e efetivar o asfaltamento da estrada”, declarou.

Aderson destaca que a Rodovia possui 885 quilômetros e apenas dois trechos asfaltados, as extremidades na região de Manaus e Porto Velho. O trecho central de cerca de 500 quilômetros, o chamado Trecho do Meio, permanece em péssimas condições, intransitável em época de chuva.

“Precisamos urgentemente dessa rodovia. É uma promessa que vem se arrastando ao longo do tempo e que acabamos não conseguindo resolver toda essa necessidade básica. O único Estado que não tem rodovias e que não é servido por um sistema de rodovias eficientes e eficaz é o Amazonas. Então precisamos resolver já que é fundamental para a Economia do Estado”, reiterou.

Rodofluvial suficiente

O presidente do Centro de Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Perico, ressalta que a BR-319 é a única ligação rodoviária de Manaus ao resto do país.

“O Governo Federal não pode manter o Amazonas isolado dos demais Estados brasileiros. Não se trata de abrir uma estrada nova, mas pavimentar a estrada que já existe. É preciso devolver aos amazonenses o direito de se conectar com o país, direito que nos foi concedido no momento que a estrada foi aberta na década de 70”, destacou.

Mesmo com a pavimentação da BR-319, sem ponte, a travessia entre Manaus e o Careiro, situado a aproximadamente 25 km da capital, só pode ser feita por meio de balsas do Porto da Ceasa, localizado no Distrito Industrial.

“O mais adequado é a construção da ponte que ligará Manaus ao Careiro. Mas a travessia fluvial é um trecho pequeno e não será problema, podendo ser resolvido com o aumento do número de balsas. O Porto do Ceasa consegue atender a necessidade da população”, finalizou.

Este ano

O governo Federal continua garantindo sua promessa de concluir a pavimentação da BR-319. Dia 12 de fevereiro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, anunciou, após reunião em Brasília, na presença do senador Eduardo Braga (MDB) e do deputado federal Átila Lins (PP), que as obras de recuperação estrada serão iniciadas ainda este ano.

A confirmação do início das obras da BR-319 e do porto de Lábrea foi feita um ano após o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), participar, em Manaus, da 1ª Reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS), ocasião em que anunciou que o licenciamento ambiental seria feito naquele ano e a obra começaria em 2020.

Expectativas

Em Careiro Castanho, empresários comemoram e veem cada vez mais próximo a pavimentação dessa estrada que há muitos anos é o sonho dos amazonenses. O comerciante Antônio Graça, que acompanhou em 1967 o início das obras na BR-319, não esconde a emoção em saber que em breve a obra será executada.

“Em 1967, vi o primeiro trator desembarcar e abrir a floresta Amazônica, partindo de Rondônia até a nossa capital Manaus. Agora nossa esperança reacende e como o governador atual foi militar, ele sabe a importância que tem essa Rodovia construída na época do Regime Militar. Nossas esperanças se renovam de que no menor espaço de tempo a BR-319 seja asfaltada, trazendo novamente o progresso para o nosso Estado”, relembrou.

Principais benefícios 

– Avanço econômico 

– Redução dos custos de transporte de cargas;

– Menor custo de vida para a população;

– Melhor transporte de cargas e locomoção de pessoas entre as regiões;

– Integração de Manaus com o resto do país;

#colaborou Severino Neto

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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