O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem realmente carta branca para tomar qualquer medida e grandes iniciativas do governo Jair Bolsonaro (PL). E não é à toa que o chamam de superministro, sendo considerada, hoje, a principal ameaça contra a sobrevivência da ZFM (Zona Franca de Manaus).
E esse tráfico de influência é visto até na comunidade econômica internacional. Ontem, Paulo Guedes, reafirmou, ontem, o seu compromisso com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Em reunião com o secretário-geral da entidade, Mathias Cormann, em Paris, Guedes mencionou os esforços do governo para avançar no processo de adesão do País ao grupo, que reúne as economias mais industrializadas do planeta.
Segundo o Ministério da Economia, Guedes destacou que a acessão do Brasil à OCDE contribuirá de forma positiva ao processo de modernização econômica e regulatória em curso no Brasil. O ministro apontou o trabalho realizado pelo Ministério da Economia nas áreas tributária, financeira e de investimentos.
Em janeiro, a OCDE formalizou o convite para que o Brasil faça parte da organização. Segundo o Ministério da Economia, o Brasil está em estágio avançado de convergência com a OCDE, tendo aderido a 104 dos 251 instrumentos normativos do organismo internacional, atualmente.
De acordo com a Secretaria de Assuntos Internacionais da pasta, o processo de adesão está mais acelerado que o de outros países convidados a integrar o grupo ou que atuam como parceiros-chave, como Argentina (51 instrumentos), Romênia (53), Peru (45), Bulgária (32) e Croácia (28).
Há duas semanas, o governo anunciou a redução gradual do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre o câmbio, medida exigida dos países que querem integrar a OCDE. O tributo será diminuído em etapas, até ser zerado em 2028 para todas as operações cambiais.
Também em Paris, Guedes reuniu-se com o secretário-geral da CIC (Câmara Internacional do Comércio), John Denton. No encontro, o ministro mencionou a tramitação da agenda de reformas regulatórias e comerciais que pretendem diminuir a burocracia e estimular o comércio exterior. Ele também destacou a entrada de investimentos externos decorrente do programa de concessões. Segundo Paulo Guedes, nos últimos três anos, o País contratou R$ 1,1 trilhão em investimentos privados para as próximas décadas.
De acordo com o Ministério da Economia, Guedes informou que o Brasil continua comprometido com o desenvolvimento sustentável e mantém o interesse em concluir e assinar o Acordo de Comércio Mercosul-União Europeia.
Nota abre Perfil
Maioria dos prefeitos fecha com Wilson Lima
O arco de alianças se fecha para a reeleição de Wilson Lima (União Brasil). Pelo menos 49 prefeitos de municípios do interior já fecharam praticamente com a candidatura do governador nas próximas eleições. Esse apoio representa um grande diferencial em relação aos seus virtuais adversários na corrida pelo Palácio do Governo, principalmente liderados por Amazonino Mendes, seguido de Eduardo Braga, Ricardo Nicolau e Carol Braz. Com a máquina estatal nas mãos, Lima tem tudo para deslanchar e continuar comandando o Estado por mais quatro anos. Ao contrário de especulações, o governador lidera as intenções de voto, diferentemente de pesquisas que apontam Amazonino na linha de frente, segundo fontes consultadas.
A gestão de Wilson Lima agrada à maior parte das prefeituras no interior. Prefeitos enaltecem a sua dedicação e o empenho nas medidas de combate à pandemia. O Estado sempre esteve presente na fase mais aguda da crise sanitária, destinando recursos financeiros e apoio logístico às cidades ribeirinhas, algo que construiu uma trajetória positiva nas ações políticas do atual governador. Ainda é muito cedo para apontar um virtual vencedor na próxima corrida eleitoral, mas tudo conspira para reeleger Wilson Lima. Mas só as urnas deverão consolidar ou não essas possibilidades.
Juntos
O apoio à reeleição de Wilson Lima tem um álibi de peso na consecução desse novo projeto – a ajuda do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). Desde 2021, os dois gestores têm selado parcerias para grandes empreendimentos na infraestrutura urbana da capital, que já respondem por investimentos de mais de R$ 580 milhões. Ontem, ao cumprir mais um compromisso na zona rural do município, Lima foi enfático. “Estamos juntos, prefeito”. Ele tem um coringa nas mãos nesse jogo eleitoral.
Esvaziamento
Ontem, o esvaziamento da pauta durante a sessão plenária causou muito desconforto na Câmara, motivando vários questionamentos da nanica oposição. A Mesa Diretora justificou o dia atípico. É que houve uma paralisação para a reorganização de projetos. O excesso de matérias tem tumultuado os trabalhos. O vereador Rodrigo Guedes (PSC) reclamou. E muito. Disse que tem pelo menos 13 propostas para serem analisadas. Possivelmente, uma manobra nos bastidores para travar ações contra o município.
Gastos
Os gastos da Câmara também vêm sendo alvos de muitas críticas. O legislativo destinou pelo menos R$ 640 mil a cada um dos atuais 41 vereadores para comprar equipamentos tecnológicos e outras ferramentas, que serão usados na divulgação de suas ações, um custo aviltante, segundo a oposição. Recentemente, o vereador Amom Mandel (sem partido) criticou a presidência da Casa pela aquisição de novos móveis que custaram R$ 800 mil. Uma farra com as verbas públicas.
Ofensas
Mulheres se sentiram ofendidas após uma postagem de Eduardo Braga nas redes sociais. O senador se referiu ao caso envolvendo um morador de rua que teve relação sexual com Sandra Mara Fernandes, que sofre de transtorno afetivo bipolar. O senador postou uma foto com as palavras. “Uma mão no volante e outra no título”, gesto considerado abusivo e muito preconceituoso por muitas lideranças femininas. Realmente, o ato de Braga foi infeliz, principalmente num ano de eleições.
Demissão
Pressionado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não teve outra alternativa senão mandar demitir o ministro da Educação, Milton Ribeiro, acusado de privilegiar pastores na distribuição de verbas da pasta. E demitiu ainda o presidente da Petrobras, ontem. Em ano de eleições, ficou muito difícil manter no cargo um membro do governo suspeito de usar o tráfico de influência para beneficiar correligionários. De olho na reeleição, Bolsonaro tem contido seus impulsos e trabalha para melhorar a sua imagem.
Tapa
Ainda está rendendo o tapa na cara dado por Will Smith em Chris Rock durante a cerimônia do Oscar, no último domingo. O gesto pode culminar no cancelamento da estatueta de melhor ator dada a Smith. É que as regras da premiação não toleram esses excessos. A plateia ficou estupefata. E especulou que seria mais uma brincadeira, uma encenação, entre os dois astros. Porém, as opiniões se dividem. Uns acham que Smith não resistiu ao assistir Rock dizer para sua mulher “te amo”. Vá lá saber!
Enchente
As chuvas não dão trégua, sinalizando uma grande enchente este ano, com nível até maior que a de 2021, quando a subida das águas passou dos 30 centímetros. Só em março, o Rio Negro subiu 2,41 metros, segundo Luna Gripp, pesquisadora do CPRM. E, até ontem, media 26,87 metros. Se continuar assim, poderemos reviver a situação de calamidade – parte do centro de Manaus ficou inundada, houve desvios de itinerários de ônibus e a transferência da principal feira da cidade para um flutuante. A natureza reage e mostra que está descontente com tanta agressão. Precisamos rever ações.
Vacinação
Mesmo com o controle da Covid-19 (em tese), a prefeitura mantém o reforço na vacinação contra o coronavírus. Por toda esta semana, serão disponibilizados 52 pontos para a imunização da população em áreas estratégicas de Manaus. O governo do Amazonas também reforça a campanha nos municípios do interior do Estado, que recebem novas doses da vacina para aumentar o nível de cobertura vacinal. O problema é que muitos ainda resistem a tomar a vacina. Quanta intransigência.
FRASES
“Estamos juntos”.
Wilson Lima (União Brasil), governador do AM, ao inaugurar obra com o prefeito.
“Não é sobre as prévias, sobre o partido, é sobre o Brasil”.
Eduardo Leite (PSDB), governador do RS, ao renunciar ao cargo.