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Parceria e bons negócios com Peru

O Peru foi um dos primeiros países a estreitar relações comerciais com o Amazonas, ainda no século 19, afinal de contas é lá que nasce, na montanha Nevado Mismi, Cordilheira dos Andes, o mais extenso rio do planeta, que corta os dois maiores estados da Amazônia. Iquitos, hoje a quinta cidade peruana mais populosa, pela proximidade com o grande rio, sempre esteve na dianteira nesse comércio, porém, com o passar das décadas esses laços comerciais foram arrefecendo até quase inexistir. Mas as coisas podem voltar a ser como antes, e com ganhos bem mais altos para Brasil e Peru, é o que promete Alejandro Salinas, diretor comercial da PerBra Holding, no Peru; e Andino Importações, no Brasil.

“Pelo fato de eu ser peruano e residir entre Brasil e Peru há longos anos, conheço muito bem as demandas e ofertas de ambos os países. Nosso objetivo, na PerBra Holding, é abastecer as principais capitais do Norte (Manaus, Acre e Porto Velho) com produtos típicos do Peru, e levar de volta, através da Andino Importações, o que é produzido no PIM (Polo Industrial de Manaus), e na pecuária de Rondônia e Acre para assim fecharmos uma logística completa”, explicou.

E dessa vez a cidade que fará ponte com o Brasil será bem mais distante do que Iquitos. A famosa Cuzco, capital do império inca, mas especificamente na região do Vale Sagrado dos Incas, entre Cusco e o Santuário de Machu Picchu. O Vale Sagrado foi escolhido pelos incas para servir de moradia e refúgio por ser uma região privilegiada, rica em seus solos e climas diversos, proporcionando a melhor agricultura de toda a cordilheira dos Andes.

“Esta região pode produzir todo tipo de cultura agrícola, até mesmo produtos de clima tropical. Naquelas terras existem vários tipos de solos e climas permitindo assim diversas variedades de cultivos em todas as épocas do ano”, afirmou.

Desde o império inca

De acordo com Alejandro, até hoje a cultura agrícola e a gastronomia são as mesmas da época em que o império inca existiu no local, até a chegada do colonizador espanhol, em 1532. Os descendentes desse povo, que conseguiram sobreviver ao invasor europeu, mantiveram muitas das tradições.

Alguns dos produtos que Alejandro pretende trazer para o Brasil são a papa, batata oriunda da Cordilheira dos Andes. Uma curiosidade sobre este produto. Quanto mais alto a batata é plantada, menos umidade ela tem. No Brasil as batatas são produzidas a no máximo 800m de altitude. No Vale Sagrado essa altura pode chegar a mais de 3.000m. São mais de 3.000 variedades de batatas, muito mais ricas em amido e com bem menos umidade. Choclo é uma espécie de milho que só pode ser consumido cozido. A diferença do milho verde cozido apreciado no Brasil é que o choclo é mais macio, saboroso e o grão chega a ser maior do que 2cm de diâmetro. Sal rosado de Maras. Hoje no Brasil, e em boa parte do mundo, se conhece o Sal rosa do Himalaia, mas poucos sabem que o vizinho Peru possui minas de sal rosa, localizadas no município de Maras, dentro do Vale Sagrado. Fresa é uma variedade de morango, bastante doce e bem maior do que o conhecido no Brasil. Ainda tem o fertilizante andino, uma mistura de minerais, rica em macro e micronutrientes que nutrem e protegem a planta. O fertilizante já foi testado em plantações de milho e soja. Tais plantações chegaram a ter até 40% de aumento na produção. O fertilizante é totalmente natural e orgânico.

“O Vale Sagrado dos Incas se encontra mais perto do que as regiões Sul e Sudeste, podendo abastecer a Região Norte com produtos mais frescos, com qualidade superior e melhores preços”, garantiu.

Comércio bem mais fácil

Do Brasil, Alejandro pretende levar eletrônicos, motos, carne, gado em pé, bezerros, produtos derivados do leite, grãos, ração para animais, óleo de soja, açúcar, arroz entre outros.

“Nossa expertise é a logística. Se um produtor ou comerciante quer entrar no mercado peruano, nós da Andino Importações procuramos possíveis clientes para ele negociar diretamente, enquanto nossa empresa oferece a logística. Caso este empresário não seja exportador ou seu cliente não seja importador, nossa empresa oferece estes serviços para facilitar a negociação. A maioria dos transportes será feito via terrestre e fluvial, no caso de produtos altamente perecíveis, irão de avião”, esclareceu.

Os empresários interessados em saber mais detalhes sobre as possíveis exportações e importações podem ligar diretamente para Alejandro: 9 8434-9933; Face: Perbraholding; E-mail: [email protected]; Site: www.perbraholding.com

“Muitos empresários peruanos têm grande interesse em comercializar com o Brasil, e a porta de entrada é o Amazonas e outros estados do Norte. Com certeza hoje o comércio está bem mais fácil do que há mais de cem anos, quando tudo ia e vinha apenas pelo rio Amazonas, e para Iquitos”, concluiu.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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