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Para que fazer cálculo?

Com a instituição da moeda e com a remuneração do trabalho, muitos custos que, nos primórdios não eram consi­derados, passaram a fazer parte do nosso dia-a-dia. Um deles é o cálculo de dias trabalhados, das horas trabalhadas e dos minutos. Horários contados quase que em segundos, como se o rendimento do trabalhador fosse maquinal e não sofresse interferências de toda a ordem.

Contudo, há muitos cálculos que não são feitos e que alguns detalhistas extremados já estão afirmando que deveriam ser incluídos e pagos por alguém. Todos os casais que se propõe a ter filhos – que muitas vezes vêm sem que os pais estejam preparados – sabem que há todo um planejamento a ser feito. Um dos membros do casal – quase sempre a mãe – abdica do trabalho “fora” para cuidar do filho ou filhos. Num cálculo que leva em conta apenas a atividade produtiva, ela fica à toa, sem contribuir.

A renda externa diminui e o filho faz parte da coluna dos custos. Maneira grosseira de colocar, uma vez que o filho é fruto do amor e os pais deixam prazerosamente muitos projetos em banho-maria para cuidar de sua própria continuação da espécie.

O que querem alguns tecnocratas é que esse cálculo seja feito como se fosse trabalho remunerado. Levantar o custo de uma pessoa até chegar à idade “produtiva”. Alguns pensam em imiscuir a burocracia dos governos na compensação das famílias. Idéia nada nova, por sinal, uma vez que o salário- família, licença-maternidade e outros são produtos desse pensamento. Embora não conheça ninguém que resolvesse ter um filho de olho no au­xílio maternidade, não deixa de ser um estímulo ao crescimento populacional.

Na Europa, os governos oferecem pequenas fortunas para quem se habilita a ter filhos. O Japão está na mesma onde. Contudo, o número de pessoas dispostas a sacrificar seu conforto em troca de um rebento está diminuindo muito naqueles países. Na China, país mais populoso do mundo, a situação é inversa. Pune-se os casais com mais de dois filhos. Às vezes essa punição chega a níveis incompreensíveis no mundo cristão. Alguém pode estar se perguntando: “Que papo é esse?”

Então vamos dar a direção que o artigo quer dar: a velha discussão se é melhor cada um cuidar da sua casa com uma orientação oficial, ou é melhor o governo interferir. Aqui houve uma tentativa de controle populacional, no governo Geisel, com a “Gravidez de Alto Risco” que não se referia ao perigo de perder a criança ou de prejudicar a futura mamãe. O “risco”, no entender do governo era justamente o de trazer mais um à vida.

A estranha mania que temos de legislar nos detalhes, no Brasil criou dois seguros desempregos, todos os dois ineficientes; que pôs na Carta Magna o número de horas que o trabalhador deve trabalhar por semana, um varejismo que deveria ser resolvido dentro das empresas ou, no máximo, nos sindicatos; que tem uma Consolidação das Leis do Trabalho maior que o conjunto de leis de alguns países; Que gasta com a chamada Justiça do Trabalho – de tão desacreditada só é visitada pela empresa quando ela é acionada por um trabalhador – mais que com o Congresso Nacional, baluarte da demo­cracia; Que, assim mesmo, tem uma lei ambiental comandada por Ongs sediadas fora da pátria-mãe, pode à qualquer hora procurar alguém, fora da família, para pagar a conta dos filhos desta.

Exageros à parte, mas o Brasil costuma andar na contramão da história. Obriga-se à empresas de transporte coletivo a dar, gratuitamente, bilhete de passagem a aposentados. Por que esses aposentados não recebem mais dos programas onde contribuíram? O passageiro pagante tem a obrigação de pagar também a meia passagem do estudante e o banco ocupado pelo aposentado. Há milhares de exemplos históricos que nos mostram que o estado é um mau administrador das coisas que lhe cabem por função administrar. Quando se mete em administrar o que não lhe cabe, é ainda mais desastroso.

Quando se trata da vida não se deve fazer cálculos de custo. Mesmo porque, quando se trata de fa

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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