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Para os amantes do cinema

Dicas de Leitura

Existe aquela teoria que afirma que toda arte provoca uma sensação diferente em pessoas sensíveis. Mas, talvez, você conheça aquela pessoa que não lê porque não gosta, não admira pintura porque não entende, mas… gosta de cinema. Pronto! Gosta de arte, a Sétima Arte. E essa também provoca várias sensações, tristeza, romance, ação, medo e outras e outras. Normalmente assistimos aos filmes e não nos perguntamos como surgiu tal roteiro, da mente de quem surgiu tal enredo? Isso é normal. Vivemos aquele momento, gostamos ou não, e pronto. A grande maioria dos cinéfilos, aqueles que dizem: hoje assistirei a um filme de ação, amanhã terror, depois romance, esses nem imaginam que para cada filme existe uma obra literária, talvez não do modo como imaginamos agora, aquela obra Barroca, Romântica, Parnasiana, não, estou me referindo àquela obra contemporânea, ou não, que teve que servir de roteiro para a película que assistimos. E existem sim pessoas que pensam nesses questionamentos todos, e, por sinal é um excelente professor de literatura, especialista na obra de Émile Zola, que pensou o livro “100 filmes da literatura para o cinema”.
Henri Mitterand, é esse o professor, autor do livro publicado pela editora BestSeller, numa tradução de Clóvis Marques. É uma verdadeira ferramenta para professores de cinema, roteiristas, escritores e cinéfilos e lhes permite abordar a adaptação literária através de exemplos concretos e pistas pedagógicas, oferece uma introdução brilhante para os problemas teóricos e práticos da adaptação de algumas obras emblemáticas.
Sabemos que desde a sua criação até os dias atuais, o cinema bebe da fonte da literatura. No entanto, o segredo que permite transpor o trabalho do papel para a película parece conhecido apenas por alguns. A obra, excelente, é ilustrada, trazendo esquemas de como abordar as adaptações, especificidades do cinema, imagem, som, montagem, simultaneidade e sucessividade. Se refere também às relações complexas da Literatura e Cinema, descreve as grandes questões do tipo: o espaço, o tempo, o corpo e a interioridade. Sugere como discutir a questão do estilo literário, metáforas verbais e suas transformações em imagens, a maneira de transformar, no filme, o olhar do espectador em relação ao livro, as condensações que muitas adaptações acarretam, os cortes que modificam o equilíbrio narrativo, certos aspectos que podem ser mais desenvolvidos no filme, a importância de cada elemento no texto.
É ótimo, lendo, você até sente vontade de transformar-se em um roteirista, parece que torna-se mais fácil. Tem também o teste da reescrita, que nada mais é, ou é a parte mais difícil, como transpor essa escrita, a opção pela concentração, a fidelidade do filme ao livro, a evolução do equilíbrio narrativo e estilístico, você descobre aí que a fidelidade ao livro não é tão interessante assim, o pertinente é o equilíbrio narrativo. E por fim vemos que, muitas vezes, a pessoa que realiza a adaptação fica tão impregnada pela leitura do escritor que não se pode falar estritamente de adaptação. É maravilhoso, e além dessa aula de “como transformar o livro em filme” ainda temos várias sinopses de filmes que fizeram fama. Leiam!

Bia Santos

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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