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Para aprovar CPMF, governo fez até carta-compromisso

Depois de fracassar nas negociações com rebeldes da base e com o PSDB durante todo o dia, o governo apostava na leitura no plenário do Senado de uma carta-compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar salvar a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011.

A cartada final só seria usada diante da possibilidade de que sua apresentação garantiria pelo menos os 49 votos necessários à aprovação da proposta. A sessão começou às 17h50. Na abertura, o prognóstico era desfavorável, segundo governistas.

“Mantida a situação atual, a tendência é de derrota”, disse o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), por volta das 19h. Reservadamente, ele apostava numa virada.
Para tentar prolongar ao máximo a sessão, enquanto o Palácio do Planalto insistia em negociações simultâneas, senadores aliados se inscreveram em bloco para debater a matéria.

A carta-compromisso, proposta levada aos tucanos na madrugada de ontem pelo Planalto, seria assinada pelos ministros José Múcio (Relações Institucionais) e Guido Mantega (Fazenda) e traria a proposta de aumentar os repasses da CPMF à saúde e aprovar em 2008 uma reforma tributária.

Toda CPMF para a Saúde

A sugestão da carta-compromisso surgiu depois de fracassar a negociação na noite de terça-feira com a bancada do PSDB, quando os senadores analisaram a proposta do governador José Serra (PSDB-SP) de destinar toda a CPMF para a saúde nos próximos três anos, totalizando verba extra ao setor de R$ 45 bilhões. A carta, entretanto, destina um valor extra de R$ 36 bilhões até 2010.

Com a pressão de Serra e do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), parte da bancada “balançou”. Mas, até o início da sessão, prevalecia a posição do líder do partido, Arthur Virgílio (AM), de que o recuo acarretaria desgaste político. O ex-presidente Fernando Henrique telefonou aos senadores e pediu que não cedessem.

“Com todo respeito aos meus governadores mas a espinha dorsal da minha bancada ninguém quebra”, disse Virgílio.

Exaltado na tribuna, Virgílio ameaçou entregar a liderança: “Deixei a bancada livre, até mesmo sem a minha permanência nessa liderança. Não consigo dar para trás”.

O senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, admitiu que a posição contrária à CPMF na bancada era minoritária -só cinco dos 13 senadores estavam irredutíveis contra o governo. “Optamos por manter a unidade”, disse Guerra, sem esconder, contudo, que as conversas continuavam.

Virgílio ameaça deixar liderança do PSDB

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), subiu à tribuna do plenário do Senado para protestar contra a proposta do governo para que os tucanos votem a favor da prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Irritado, Virgílio acusou o governo de “prepotência” ao pressionar governadores tucanos a defenderem a prorrogação da CPMF com a bancada no Senado -o que provocou um racha no partido.

“O governo opta pela prepotência achando que senador obedece a governador. Jamais abrirei mão da autonomia da minha bancada. Quebrar minha coluna dorsal, ninguém quebra”, afirmou.

Virgílio ameaçou abandonar a liderança do PSDB no Senado se os demais parlamentares não concordarem com a derrota da CPMF no plenário. “Não sou obrigado a permanecer líder do partido nem mais um segundo. Eu não consigo dar para trás na palavra que empenhei. Haja o que houver, se eu estiver certo esta posição deve ser dividida com a minha bancada. Se eu estiver errado, a responsabilidade é completamente minha”, disse.

O tucano disse que foi obrigado a se indispor com figuras “estimadas” do partido -numa referência indireta aos governadores José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG) que pressionaram a bancada para votar a favor da prorrogação da CPMF.

Virgílio admitiu que a bancada do PSDB no Senado viveu momentos de “tensão” após sucessivas ofertas do Executivo para tentar convencer os tucanos a a

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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