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Papelaria Lucena mantém tradição

Quando o paraibano Joaquim de Moraes Lucena saiu de sua pequena Guarabira e viajou para Manaus com apenas 24 anos de idade, já casado e com um filho, naquele distante ano de 1924, talvez sequer tenha imaginado que o sobrenome que trazia se manteria pelas décadas e gerações seguintes numa empresa que, com certeza, ele também nem pensava em criar.
Joaquim Lucena viera para Manaus a pedido de seu sogro Silvestre Costa, um dos sócios do Jornal do Commercio. Silvestre era tipógrafo e havia conseguido um emprego para o genro, também tipógrafo, no Diário Oficial.
Em Manaus, Joaquim Lucena trabalhou por oito meses no Diário Oficial depois se empregando no jornal O Estado do Amazonas, de propriedade do governo do Estado, então governado por Álvaro Maia.
Os anos passaram e mais filhos vieram, cinco, além do que Joaquim Lucena trouxera de Guarabira. Não sendo suficiente o trabalho no O Estado do Amazonas, de dia, ele passou a trabalhar na Papelaria Velho Lino, à noite, para poder sustentar a crescente família.
Certo dia, em 1928, Pompeu Aguiar, um dos donos da Velho Lino, apresentou Joaquim Lucena a J. G. Araújo. O rico empresário português, dono de inúmeros negócios em Manaus, estava precisando de alguém para dirigir a sua tipografia e Pompeu Aguiar indicou Lucena, que não pensou duas vezes para aceitar o novo encargo, e a proposta foi tão boa que ele até levou os dois filhos mais velhos Silvestre, o que viera de Guarabira, e Raymundo, para trabalhar com ele, também como tipógrafos.

Família Araújo marca história da empresa

Durante 26 anos, de 1928 até 1954, Joaquim Lucena trabalhou na tipografia de J. G. Araújo, falecido em 1940, tendo os negócios sido tocados pelos seus filhos, porém, definhando ao longo dos anos. Em 1955 a família resolveu acabar com a tipografia, mas Joaquim Lucena não ficaria na mão. Felipe Araújo, neto de J. G. disse que ele poderia levar as máquinas e pagar com serviços para a empresa e como pudesse. Mais uma vez um Araújo acenava para Joaquim Lucena com um excelente negócio e mais uma vez o paraibano não pensou duas vezes para aceitar a proposta.
Junto com os filhos, à frente de um empreendimento próprio, Lucena alugou um prédio na avenida Joaquim Nabuco e começou a trabalhar dobrado, o que para ele não era novidade, agora, como nordestino que se preza, para poder honrar os compromissos assumidos.
O filho Silvestre passara num concurso para trabalhar no Banco do Brasil e deixara a tipografia, assumindo a nova empresa, além de Raymundo, Walfredo Lucena.

Negócios
prosperam
Os anos continuaram a passar, os negócios prosperaram e Joaquim Lucena não só pagou o que devia como ainda comprou o prédio que inicialmente alugara.
Empolgados com o empreendimento que não parava de crescer, Raymundo e Walfredo convenceram o pai a ampliar e modernizar a oficina da tipografia e depois vender o prédio para, com o dinheiro, construir um outro prédio mais moderno e numa área mais central, na rua Theodoreto Souto. Relutante, mas convencido de que os filhos sabiam o que estavam fazendo, Joaquim concordou com eles e, sem perceber, a segunda geração dos Lucena começava a tomar conta dos negócios da família.

Firma permanece no mesmo local desde 1930

Em 1968 a Tipografia Lucena foi inaugurada no prédio onde está até hoje e por quase 30 anos Joaquim viu seus negócios continuarem prosperando, com os filhos ao seu lado, até morrer em 1997. A partir da morte do pai, Raymundo assumiu a tipografia (papelaria desde 1994) junto com o irmão. Raymundo talvez pensasse que um dia, algum dos seus filhos continuaria à frente dos negócios, como ele fizera, mas enganou-se. Nem os netos demonstravam interesse em levar o empreendimento, que já não estava muito bem, à frente.
Em 2002 Raymundo faleceu deixando a papelaria “mal das pernas”, quando, de onde menos se esperava, o sobrenome Lucena falou mais alto. Dois dos netos de Raymundo, Haroldo, 23 , e Diego, 16, resolveram assumir a papelaria e levá-la, de novo, para

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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