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Panificação aposta em lojas gourmet

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Concorrência dos supermercados faz a área investir em profissionalização

Pequenas e médias empresas do setor de panificação estão buscando novos caminhos para que a relação com o consumidor vá além do tradicional café da manhã. Segundo a Abip (Associação Brasileira de Panificação e Confeitaria), a concorrência dos supermercados, que passaram a investir em mais produtos na área de panificação, impulsionou a mudança. As padarias estão investindo na profissionalização da gestão, na oferta de produtos gourmet, em layouts de lojas e na prestação de serviços como o delivery. Isso fez, segundo a Abip, que as padarias se tornassem centros de conveniência, visitados por mais de 43 milhões de brasileiros diariamente.
Para os próximos dez anos, segundo estudo da Abip, o caminho será o de expansão das padarias gourmet com serviços que vão do café da manhã ao almoço, passando pela oferta de produtos para consumo em casa e a produção de mix ampliado de pães. Outro nicho será o de padarias que terão sua venda concentrada quase que totalmente em produtos congelados de centrais de produção. Um segmento que terá destaque será o de butique de pão, com produtos especiais e fermentação natural, para determinados nichos de consumidores. O Brasil, informa a Abip, tem hoje 63 mil padarias, sendo que 60 mil são micros e pequenas empresas. Um mercado que fatura em torno de R$ 76 bilhões ao ano.
Uma das empresas que investiu em serviços gourmet foi a Julice Boulangerie, de São Paulo. Criada pela chef Julice Vaz, a empresa tem duas lojas, uma na Vila Madalena e outra no Shopping Cidade Jardim, que dispõe também de um minimercado. Gabriel Pereira Dias, administrador da Julice, diz que o plano da empresa é expandir para além das lojas próprias. “Hoje, os pães, doces e geléias feitos pela empresa em nosso centro de produção, além de abastecerem as lojas, são fornecidos também para restaurantes paulistanos. É um nicho no qual as padarias estão cada vez mais investindo e que abre espaço para dar mais visibilidade à marca”, afirma Dias.
Quem segue o mesmo caminho é a Jelly Bread, também de São Paulo, com seis lojas, todas em shoppings, uma delas instalada em Campinas. “Nosso plano é ter 50 lojas em quatro anos em outros Estados. Já estamos formatando nosso projeto de franquias porque acreditamos que esse é um modelo que já deu certo”, diz Adriano Boscolo, sócio da Jelly Bread.
Com 140 unidades, a Pão to Go, rede de franquias fundada em 2013 na cidade de São Carlos (SP), começou com o sistema drive-thru e agora passou a investir em lojas em estações de trem, metrô e terminais rodoviários. Outro modelo da franquia são as padarias Express, em prédios e áreas comerciais. Tom Ricetti, criador da Pão to Go, se prepara agora para a abertura de lojas no Rio, em estações de metrô e na internacionalização, com negociações em Portugal, Espanha, Angola, Colômbia, Chile e Peru.
“Quem oferecer um serviço que torne a vida do consumidor mais prática acaba se destacando. Nossos franqueados recebem os produtos congelados e padronizados”, diz.
Marceli de Oliveira, analista do Sebrae-RJ, afirma que a entidade, tanto no Estado quanto no país, vem investindo em programas de capacitação de empresários e trabalhadores do setor. “Muitas descobriram que a união pode ajudá-las e reduzir custos e criaram suas centrais de produção”, diz ela.
Duilio Mota, da central de produção Facilittá, no Rio, criou a empresa com três outros donos de pequenas padarias. Além do fornecimento para os sócios, a Facilittá começará a distribuir salgados, pão de queijo e outros itens para estabelecimentos. “Temos ganhos de escala com isso e abrimos mais um canal de vendas com aumento de receita”, comenta Mota.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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