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Pandemia freia contratações temporárias

Pandemia freia contratações temporárias

As tradicionais contratações temporárias de fim de ano, que geralmente trazem um fôlego para os desempregados, devem encolher este ano em função da pandemia do novo coronavírus. Os profissionais que procuram oportunidades por meio das contratações no comércio para o Natal e o Réveillon, terão disponíveis apenas 2.500 vagas, número menor que o ano passado que disponibilizou 4.800. A redução representa 47,9% em relação a 2019.. A estimativa é da CDL-Manaus (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus).

As chances menores na geração de emprego na modalidade foram afetadas devido ao cenário de incertezas e turbulências ligados à pandemia do novo coronavírus. Segundo Ralph Assayag, presidente da entidade, existe toda uma situação de cautela, principalmente associado ao limite de funcionários dentro das lojas obedecendo qualquer circunstância de aglomeração.

“Com isso, nós vamos pedir que o consumidor com a ajuda da imprensa, passem para horários alternativos, ou seja, a partir de 18h chegaria até 20h ou 21h, se o público vier, para que a gente possa atender evitando a aglomeração de clientes. Vamos ter menos problemas, dessa maneira nós vamos conseguir ter um número de funcionários suficiente para atender em todos os horários”.

O reflexo de um ano difícil para vários segmentos, especialmente para o varejo, é perceptível, tanto é que as contratações de temporárias que geralmente acontecem no mês de outubro praticamente devem ocorrer no mês de dezembro. “Vamos lutar para que a gente consiga ultrapassar essa média apontada dentro da nossa pesquisa. Vai ser complicado porque nós queremos vender mais, no entanto, não podemos aglomerar. Vamos ter que criar todas as formas possíveis e conseguirmos fazer vendas sem tumultuar e também contratamos aquilo que é possivel para nao ter problemas de pessoas infectadas dentro das lojas, principalmente os funcionários”.

Na análise do consultor de carreira, negócios e emprego, Flávio Guimarães, o impacto para o comércio é diretamente em redução de faturamento que, por consequência, trava as oportunidades de novos empregos ou contratações de profissionais que tiveram seus contratos suspensos em período de pandemia. Menos faturamento igual a menos vagas. Nesse universo, existem dois cenários diretos que são realidades do momento que estamos passando devido a contração econômica proveniente do Covid 19: 

O primeiro é que muitos empresários estão receosos de fazerem investimentos em novas contratações, principalmente pelo fato de estar atravessando uma nova onda de infecções. De qualquer forma, uma nova onda de infecções vai novamente recolher, proporcionalmente, as pessoas em casa. Com as pessoas em casa, baixa o consumo/compra direta. Ou seja, há previsão de mais uma queda de faturamento. Esse ambiente gera uma grande insegurança para novos investimentos.

Outro fator apontado por ele é que devido a parada praticamente total do comércio por alguns meses, muitos empresários emprestaram dinheiro e outros gastaram recursos que tinham em caixa para poderem pagar suas folhas de pagamentos, sem que a decisão fosse o fechamento da empresa. Com isso, ficaram descapitalizados e sem condições de fazerem novos investimentos em novas vagas no mesmo ritmo anterior.

“Na prática, vamos imaginar o seguinte: um empresário que tem uma folha de pagamento de 30 mil reais passou 03 meses parado, sem nenhum tipo de faturamento. Nesses 3 meses, teve um prejuízo totalizado em 90 mil reais somente com pagamentos a funcionários”. Ou seja, para empresas de pequeno e médio e grande porte, esse quantitativo apenas sair cria um estado significativo de calamidade financeira.

“Se houver a continuidade da nova onda de infecções e efetivamente não tivermos a consciência de agir preventivamente em nosso dia-a-dia pessoal, a projeção oficial dada pela CDL pode ter aumento proporcional. Ou seja, o percentual de 47,9% pode pular para 76,6% com base em uma nova redução de 60% dentro dos 47,9% já projetados. Não é um número bom, mas é a realidade”.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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