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Pandemia extingue 495 empresas no Amazonas

Pandemia extingue 495 empresas no Amazonas

O Amazonas fechou 495 empresas entre abril e junho, no rastro da pandemia. Apesar do consenso de que o pior da crise ficou em abril (130), a quantidade de extinções foi 66,92% maior em junho (217) – que também superou maio (148) em 46,62%. O número de constituições de empresas no mesmo acumulado (1.145) também foi maior. A formalização de pessoas jurídicas se manteve ascendente entre abril (277), maio (341 e +23,10%) e junho (527 e +54,54%). Os dados são da Jucea (Junta Comercial do Estado do Amazonas).

O IBGE indica, por outro lado, que os efeitos da crise da covid-19 podem ter sido ainda mais severos nos Estados vizinhos. Em torno de 42,1% (11.077) das empresas da região Norte que fecharam na primeira quinzena de junho, fizeram isso em virtude da pandemia. E ao menos 10% (7.791) encerraram as atividades em definitivo, segundo a Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas.

De acordo com o levantamento mensal da Jucea, entre as 217 pessoas jurídicas amazonenses que formalizaram encerramento em junho, 122 estavam na categoria “empresário”, 68 eram sociedades empresariais limitas e 27 eram empresas individuais de responsabilidade limitada (e de natureza empresarial). O órgão estadual não informou os setores econômicos nos quais atuavam as companhias. 

O movimento relativo a filiais, por sua vez, sofreu eliminação de 30 organizações de capital privado nas estatísticas da Jucea – divididas entre as rubricas de sociedade empresarial limitada (15), “empresário” (10), empresa individual de responsabilidade limitada (3) e sociedade anônima fechada (2). O mês também registrou a baixa de 400 MEIs (microempreendedores individuais).

Apoio governamental

Segundo o IBGE, a região Norte tinha 77.760 de empresas na primeira quinzena de junho, sendo 51.449 (66,2%) em funcionamento total ou parcial, 18.520 (23,8%) fechadas temporariamente e 7.791 (10%) encerradas em definitivo. “Os dados mostram que a região Norte obteve o menor percentual de empresas abertas, mesmo parcialmente, e o maior percentual de empresas fechadas temporariamente. Em compensação, também obteve o menor percentual de empresas que encerraram as atividades de forma definitiva”, assinala o texto da pesquisa.

O mesmo levantamento aponta que 61,7% das empresas que seguiram funcionando sofreram impacto negativo da pandemia, 53,7% sofreram queda de vendas ou serviços pelo mesmo motivo, 55,9% encontraram dificuldades de acesso aos fornecedores e 53,5% tiveram dificuldades para realizar pagamentos de rotina. 

A maioria (55,5%), por outro lado, manteve o número de funcionários em comparação ao início de março, sendo que a maior parte (52,4%) das que foram obrigadas a diminuir pessoal limitaram os cortes em 25%. Em torno de 51,9% receberam apoio dos governos para adiar pagamentos e 67,7% conseguiram crédito emergencial para a folha salarial, pelo mesmo caminho.

Pandemia e PIB

O secretário-geral da Jucea, Cristiano Chíxaro, informa que, além das extinções de empresas, maio e junho apresentaram redução de 13,95% na quantidade de constituições de empresas na Junta, quando comparados aos mesmos meses de 2019. No entendimento do executivo, os números negativos são um reflexo dos impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus no Amazonas e da retração de 1,5% sofrida pelo PIB brasileiro, no primeiro trimestre. 

“Analisamos o mercado de forma otimista, tendo em vista as ações do governo do Amazonas para o aquecimento da economia, como o planejamento gradual do retorno das atividades comerciais e o plano de contingenciamento das instituições públicas, com corte de 20% nas despesas, possibilitando maior investimento em saúde e assistência social. Dessa forma, podemos prever para o segundo semestre um aumento na constituição de empresas, elevando o índice de pessoas no mercado de trabalho com carteira assinada”, frisou. 

Reabertura e mortalidade

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, apontou que o percentual de empresas que encerraram suas atividades por motivo da covid-19 foi bem menor do que àquelas que fecharam as portas por outros motivos, mas observou que a coleta de dados ocorreu em um período em que a maior parte dos Estados já estava reabrindo comércio e serviços e com números decrescentes de casos novos e mortes pela doença. 

“Já o percentual de empresas que encerraram suas atividades definitivamente foi o menor do país. Mesmo assim, trata-se de um contingente alto de mortalidade empresarial. O diferencial nos dados do Norte pode ter várias influências, inclusive o fato de que foi a região mais afetada no início da pandemia, em março e abril. Portanto, em junho, muitas empresas já estavam voltando às suas atividades”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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