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Pandemia e desastres causam perdas de R$ 329,4 milhões ao Amazonas

Balanço divulgado pela CNM (Confederação Nacional de Municípios), traz dados relevantes sobre os  prejuízos econômicos causados por desastres naturais no Amazonas, de janeiro a dezembro de 2020. Foram registrados 76 decretos de situação de emergência totalizando R$ 329.478.492, os prejuízos envolvem fenômenos como Covid-19, inundações, tempestades, estiagem e erosões.

De acordo com o estudo da CNM, os principais setores afetados, no Estado, foram educação, registrando danos na ordem de R$ 160 milhões, correspondendo a 48% do total, a indústria contabilizou perdas de R$ 100 milhões, que equivalem a cerca de 30,3%, na agricultura esses números chegaram a R$ 67,4 milhões, ou seja, 20,4% do total. O total de afetados chegam a 5.213.981.

De acordo com a Confederação, no ano passado,  o Estado Amazonas foi assolado por queimadas e incêndios florestais causados pela estiagem prolongada. Os municípios  amazonenses apresentam características diferentes das demais regiões do Brasil, pois a maioria das áreas afetadas é de difícil acesso em virtude dos rios que cortamo Estado: como os rios Solimões, Amazonas, Negro, Branco, Madeira, Purus e Juruá.

É válido ressaltar que os municípios amazonenses possuem mais dificuldades, devido às especificidades regionais, e que a maioria depende da defesa civil estadual para coordenar tais ações.

Prevenção para minimizar impactos

A meteorologista, especialista em Clima e Ambiente e Agente de Defesa Civil, Patrícia Guimarães, avalia de que forma os efeitos desses impactos poderiam ser mitigados. Primeiramente é preciso entender o que é o desastre. Conceitualmente é o resultado de eventos adversos – sejam eles naturais ou provocados pelo próprio homem, sobre um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais e ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais.

Esclarecido o conceito, os passos que devem ser feitos para minimizar os impactos de desastres são baseados em duas componentes do ciclo de atuação de proteção e defesa civil, sendo o primeiro pilar voltado à prevenção e mitigação e o segundo pautado na preparação.

O pilar da prevenção e mitigação leva em conta o cenário atual, onde já são observados aumento da frequência e intensidade de eventos naturais extremos, tais como: enchentes recordes, estiagem, eventos adversos de tempo como granizos, vendavais, tempestades, deslizamentos, entre outros. Na prática, devem ser realizadas análises de risco de forma antecipada, como por exemplo a construção de um muro de contenção para minimizar riscos de deslizamentos, emissões de alertas para risco de tempestades e vendavais. A mitigação tem como objetivo limitar os impactos adversos e ameaças, para reduzir ao máximo os danos que podem ser causados durante o desastre.

O segundo pilar, não menos importante, é a preparação para lidar com as consequências de desastres. Neste, o monitoramento através de uma rede de dados integrada sobre condições de tempo, clima, hidrologia e geologia são essenciais. Neste quesito, o conhecimento subsidia as ações que serão tomadas antecipadamente, e são traçados planos de contingência para preparar a população no caso da evolução de desastres, são realizados treinamentos e simulados, e também são implementadas as emissões de alertas e sirenes, para disseminar de forma rápida as informações quanto aos potenciais desastres.

“A importância da preparação é tamanha que um estudo realizado nos EUA sobre quanto tempo é necessário para salvar vidas, quando há probabilidade de aproximação de furacões, estima um tempo de aproximadamente 20 minutos como necessário para evacuar a população. Esse estudo demonstra como o tempo e a informação são cruciais para tomadas de decisões voltadas para salvaguardar vidas”

Dessa forma, ela explica que o fortalecimento da gestão de riscos que abrange os pilares acima deve ser a medida mais efetiva para minimizar os efeitos dos impactos causados pelos desastres. “Não há dúvidas de que o Amazonas tem experimentado uma frequência maior de eventos extremos, por conta da variabilidade do clima e as incertezas futuras sobre um sistema, oceano-atmosfera, não totalmente compreendido. Também sabe-se que as dimensões continentais do Estado tem sido um fator desafiador, com logística difícil e peculiar. Contudo, não podemos ignorar a vertente econômica com perdas que são consideráveis, mas que se tornam irrisórias quando comparadas com o valor de uma vida”, avaliou a especialista. 

Por dentro

De acordo com o Sinpdec (Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil), após a ocorrência de um desastre, o município afetado deve sempre enviar uma equipe especializada para fazer a devida avaliação dos danos e prejuízos causados e apresentá-la e cadastrá-la no Sistema. Caso necessite de ajuda por parte da União e do Estado, o Município precisa elaborar um plano de trabalho especificando os danos e quantificando os prejuízos causados para solicitar recursos materiais e financeiros aos demais entes para ações de recuperação e reabilitação das áreas danificadas e destruídas pelo desastre.

Nacional

Os índices no país contabilizam crescimento de 68,5% em relação a 2019 totalizando perdas econômicas  de R$ 62,5 bilhões. Entre os eventos estão inundações, alagamentos, deslizamentos, secas, incêndios florestais, registrou 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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