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Pacote pode ser salva-vidas do ano

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Em no máximo dez dias, o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) fecha o pacote de medidas para o setor de duas rodas. O conjunto de benefícios – que inclue desoneração de tributos federais e estaduais e a inclusão de um banco oficial na concessão de credito para a compra de motocicletas – deve dar novo fôlego ao segmento ainda este ano, mas será insuficiente para reverter as perdas do primeiro semestre de 2012 no PIM. A meta de US$ 41 bilhões de faturamento atingida no ano passado, dificilmente será superada, de acordo com a avaliação de representantes da indústria no Amazonas.
“Caso comece a vigorar em dez dias, os primeiros impactos serão sentidos rapidamente pelo segmento, em especial, porque a aprovação do pacote vai coincidir com o retorno dos trabalhadores das férias coletivas nas próximas semanas. Apostamos que as fabricas vão voltar em ritmo acelerado” comemorou o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco.
No entanto, ele disse não acreditar nas medidas como ‘salvação’ para o faturamento do PIM este ano, uma vez que o primeiro semestre já foi comprometido.
Segundo os indicadores mais recentes da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), a redução do faturamento foi de 17,6% em maio, com US$ 2.99 bilhões e de 8,64%, com os US$ 14,97 bilhões acumulados nos cinco primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2011.
“É claro que um setor de duas rodas recuperado faz diferença, pois fabrica produtos de alto valor agregado, mas o desafio é grande”, emendou o presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Ailson Rezende.

Desafios do setor

O economista avalia que a recuperação será relativa, dependendo das soluções encontradas para o financiamento bancário. “É preciso lembrar que o pacote contem medidas que vão desonerar a produção, ou seja diminuir os gastos para fabricar a moto, o que torna o produto mais barato para o consumidor final. Se houver um banco oficial que proceda a abertura de crédito, os impactos serão maiores. Caso contrário, a diferença não será tão grande, porque mesmo com a moto mais barata, se não houver o financiamento, não adianta”, explicou.
Ele acrescenta que o segmento ainda vai enfrentar o desafio de esvaziar os estoques das fábricas e concessionárias. “E sobre essas unidades, os incentivos ainda não são válidos, tendo que ser vendidas pelo preço antigo”, informou.
Wilson Périco observa que tanto na recuperação do setor quanto no resgate dos números do polo industrial, o mais importante para esse ano não são as cifras (faturamento) e sim os indicadores sociais, “ou seja, retomar os empregos é o que mais nos preocupa”, apontou.
De acordo com o levantamento do Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas), as fábricas de duas rodas já desligaram 1715 trabalhadores no primeiro semestre deste ano, tendo o maior número de rescisões partida da Moto Honda (com 886 desligamentos, crescimento de 86,13% sobre o mesmo período de 2011).
No total, as homologações das indústrias do PIM somam 12.787 demissões representam praticamente o dobro (+92,86%) dos desligamentos de igual período do ano passado.
O consultor empresarial do PIM, José Laredo, lembra que, além do pacote, a recuperação depende da resposta de outros fatores econômicos, como, por exemplo, a performance os mercados recebedores de produtos exportáveis brasileiros e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) acima dos 2,8 % anuais.

Cenário atual

De acordo com a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), no primeiro semestre, a produção de motocicletas no Amazonas já caiu 10,26%com 967.901 mil unidades contra 1,078 milhão de motos em igual período do ano passado.
Todos os principais fabricantes instalados no PIM viram sua produção desacelerar durante o período. Ainda segundo a Abraciclo, a Moto Honda (responsável por 80,27% do total fabricado no país), registrou queda de 8,10% no acumulado do ano, quando 776.931 unidades saíram das fábricas. No ano passado, no mesmo intervalo, 845.495 motos foram fabricadas.
Mesmo sem os dados fechados do semestre, os indicadores da Suframa mostram que o recuo na atividade industrial refletiu no faturamento das empresas que, com US$ 3,33 bilhões de faturamento nos cinco primeiros meses do ano, anotaram retração de segmento foi de 10,37% frente ao acumulado do ano anterior.
Já nas lojas, apesar das dificuldades de concessão de crédito por parte das instituições bancárias, o emplacamento do produto, conforme informou a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos de Veículos Automotores), caiu apenas 3,44% no acumulado o ano. Foram 11.127 motos contra as 11.524 unidades comercializadas no primeiro semestre de 2011.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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