Pesquisar
Close this search box.

Otimismo do comércio no Amazonas avança em setembro

Otimismo do comércio no Amazonas avança em setembro

Em sintonia com as melhoras contínuas nos indicadores de vendas do varejo do Amazonas, a confiança dos lojistas de Manaus avançou pela segunda vez seguida, na passagem de agosto para setembro, retornando ao nível de satisfação após cinco meses de queda. Os dados são do Icec (Índice de Confiança do Empresário do Comércio), medido pela CNC. Puxada pelas expectativas, a melhora na percepção veio com mais força do que a média nacional, e alavancou as intenções de contratar – e nem tanto as de investir. 

O indicador da CNC registrou 105,4 pontos em Manaus, ficando 26,9% acima da marca de agosto (83 pontos) e próximo ao nível de maio (105,5 pontos). No confronto com setembro do ano passado (133,4 pontos), entretanto, foi mantido um decréscimo de 21,1%. No Brasil, o índice renovou a maior alta da história da pesquisa (+14,4%), subindo a 91,6 pontos e se aproximando da zona de otimismo. No confronto com 2019 (119,1 pontos), a queda se manteve em 23,1%.

Apurado entre os tomadores de decisão das empresas, o levantamento avalia condições atuais, expectativas de curto prazo e intenções de investimento. Pontuações abaixo de 100 representam insatisfação, enquanto marcações de 100 até 200 são consideradas de satisfação. A Confederação Nacional do Comércio sondou 6.000 empresas de todas as capitais do país – 164 delas, em Manaus. 

Assim como ocorrido em agosto, nenhum dos nove subíndices do Icec apresentou queda. Apenas os subíndices relativos às expectativas – sobre a economia brasileira (+11,5% e 155 pontos), sobre o setor (+8,9% e 160,4 pontos) e sobre as empresas (+8,4% e 163,9 pontos) –, assim como as intenções de contratar funcionários (+36,4% e 113,7 pontos) ficaram na zona de satisfação. Na outra ponta, o menor nível de satisfação veio das condições atuais da economia (63,6 pontos), embora tenha registrado a maior alta (+134,8%). A avaliação sobre a situação atual dos estoques (+8,4% 72,8 pontos) foi a segunda pior avaliada.  

A maioria dos entrevistados (36,6%) ainda considera que a situação atual da economia brasileira “piorou muito”. Em seguida estão aqueles que dizem que “piorou um pouco” (34%), os que avaliam que até “melhorou um pouco” (24,5%) e os que garantem que “melhorou muito” (5%). Os números vieram melhores do que os de agosto – 68,1%, 22%, 7,3% e 2,6% respectivamente. A percepção de piora foi mais acentuada nas empresas com mais de 50 empregados e que vendem bens não duráveis.

Situação semelhante, mas em menor grau, ocorreu nas avaliações sobre o as condições atuais do setor (76,6 pontos) e da empresa (77,9 pontos) – 40,7 e 44,1 pontos no levantamento anterior, na ordem. Diferente de agosto, a maioria acha que a situação atual “piorou um pouco” (40,6% e 46,2%). Companhias de menor porte lideram o pessimismo em ambos os casos, assim como aquelas que trabalham com bens não duráveis (sobre o setor) e semiduráveis (sobre a empresa). 

“Viés positivo”

Em relação às expectativas para a economia, a opinião majoritária é de que vai “melhorar muito” (46,1%), seguida pelos que acreditam que vai “melhorar um pouco” (39,5%). O mesmo otimismo se dá em relação ao setor (47,2% e 41,9%, respectivamente) e à empresa (49,7% e 40,9%). Em ambos os casos a satisfação é maior entre as companhias com mais de 50 trabalhadores e no segmento dos semiduráveis.

A reversão do pessimismo decorrente da crise da covid-9 é mais evidente nas intenções de contratar (113,7 pontos) do que nas de investir (64,2 pontos) – onde ainda há ceticismo e insatisfação, apesar da melhora. A maioria (45,1%) diz que o contingente deve “aumentar pouco”, seguido pelos que avaliam que pode “reduzir pouco” (30%). Para a maioria das empresas sondadas em Manaus, o nível de aportes de capital no próprio negócio vai cair em menor (40,4%) ou maior (33,1%) grau.

“A pesquisa mostrou indicadores positivos para nossa economia. Apenas 24% dos entrevistados acreditam que a situação econômica vai piorar e 47% consideram que já melhorou muito. Com relação aos empregos, 15% da amostra pesquisada informou que as contratações voa ter um desempenho muito bom. isso sinaliza um viés positivo para o comportamento da atividade comercial, daqui por diante”, comemorou o assessor econômico da Fecomércio AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas) e coordenador local da pesquisa, José Fernando Pereira da Silva.    

Estoques e recuperação

Em texto distribuído pela assessoria de imprensa da CNC, a economista da entidade responsável pela pesquisa do Icec, Izis Ferreira, salienta que a intenção de contratar avançou em todas as regiões do país, e mais da metade dos comerciantes já pretende aumentar o quadro. “Em julho, cerca de 75% dos comerciantes afirmavam que reduziriam a quantidade de funcionários, um quadro que se reverteu rapidamente nos últimos dois meses”, pontuou.

A economista lembra que o isolamento social e o fechamento das lojas por meses levaram à obsolescência dos estoques, a despeito de parte das vendas seguir pelo comércio eletrônico. “Alguns segmentos foram afetados, como vestuário, calçados e acessórios, e estão adotando estratégias para readequar o nível dos estoques diante das vendas, que deverão avançar ainda em ritmo gradual”, acrescentou.

No mesmo texto, o presidente da CNC, José Roberto Tadros avalia que a flexibilização das medidas de distanciamento social deve sustentar a retomada gradual da atividade econômica no terceiro trimestre, e ressalta que a manutenção dos benefícios emergenciais, mesmo que em valores menores, deve seguir apoiando o consumo até o fim do ano. “O volume de vendas do comércio tem apresentado crescimento nos últimos meses, impulsionado pela reabertura das lojas do varejo não essencial, o que tem impactado na percepção cada vez mais otimista dos comerciantes”, concluiu. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar