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Otimismo do comércio em Manaus avança com liberação do 2º ciclo

Otimismo do comércio em Manaus avança em junho

Os comerciantes de Manaus avaliam que as duas semanas do primeiro ciclo de reabertura para as lojas do setor que atuam com bens e serviços não essenciais deixou um saldo positivo para o setor e foi um primeiro passo positivo rumo à “nova normalidade” permitida pela pandemia. Há muita expectativa também em relação ao segundo ciclo que começa nesta segunda (15), com o acréscimo de mais setores ao leque de empresas que voltou a atender presencialmente.

Em termos de vendas, a avaliação é que o movimento correspondeu às expectativas – que eram tímidas, em função dos limites da reabertura e da perda de renda e de confiança que vieram no rastro da crise da covid-19. A avaliação dos lojistas é que, caso parte dos segmentos que voltam à operação apenas nesta segunda fase já estivessem abertos, o Dia dos Namorados – que depende de um mix de serviços – poderia ser menos amargo neste ano.

Fazem parte deste segundo ciclo, por exemplo estabelecimentos que vendem produtos típicos para a data, como bens de informática e telefonia, assim como eletroeletrônicos, instrumentos musicais, cosméticos, perfumaria, bijuterias e semi-joias. Também fazem parte da lista as livrarias, além dos restaurantes, cafés, padarias e lanchonetes fast-food, que passam a ser autorizadas a comercializar seus produtos para consumo no local.

Os comerciantes torcem também para que os números de internações e mortes por covid-19 sigam estáveis e com viés de declínio na capital amazonense, evitando riscos de repique e garantindo que o calendário de ciclos de retomada prossiga como o planejado, sem riscos de interrupções e retrocessos.

De acordo com o boletim epidemiológico da FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde), foram confirmados mais 29 mortes pela doença, sendo 12 ocorridos nas últimas 24 horas e 17 que estavam em investigação –, elevando o total para 2.429 registros. Há 365 pacientes internados, sendo 221 em leitos clínicos e 144 em UTI, além de outros 298 internados e que aguardam a confirmação do diagnóstico. Segundo a Susam (Secretaria de Estado de Saúde), nesta quinta (11), a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid era de 54% e a de UTI não-Covid era de 69%. No mesmo dia, a cidade registrou 50 sepultamentos, sete óbitos domiciliares e duas cremações, conforme dados da Prefeitura de Manaus.

Espera nas calçadas

O presidente da CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus), Ralph Assayag, destaca que, de positivo mesmo, há o simples fato de as lojas serem autorizadas a receber clientes e vender em suas dependências. O dirigente lembra que os 70 dias de portas fechadas custaram 30 mil dos 390 empregos do comércio local e o encerramento definitivo das atividades de 1.500 de suas 36 mil lojas. E não deixa de ressaltar que os dias adicionais para os demais segmentos que ainda se encontram inoperantes ainda está impactando o varejo.

“Ainda estamos com apenas 45% dos estabelecimentos atendendo e devemos chegar aos 75%, a partir desta segunda. Por esse mesmo motivo, não dá para comemorar tanto o volume de vendas, mas podemos dizer que já é um grande negócio poder estar com as lojas abertas. Esperemos que os números de internações e mortes por covid-19 se mantenham estáveis até domingo [14], para entrarmos na próxima fase”, asseverou.

Ralph Assayag estima que as lojas que voltaram a abrir contabilizaram o equivalente a 75% das vendas registradas no mesmo período do ano passado. O dirigente salienta que, diferente do que as imagens do Centro lotado poderiam levar a crer, tinha mais gente circulando nas ruas do que efetivamente comprando dentro dos estabelecimentos.

“Não tivemos as vendas que poderíamos ter porque temos que controlar o fluxo dentro dos estabelecimentos, garantindo o distanciamento social estabelecido nos protocolos. O movimento era tão grande, que muita gente ficava esperando na porta da loja e nas calçadas. Quando caia uma chuva era um terror e muitos acabavam desistindo. Estamos aprendendo a trabalhar desta forma, mas não é fácil. Mas é a única maneira de continuarmos atendendo”, lamentou.

“Produtos cobiçados”

Em sintonia, o presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Amazonas), Ezra Azury, diz que o balanço das duas semanas do ciclo inicial de retomado do varejo apresentou um “movimento normal” e positivo. O resultado, conforme o dirigente, veio ao encontro do leque ainda limitado de lojas com as portas abertas, com foco em calçados e confecções, que apresentam produtos “mais cobiçados” no Dia dos Namorados.  

“As poucas empresas que abriram estão tendo uma renda dentro do razoável e pouco abaixo da apresentada no ano passado. Mas, como abriram praticamente esses segmentos, isso ocorre muito pelo fato de as lojas âncoras não estarem abertas. Diminuiu muito a oferta e as pessoas não tem as concorrentes destas. Isso fez, por exemplo, com que as vendas dos shoppings também estivessem dentro de uma normalidade”, ponderou, preferindo não falar das expectativas para o segundo ciclo do calendário de reabertura.

Entusiasmo contagiante

Na mesma linha, embora mais otimista, o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Amazonas), Aderson Frota, garante que o entusiasmo pela reabertura foi contagiante entre os empresários e consumidores e ressalta que o simples fato de abrir e “tirar o setor o zero” fez as vendas levarem um impulso de 60%.

“Muitos lojistas, que estavam reprimidos pela ausência de vendas do Dia das Mães, comemoraram o Dia dos Namorados, especialmente confecções e calçados. Três deles me disseram simplesmente que, agora, ‘a vida é outra’. O momento também é de alegria para o consumidor, que aproveitou para finalmente sair de casa. É claro que as vendas não correram na mesma proporção de gente na rua, mas foram suficientes para impulsionar a economia e estou muito otimista para a próxima fase. A tendência é de crescimento”, concluiu.

Segmentos que reabrem no Segundo Ciclo 

•      Lojas de informática, comunicação, telefonia e materiais e equipamentos fotográficos

•      Lojas de brinquedos

•      Livrarias e Papelarias

•      Lojas de departamentos e magazines

•      Restaurantes, cafés, padarias e fast-food, para consumo no local

•      Comércio de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal

•      Lojas de eletrodomésticos, áudio e vídeo

•      Comércio de animais vivos

•      Comércio de bijuterias e semi-joias

•      Comércio especializado de instrumentos musicais e acessórios

•      Comércio de equipamentos de escritório

•      Escritórios Contábeis

•      Escritórios de Imobiliárias

•      Assistência Técnica de eletrônicos, eletrodomésticos e demais itens

•      Bancas de jornais e revistas em espaços internos

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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