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Os olhos de Beatriz

Quando a encontrei pela primeira vez no Salão Rio Solimões, soube de imediato que era a mulher certa. A cada dia, mais e mais, fui me apaixonando. E a me embebedar cada vez mais com ondas intensas daquele olhar, fui me apaixonando e começamos a namorar pouco tempo depois. Bia, como gosta de ser chamada, é uma garota muito especial para mim. É um daqueles cometas raros que surgem de século em século e deixa um rastro de alumbramento por onde passa. 

Desci do palco e andei pelas mesas enquanto procurava ajuda para arrumar a minha gravata. A encontrei por lá, ela foi ao evento a convite meu e eu estava ansioso para conhecê-la. Beatriz se escondia atrás do celular, fingia não me ver. Pedi ajuda de uma pessoa, não deu muito certo. Corri para ela, com o pretexto de me ajudar com esse nó difícil: “Me ajuda aqui?”. Ela também não conseguiu, mas durante a tentativa ela ficou perto de mim de um jeito tão fofo que fiquei caidinho por ela. Sempre achei muito sexy quando as mulheres ajudam seus homens com as gravatas, ou quando usam suas camisetas sociais como pijama. Me despedi daquele momento com um beijo na testa.

No Salão Rio Solimões, Centro Cultural Palácio Rio Negro

No dia seguinte rolou o nosso primeiro date, fomos tomar um café. Conversamos sobre muitas coisas, ela usava um casaco jeans. Em seguida fomos ao cinema, mas eu não lembro qual filme assistimos. Ela me beijou antes do filme começar, senti que havia algo diferente ali. 

Percebemos que tínhamos algo em comum como colecionar moedas, a escolha do curso de Direito e a paixão pela arte. Porque é preciso ter qualquer coisa além da beleza e, no caso de Beatriz, ela tem muito mais. Fomos deixando as coisas acontecerem e gradativamente percebemos que não conseguíamos nos ter em doses homeopáticas, toda vez que nos encontrávamos queríamos a todo custo passar o maior tempo juntos possível. Não é à toa que o nosso primeiro date durou 20 horas.

Definir em palavras a essência de Beatriz é um desafio, posto que sequer palavra foi inventada para definir o que acontece no meu coração quando aquele corpo se perde no meu.  

Manaus, 12 de maio de 2022.

Pedro K. Calheiros

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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