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Os modelos teóricos sobre os valores organizacionais

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Será que os modelos podem explicar a realidade?
Até aqui foi abordado o conceito, as dimensões fundamentais, as características que descrevem os elementos de maior importância dos valores organizacionais, bem como as estratégias de identificação. A seguir serão tratados os modelos teóricos sobre os valores organizacionais.

Primeiro vamos partir da definição do que vem a ser um modelo teórico, que é uma representação simplificada da realidade. O mesmo não se limita a somente a descrever, ele explicita relações estruturais entre os elementos do fenômeno estudado. Assim, para estudar os valores organizacionais e, particularmente, para elaborar instrumentos para a sua avaliação, a realidade axiológica da organização geralmente é representada por meio de um modelo. A adequação do modelo para representar o fenômeno estudado deve ser verificada por meio de estratégias e procedimentos metodológicos apropriados. Os valores organizacionais, como qualquer outra realidade, podem ser abordados a partir de diversos modelos. A multiplicidade de modelos não é exclusiva ao estudo dos valores organizacionais. Ela é comum em todas as ciências. Por exemplo, a física estuda a luz a partir de vários modelos. O modelo corpuscular considera que a luz está composta por partículas diminutas, explicando assim porque os raios de luz passam através de uma porta entreaberta. Já o modelo ondulatório considera que a luz é uma vibração, uma onda que se propaga em linha reta. Qual dos dois modelos é verdadeiro? Para responder esta questão, Einstein propôs um novo modelo que postula que a luz é composta simultaneamente de partículas e de ondas…Devido à complexidade da realidade esta pode ser explicada por modelos, cada um deles constituindo uma aproximação do fenômeno a ser explicado. Um modelo nunca esgota a complexidade do fenômeno.

Na literatura internacional de acordo com Álvaro Tamayo em seu trabalho publicado em 2008, não se encontra praticamente nenhum modelo para estudar e avaliar os valores organizacionais. A maioria das avaliações dos valores organizacionais tem sido realizada a partir da análise de documentos oficiais da empresa (relatórios anuais, estatutos, discursos, revistas internas…) sem hipóteses prévias, isto é, sem um modelo da forma como esses valores estão estruturados. Às vezes, o pesquisador elabora um modelo a posteriori para tentar integrar nele os resultados observados.

Dois modelos têm sido elaborados a para representar a estrutura dos valores organizacionais: o modelo cultural e o modelo das motivações pessoais. O modelo cultural dos valores organizacionais baseia-se no fato de que toda organização é e possui uma cultura e postula que estes estão organizados em três dimensões bipolares que representam as alternativas de resposta da organização aos dilemas mencionados: autonomia versus conservadorismo, hierarquia versus igualitarismo e harmonia versus domínio.

O modelo das motivações pessoais postula que existe isomorfismo motivacional entre os valores pessoais e organizacionais. Trata-se de dois conjuntos diferentes de valores que expressam e representam motivações semelhantes do indivíduo e do grupo, do trabalhador e da organização. O que implica na correspondência de metas entre o trabalhador e a organização.

Na próxima semana retomaremos os dois modelos apresentados aqui.

Irineu Vitorino

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