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Os garotos de ouro do CMM

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A maioria das pessoas tem tristes lembranças da matemática, nos tempos de escola. Houve época em que o aluno que errava a tabuada, era punido com palmatória e estigmatizado como burro. Felizmente os métodos mudaram, e para melhor, como no CMM (Colégio Militar de Manaus) onde o estudo dessa disciplina é realizado com métodos modernos, o que faz com que os antes temidos números, fórmulas e cálculos sejam totalmente compreendidos pelos alunos. Não por acaso 54 deles ganharam medalhas (27 de ouro e 27 de prata) na OIMSF (Olimpíada Internacional de Matemática Sem Fronteiras), organizada no Brasil pela Rede POC (Programa de Olimpíadas do Conhecimento). Como resultado da conquista, o colégio foi convidado a integrar a delegação do Brasil que irá para a AIMO 2018 (Asia International Mathematical Olympiad). O evento acontecerá em Bangcoc, na Tailândia entre os dias 3 e 7 de agosto.

“Ano passado o CMM conquistou 29 medalhas e participou do evento, que aconteceu na Índia, durante a 4ª Convenção Internacional de Economia e Comércio. Levamos sete alunos, de diversas séries e, durante cinco dias eles participaram de várias competições”, falou o coronel Mário Anselmo Marszalek, comandante e diretor de ensino do CMM. “Foi gratificante pelo fato de ter sido a primeira experiência internacional em competições do CMM. Essas conquistas, esses ganhos, são os frutos do incentivo que nossos alunos recebem para estudar e aprender a matemática e desmistificar que é uma matéria difícil de ser aprendida”, completou. “Ano passado tivemos o privilégio de ser um dos representantes do Brasil na AIMO 2017, mas esse ano, devido ao tempo exíguo (ano passado o evento aconteceu em outubro, este ano será em agosto), não poderemos ir até a Tailândia, mas continuaremos sempre a incentivar nossos alunos a participar de eventos do gênero”, adiantou o comandante.

“Não existe segredo para se aprender matemática. O que deve haver é estímulo, principalmente se for dado por alguém que goste e entenda de matemática”, garantiu o tenente Daniel Mota da Silva, professor de matemática e coordenador OIMSF, no CMM, orgulhoso porque três de seus alunos do 8º ano ganharam medalha de ouro.

“O que adotamos aqui no CMM é o aprender se divertindo, de forma lúdica, um ajudando o outro. Temos aqui no colégio o Clube da Matemática e prática do xadrez, onde o raciocínio lógico é estimulado. Para se ter ideia da complexidade que é participar de uma Olimpíada dessas, os participantes, reunidos em grupo, precisam responder, justificar a resposta e até responder uma das questões num determinado idioma, escolhido antes.

As provas acontecem num mesmo dia e num mesmo horário em todo o mundo”, explicou.

Alunos acima da média

José Luiz Vargas de Mendonça ganhou medalha de ouro na Olimpíada do ano passado e foi um dos alunos que viajou para a Índia. Este ano ele ganhou prata, “mas é porque nosso grupo não conseguiu concluir as questões no tempo determinado”, lamentou. “Não. Matemática não é fácil e você precisa ter afinidade com a matéria, se interessar em querer saber mais, não ver barreiras. Quando eu era mais novo tive problemas com a matemática, mas minha mãe me influenciou muito a gostar da matéria”, lembrou. Além da matemática, Vargas de Mendonça gosta de outros idiomas. Fala fluentemente o inglês e o japonês e já fez intercâmbio cultural no Japão. No próximo ano o jovem já vai para a faculdade.

Os três alunos do tenente Daniel, ganhadores da medalha de ouro, têm praticamente um mesmo histórico quando o assunto é a matemática. Todos eles do oitavo ano, desde 2016 participam da OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas). Ernesto Durgante da Silveira tem um ouro, no ano passado; Henryc da Silva Vasconcelos já tem duas pratas; e Magnus Wallace do Amaral Vital ganhou menções honrosas. Os garotos aguardam o resultado da Olimpíada deste ano.

“Sempre tive afinidade com a matemática, mas minha mãe me ajudou bastante, no começo. Em tudo eu consigo ver números e cálculos, tal é meu gosto pela matemática”, revelou Durgante. “Desde muito pequeno a minha mãe me deu uma tabuada e me ensinava. Meu gosto pela matemática vem desde aí”, disse Henryc. Já Magnus nunca teve dificuldades com a disciplina. “Sempre achei a matemática muito divertida. Para mim é uma brincadeira mexer com os números”, garantiu.

Os quatro garotos ostentam no ombro esquerdo, o alamar, símbolo de sua inteligência. Só pode usar tal distinção o aluno que conseguir nota oito, ou mais, em todas as disciplinas do CMM.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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