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Os bailes nos clubes e as bandas de rua

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Com recursos em baixa para as escolas de samba, ganham força as bandas de rua na capital amazonense. Há alguns anos elas se espalham do centro aos bairros de Manaus e este não vai ser diferente ou, como diz a marchinha, será que este ano não vai ser igual aquele que passou? Depende. Para o escritor Gaitano Antonaccio, os carnavais de sua juventude foram os melhores até hoje, os famosos bailes, brincados dentro dos clubes.

“Minha vida carnavalesca começou quando eu completei 15 anos e uma banda de metais, comandada por um militar amigo do meu pai, foi tocar músicas de carnaval na frente da minha casa. Depois eles entraram na casa e foi a maior festa. Desde então virei um folião”, recordou.

Para Gaitano, a década de 1960 inteira até parte da década seguinte foi ótima no quesito festas de carnaval. “Manaus tinha vários clubes, Olímpico, Barés, Cheik, todos frequentados por mim, mas os melhores, nos quais a alta sociedade manauara baixava em peso, eram o Ideal e o Rio Negro”, contou.
“Fui diretor da Juventude, depois diretor Social e Financeiro desses clubes, além de ajudar na organização dos bailes, então participava de todos. Ainda ajudava nos Barés, um clube, como o Cheik, frequentado por descendentes de árabes”, disse.

Diferente dos dias atuais, quando as bandas de rua começam a fazer festas no começo do mês, agora com os concorridos “esquentas”, antes o carnaval só durava de sábado a terça-feira. Antes desses dias aconteciam os encontros para a organização dos bailes e na quarta-feira, restavam as cinzas. O artista plástico Branco Silva era quem fazia as decorações temáticas dos clubes. “O gostoso também era saber que lá dentro você encontraria as suas amizades e pessoas elegantes, que apareciam nas colunas sociais dos jornais diariamente. Aquele mundo era o máximo”, falou.

Nos clubes, orquestras de metal, da Polícia Militar e outras existentes na cidade, tocavam somente sambas e marchinhas. E viravam a noite. “Os bailes costumavam começar às 22h e seguiam até 7h da manhã. Não havia brigas, todos se divertiam e ficavam vestidos a noite toda com seus trajes a rigor. Nada de tirar a roupa para se exibir. Isso não existia”.

Banda do Mandys Bar, a pioneira
“Os bailes do Ideal eram no sábado, com concurso de fantasia, cujas passarelas atravessavam a Eduardo Ribeiro, para que quem não conseguisse entrar também visse o desfile, e seguiam até dentro do clube. Não tinha negócio de penetra. Se não fosse associado ou tivesse com a mensalidade atrasada, não entrava.

As festas no Rio Negro aconteciam no domingo, e acabavam pela manhã, com todos descendo pela avenida Eduardo Ribeiro ainda animados”, garantiu.

“Os bailes de carnaval foram perdendo o seu brilho à medida que a cidade foi crescendo. Surgiram grandes hotéis nos quais também aconteciam grandes festas, foram abertos mais clubes e a própria alta sociedade foi se dissolvendo”, lamentou.

Durante a década de 1980 aconteceram os últimos grandes bailes do Ideal e do Rio Negro, exatamente no período em que começaram a surgir as pioneiras bandas de rua, como a do Mandys Bar, no final da década de 1970, e a Bica (Banda Independente Confraria do Armando), iniciada em 1986.

O colunista do Jornal do Commercio, Pedrinho Aguiar, ficou famoso pela participação em concursos de fantasia em fins da década de 1960 e início da década de 1970, em clubes como União Portuguesa, Ideal e Rio Negro. Pedrinho viu o surgimento das bandas de rua e a derrocada dos bailes nos clubes.

“Nao sei exatamente o ano em que surgiu a banda do Mandys Bar, que ficava no Hotel Amazonas. Mas ela foi a primeira chamada banda de rua da cidade, surgida na década de 1970. Foi criada pelo Antenor Amazonas, que trabalhava na Sham (Sociedade de Habitação do Estado do Amazonas) e pelo médico Ademar Brito. A Banda do Mandys Bar saía da frente do Hotel Amazonas, seguia pela Floriano Peixoto, Eduardo Ribeiro, 10 de Julho, Getúlio Vargas e Floriano Peixoto, novamente.

Em 1986 surgiu a da Bica, que também circulava pelas ruas, praticamente as mesmas do Mandys.
Em 1995 a banda do Mandys Bar saiu pela última vez. Para mim, as atuais bandas perderam muito em alegria e diversão em relação à banda do Mandys”, reclamou. “Era muito bacana sair pelas ruas do centro atrás dos músicos e seus metais, e eles iam a pé”, completou.

Agenda do Carnaval 2017

Sábado (11)

1º Carnaval do Park
Atrações: bandas Música e Magia e Ateliê na Folia
Onde: Park Vieiralves, rua Rio Madeira, nº 450
Ingresso: R$ 10, criança e R$ 20, adulto

1ª Banda do ViaNorte
Atrações: bandas Pororoca Atômica, Cauxi Eletrizado, Xiado da Xinela e Dj Evandro Jr.
Onde: Shopping Manaus ViaNorte, a partir das 16h
Ingresso: R$ 5,

Baile do Hawaii
Atrações: DJs Sidney Almada, Graciano Rebelo, Madame C e Bass Mazé
Onde: Piscina Vitória Régia do Tropical Hotel, a partir das 22h
Ingresso: R$ 80, a R$ 1.330,

Banda do DJ Raidi Rebelo
Atrações: DJ Adahilton, Gang do Forró e Cacildis
Onde: quadra da Vitória Régia

Domingo (12)

Banda do Sun Paradise
Atrações: DJs Sandro Souza, Augusto Leel, Fernando Araújo, Paulo Marques, Bandas Cacildis e Vai Garotão
Onde: Tarumã, a partir do meio-dia

Sábado (18)

Banda da Bica
Atrações: Cauxi Eletrizado e Manaus Frevo
Onde: Largo de São Sebastião, a partir do meio-dia

Banda da Difusora
Atrações: Banda Marrakesh, Os Embaixadores, Bateria do G.R.E.S. Aparecida, Júnior e Banda
Onde: av. Eduardo Ribeiro, em frente ao edifício Palácio do Comércio, a partir do meio-dia

Domingo (19)

Banda do Boulevard – 30 anos
Onde: Boulevard, dia 12 (esquenta)

Bloco do Copacabana (Os Bambaz)

Banda dos Barbeiros

Sexta-feira (24)

Pump Carnaval

Sábado (25)

Carnatrance

Domingo (26)

Banda do Theo
Banda do Gargalo
Bloco das Piranhas

Segunda-feira (27)

Banda do Caldeira
Abadá/ Área Vip/ Camarote

Manaus Fantasy
Bloco do Eu Sozinho

Terça-feira (28)

Banda do Galo
Onde: av. das Torres, a partir das 14h

Bloco do P10

Desfile das escolas de samba no sambódromo

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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