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Operando no prejuízo

Operando no prejuízo

O mercado de bares e restaurantes foi um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Após meses com as portas fechadas, a maioria dos estabelecimentos está operando no prejuízo na reabertura do comércio. É o que mostra a nova pesquisa da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurante): 53% deles fecharam setembro no vermelho, 33% estão em equilíbrio e apenas 14% tiveram lucro – isso mesmo com a extensão do horário de funcionamento e ligeira melhora nas receitas.

A retomada é lenta e pode ser explicada pelo comportamento mais receoso do consumidor, tanto em relação às incertezas econômicas quanto ao medo de contágio, que ainda está presente para muitos. “Agora começa uma flexibilização maior e a expectativa é termos uma retomada gradual do faturamento. Alguns perfis de empresa estão sofrendo mais, como os que atendem as classes A e B. Outros, como os que têm perfil de público C e D, estão tendo uma retomada melhor, parte explicada pela renda relacionada aos benefícios emergenciais. Em volume estimo que já chegamos a 60% do que era na mesma época de 2019, antes da pandemia”, diz Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

A Abrasel acredita que, como 30% dos estabelecimentos do setor deixaram de operar, haverá um equilíbrio da oferta e quem sobreviver até dezembro voltará a ter o faturamento pré-pandemia. Entre os bares e restaurantes participantes da pesquisa, realizada em 27 estados, 23% esperam equilibrar o caixa em até 6 meses com o atual faturamento. Outros 20% estimam levar até um ano.

Endividamento reflete no consumidor

Para manter o estabelecimento aberto, 62% dos empresários precisaram recorrer a novos empréstimos. Outros 18% tentaram, mas receberam negativa dos bancos. O reequilíbrio das contas deve levar até dois anos para 30% dos casos.

Somado a esse cenário, há a percepção de que os custos com mercadorias subiu em relação ao período pré-pandemia. A conta não fecha, e a situação reflete no consumidor: 56% dos bares e restaurantes tiveram que aumentar os preços dos itens do cardápio (a maioria entre 6% e 10%).

Outro fator de impacto importante é a geração de empregos. Antes da pandemia, o setor era responsável por mais de 6 milhões de empregos no Brasil. Hoje opera com menos funcionários e não pretende contratar – realidade de 57% dos estabelecimentos.

“A pesquisa mostra que quem conseguiu sobreviver terá um caminho duro pela frente nos próximos meses e até nos próximos anos”, diz Solmucci.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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