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Oitavo mês seguido de alta nas contratações

O saldo de empregos com carteira assinada cresceu pelo oitavo mês seguido, no Amazonas, na passagem de setembro para outubro, mas voltou a desacelerar. O Estado criou 2.099 postos de trabalho celetistas, gerando alta de 0,47% na variação mensal, dada a predominância das admissões (+17.266) sobre os desligamentos (-15.167). Mas, foi um resultado inferior ao registrado no mês passado (+0,97% e +4.302). Como de costume, os acréscimos se foram puxados por Manaus (+2.165 e +0,54%), sendo alavancados por serviços e comércio.

O desempenho proporcional do Amazonas bateu a média da região Norte (+0,45%), mas ficou aquém da média nacional (+0,62%). Com a nova performance positiva, o Estado conseguiu se manter no azul nos saldos dos acumulados do ano (+7,77% e +32.041) e dos últimos 12 meses (+8,43% e +34.535), na série com ajuste. O estoque – que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos – registrado no mês passado foi de 446.234 ocupações formais. Os números estão na mais recente edição do “Novo Caged”, divulgada pelo Ministério da Economia, nesta terça (30).

A mesma base de dados informa que o Brasil apresentou saldo de 253.083 empregos celetistas, em outubro, com as contratações (+1.760.739) voltando a superar as demissões (-1.507.656). Impulsionado pelo setor de serviços (+180.660), o resultado foi o terceiro pior do ano, superando apenas abril (+120.935) e março (+184.140). Houve desaceleração ante setembro (313.902) e o desempenho também ficou devendo em relação a outubro de 2020 (+388.9038). No acumulado de 2021, já foram criadas 2.645.974 vagas (+6,86%), levando o estoque a contabilizar 41.353.207 vínculos empregatícios em todo o país.

Todas as regiões do país tiveram saldo positivo na geração de emprego, no mês passado, com destaque para o Nordeste (+0,77%) e Sul (+0,68%), que avançaram acima da média nacional. Em termos relativos, os destaques vieram da Paraíba (+4.283 postos e alta de 0,99%), Maranhão (+4.979 e +0,95%) e Alagoas (+3.444 e +0,93%), entre outros. O único dado negativo partiu do Amapá (-95 e -0,14%). São Paulo (+76,9 mil), Minas Gerais (+21,3 mil) e Rio de Janeiro (+19,7 mil) foram as unidades da federação que mais geraram postos de trabalho, em números absolutos.

Serviços e comércio

Diferente do ocorrido nos cinco últimos meses, apenas três dos cinco setores econômicos listados no Amazonas pelo “Novo Caged” conseguiram saldos positivos, entre setembro e outubro. Em números absolutos, o melhor dado veio novamente do setor de serviços, que abriu 1.014 novas vagas celetistas, gerando acréscimo de 0,51% em relação ao estoque de agosto – embora o número tenha voltado a ficar abaixo do apresentado no levantamento anterior (+2.173 e +1,10%). O destaque positivo veio de alojamento e alimentação (+1,38% e +240) e o negativo, dos serviços domésticos (-2,07% e -3).

No mês dos Dia das Crianças, e já com os preparativos para a Black Friday em curso, o comércio subiu da terceira para a segunda posição do ranking amazonense de geração de empregos formais. O setor comercial – que reúne também a atividade de “reparação de veículos” – registrou alta de 0,79% e abriu 801 novos postos de trabalho, em compasso mais acelerado do que o de setembro (+0,68% e +721). Os resultados foram novamente melhores no varejo (+1,24% e +957), do que no atacado (+0,88% e +150) e no subsetor de veículos (-4,12% e -306).

Com geração 645 de postos de trabalho formais, e saldo mais fraco do que o de setembro (+1.120), a indústria em geral caiu da segunda para a terceira posição, ao avançar 0,57% em relação ao estoque do mês anterior. O impulso na geração de novas vagas veio da indústria de transformação (+678), que também desacelerou o passo no confronto com o dado do mês precedente (+1.062). Foi seguida de longe pela divisão de eletricidade e gás (+11) e pela indústria extrativa (+1). Já o segmento de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (-45) voltou ao campo negativo.

Em contrapartida, o setor de construção (-352) se manteve na quarta colocação, desta vez enxugando empregos com carteira assinada e apresentando variação mensal negativa de 1,47% – a pior da lista. A performance do setor foi depreciada pelas obras de infraestrutura (-4,08% e -165) e construção de edifícios (-3,30% e -231), em detrimento dos serviços especializados para construção (+0,34% e +44). Já a agropecuária voltou a ficar na última colocação, a trocar de sinal e eliminar 9 vagas (-0,24%). 

No acumulado do ano, o setor de serviços (+14.112) também foi o que mais abriu novos postos de trabalho no Amazonas, ao crescer 7,59% sobre o estoque anterior. Na sequência estão a indústria (+8,08% e + 8.528 vagas) e comércio (+5,68% e +5.525). Embora tenha ficado no quarto lugar do ranking, a atividade de construção (+3.421) também foi a que mais cresceu nesse tipo de comparação (+16,99%), seguida pela agropecuária (+14,05%), que gerou 455 novos empregos, de janeiro a outubro deste ano. 

Sazonalidade e otimismo

A despeito da desaceleração, o presidente do Cieam, Wilson Périco, considerou que o resultado de outubro foi “positivíssimo” para a indústria e melhor do que o esperado. O dirigente ressalta que as contratações para atender às vendas de Natal aconteceram em setembro e outubro, e lembra que é normal que haja alguma perda do ritmo de criação de novos empregos no setor, com a aproximação gradual do final do ano. 

“O desemprego está caindo em nosso Estado e no país. O fato de ainda estar crescendo é, sim, bastante positivo. Poderia estar estabilizado já, mas está acima do mês passado, o que é muito bom para todo mundo. Este ano vai ser bem melhor do que 2020 em todos os indicadores, principalmente no indicador social da geração de empregos. Vamos torcer que seja assim no ano que vem. Temos tudo para ter um 2022 bom também, em que pese a questão de ser ano eleitoral. Vamos acompanhar”, afiançou.

Para o presidente em exercício da Fecomercio-AM, Aderson Frota, embora os últimos dois meses tenham sido de alta nas contratações, a geração de mão de obra no setor também não deixa de ser impactada por inflação, juros e outros fatores do mercado interno e externo. “O comércio, não obstante as dificuldades, sofre os choques e melhora. Tudo indica que teremos números melhores neste ano. Já o setor de serviços ainda está crescendo, depois da melhora nos indicadores da pandemia”, asseverou.

O presidente do Sinduscon-AM, Frank Souza, estranhou os números e atribuiu o desempenho ao clima e à redução de obras públicas. “No Brasil, o setor foi positivo. No meu entendimento, a redução do Amazonas se deu pelo período chuvoso e pelo baixo índice de obras de infraestrutura. Devemos ter uma estabilização nos meses de fim de ano. O setor imobiliário deve manter o ritmo, em 2022, porque as vendas foram boas e as empresas devem continuar contratando, pois precisam realizar os empreendimentos vendidos. Mas, as eleições devem reduzir as obras públicas de infraestrutura”, concluiu. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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