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Oferta cresce, mas esbarra na falta de qualificação

Apesar do aumento constante da oferta de empregos, o problema da escassez de qualificação da procura persiste em todos os setores e na indústria em particular. Faltam pessoas com formação específica tanto da área técnica quanto superior para ocupar vagas estratégicas no PIM (Polo Industrial de Manaus).
Para o economista, professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e consultor empresarial, José Laredo, a escassez é normal para o mercado capitalista. “A imensidão de profissionais específicos que o Distrito necessita é muito abrangente e não há como formar em todas as áreas. Não há o menor problema em empregar mão de obra de outros Estados. Qualquer cidade passa por isso”, amenizou.
Na avaliação de Laredo, os produtos passam por ciclos de vida que interferem na fabricação do produto. Em alguns casos, se o item possui um período curto de permanência no mercado, não é justificável para as indústrias formarem mão de obra qualificada, visto que o trabalhador não poderá ser empregado em outra função após o término de ciclo de vida do produto.
“Hoje em dia, há a questão da concorrência entre as fábricas. Qualquer lançamento é acompanhado e realizado seguindo a necessidade imediata gerada pela concorrência. Este é motivo pelo qual as indústrias acabam não investindo na qualificação dos funcionários”, explicou.
Porém, na opinião do presidente da Simplast (Sindicato das Indústrias de Material Plástico de Manaus), Carlos Monteiro, as empresas estão buscando formar a mão de obra na própria empresa. Segundo ele, até 2012 a entidade deverá fechar um acordo com Portugal, Japão e Coreia para criar uma escola na qual formará mão de obra na área de ferramentaria. Devido à falta de profissionais, os que atuam nesta área podem ganhar de R$ 2.000 a R$ 3.500 mensais. Algumas empresas do setor plástico contratam profissionais de cidades como São Paulo e Caxias do Sul (RS).

Segundo idioma

Já para o diretor do Sindicato das Indústrias de Bebidas em Geral de Manaus e diretor da empresa Recofarma, Joiro Veiga, a principal falta é de pessoas com conhecimentos técnicos em normas internacionais e que tenham um segundo idioma fluente. Por esta razão, a maior parte das vagas é preenchida com mão de obra vinda do eixo Rio – São Paulo.
“Temos dificuldade para contratar pessoas da área de administração financeira de nível superior que domine o inglês e que entenda das normas de contabilidade dos Estados Unidos. Levamos quase um ano para preencher o cargo de gerente financeiro com as qualidades que queríamos”, relatou.
O coordenador do Sine/AM (Sistema Nacional de Emprego do Estado do Amazonas), Murilo Cunha, esclarece que muitas pessoas com diploma de nível superior não procuram o órgão para preencher as vagas em aberto no Distrito, sobretudo nos cargos de engenharia. “Nós até temos empresas que pedem profissionais especializados, mas muitos não mandam os currículos por acreditarem que não trabalhamos com esse tipo de demanda”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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