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O turismo, o turismólogo e a economia

No último dia 27 de setembro foi comemorado o Dia do Turismo e do Turismólogo. Profissão nova, com menos de 25 anos, o profissional do turismo está conquistando seu espaço. Com mais lentidão do que gostaria, porém acompanhando o crescimento do próprio setor.

A maior fatia do turismo ainda é abocanhada pelo setor de alimentação fora do lar. Em outras palavras: bares e restaurantes. Talvez porque estes não atendam apenas aos turistas, mas principalmente ao público local. O setor é responsável por 40% do PIB do turismo. Por uma questão de justiça, devemos dar crédito e mérito a muitos setores que não entram no cômputo do PIB do turismo, mas que são essenciais para a sua implantação e continuidade. Falamos do serviço público. Não pode haver turismo sem infra-estrutura nos portos, aeroportos, estradas, serviços de segurança, comunicação entre outros que independem do empresário do setor.

Em Manaus, a implantação da Zona Franca e consequentemente o pólo industrial, trouxe um solavanco cultural, econômico e social que foi sendo absorvido e hoje faz parte do dia-a-dia do manauara. Na época, a maioria das empresas industriais trouxe seu corpo técnico de fora. Descontados os exageros, a medida era necessária, uma vez que a comunidade amazonense pouco ou nada participou do planejamento do modelo.

Existe uma esperança que a indústria do turismo provoque outro “boom” de crescimento no Amazonas. Turismo de natureza, e de aventura são nichos que só crescem menos que o turismo religioso. As pessoas procuram cada vez mais destinos turísticos diferentes. Não se pode convencer um japonês de enfrentar 12 horas de fuso horário, sentá-lo num avião por quase 20 horas, para que ele venha relaxar numa praia. Ele vai preferir as praias da vizinha (dele) Austrália. Por isso há necessidade de incrementar os destinos da Amazônia, e divulgar para oferecer algo realmente único para o turista da Ásia.

Apenas 1,6% dos americanos que fazem turismo fora do seu país vêm para o Brasil. Assim mesmo, respondem pelo segundo lugar em visitantes, perdendo apenas para los hermanos argentinos. Segundo os empresários do setor, a culpa maior seria das autoridades brasileiras que burocratizam demais o visto dos americanos para o Brasil. Motivos à parte, a situação prejudica o turismo.

Há uma coisa muito auspiciosa acontecendo: Manaus conta com seis universidades que têm curso superior de turismo. Entre 150 e 200 profissionais são despejados no mercado, todo o ano. Estamos falando do turismólogo, de nível superior. Infelizmente, dos mais de 1.100 que chegaram ao mercado desde 1999, apenas 20% estão atuando no setor.
O que estamos assistindo, na prática, é uma inversão de mão de obra. Se, com o advento da Zona Franca, em 1967, havia deficiência de profissionais, hoje, na área de turismo, eles sobram.

A Assembléia Legislativa do Estado fez uma sessão solene, presidida pelo deputado Francisco Souza, presidente da Comissão de Comércio e Turismo da Assembléia. Os que estiveram presentes à reunião saíram otimistas. Ficou notória a intenção de aproximar a atividade pública para o setor e s empresários e profissionais que atuam no ramo.
É um bom começo. Que venham os turistas!!

Luiz Lauschner é escritor e empresário.
E-mail: [email protected]
Site: www.luizlauschner.prosaeverso.net

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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