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O risco que o novo empresário gosta

Muito se fala sobre o quanto as dificuldades podem ser criadoras de oportunidades. Porém se analisarmos a fundo, é necessário um outro tipo de percepção da sociedade para identificar uma demanda não atendida. Não é só você ter força de vontade ou uma grande ideia, outros fatores influenciam de forma crucial no sucesso do seu negócio. Analisando o mercado de forma independente destes fatores, o empreendedorismo no Brasil cresceu a passos largos. O índice de jovens empreendedores ultrapassou 17% de crescimento entre os anos de 2017 e 2018. 

Por que você acha que houve esse aumento? Será que os jovens estão mais propícios a empreender ou são as redes sociais que proporcionaram uma escalabilidade tão alta que transforma qualquer coisa em negócio? Ou será que hoje temos mais acessos a histórias reais de sucesso, aquela representatividade que nos faz pensar: “se ele pode, eu posso” e assim qualquer um pode ter uma ideia do zero e terminar milionário “under 30s”. 

Enquanto a geração Y, que não cresceu com celular e nem computador na mão, tinha que se submeter a formalidade das graduações em busca de um emprego, a geração Z se torna milionária apenas por mostrar sua vida nas redes sociais, como fazem os famosos influencers. A verdade é que essa diferença de geração tem mudado alguns conceitos, como por exemplo, a diferença de perfis que grandes empresas buscavam no mercado, a substituição do profissional que costumava ser Administrador pelo Empreendedor, bem como a saída do chefe e a entrada do líder. A meu ver, enquanto o líder identifica as oportunidades, cria negócios e projetos, desafia o status quo e, principalmente, foca na inovação e criatividade, o chefe, coloca suas ideias em prática, gere recursos e atividades; dirige, orienta e organiza; garantindo a permanência do status quo. Ele preza pela manutenção e reprodutibilidade, ou seja, ocupa-se da constância, “fazer bem-feito o que sempre foi feito”. A diferença de gestão entre eles é altamente perceptível e reflete diretamente na velocidade que encontramos hoje no mercado.  

Entre os novos empreendedores brasileiros, mais de 60% disseram que abriram o próprio negócio por terem identificado uma oportunidade de mercado. E mesmo diante desta pandemia, o Ministério da Economia informou que 3,359 milhões de empresas foram abertas no Brasil no ano passado e 1,044 milhão foram fechadas. Assim, o país registrou um saldo positivo de 2,315 milhões de novos negócios no período. Por mais que a gente tente identificar um ponto X, a fórmula exata para o sucesso ainda não foi identificada. Há uma junção de variáveis que só quem conhece o seu nicho, o seu mercado e o seu público conseguem definir. E foi justamente pensando nisso que eu comecei essa coluna. “Da ideia ao Mercado”, vai trazer semanalmente entrevistas com empreendedores de diversas áreas, que contarão como transformaram a sua ideia em uma empresa promissora. 

Para a coluna de estreia, o meu convidado especial é o Presidente da Associação de Jovens Empresários do Amazonas – AJE, Rafael Amorim. 

Rafael é casado com Vanessa, com quem tem 2 filhos, o Miguel e o mais velho, João Victor. Formado em Rede de Computadores, Marketing e MBA com ênfase em Comercial e Varejo. Iniciou sua jornada empreendedora aos 17 anos e desde cedo já identificava o gosto por vendas. Atuou em todos os setores da empresa fundada por seu pai e ocupa atualmente o cargo de Diretor Comercial da Pará Cabos. 

Qual a maior diferença que você vê entre os novos empreendedores e os da geração dos nossos pais?  

A grande diferença é que essa nova geração não tem medo de errar. Medo de quebrar a cara e recomeçar. 

Como você descreveria o ambiente de negócios em Manaus neste momento, para os jovens empresários? 

Bom, com tudo que está acontecendo, muitas pessoas estão aproveitando o “NETWORK” para a sobrevivência de seus negócios. O jovem empresário e empreendedor está se desdobrando para encontrar seu lugar ao sol. Isso é muito bom. Acompanho dois grupos de jovens empresários e ambos estão em crescente busca de novos negócios, atualizando os que já possuem e até mesmo se reinventando. 

Estando a frente do AJE o que você enxerga sobre a empregabilidade? Você acha que essa geração ainda busca “um emprego para vida” ou têm perspectivas diferentes? 

Dentro da AJE, a amizade com empresários nos ajuda nas discussões em relação a empregos, colaboradores. Ainda temos na grande maioria, pessoas que preferem trabalhar para outras, com o intuito de preservar a segurança financeira. Porém, nas rodas de conversas se temos colaboradores que se destacam, muitos são apoiados para abrirem seu próprio negócio. 

De acordo com Agência Brasil, não exatamente por vocação, mas principalmente por necessidade, nos nove primeiros meses de 2020, o número de microempreendedores individuais (MEIs) no país cresceu 14,8%, na comparação com o mesmo período do ano anterior, chegando a 10,9 milhões de registros.  Foram 1,15 milhão de novas formalizações entre o fim de fevereiro, pouco antes do início da pandemia, até o fim de setembro, segundo dados do Portal do Empreendedor, do governo federal. Somado às mais de 7,5 milhões de micro e pequenas empresas, esse setor representa 99% dos negócios privados e 30% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos) do país. 

Na sua avaliação, o que mudou na rotina do jovem empreendedor brasileiro por conta da pandemia? 

A necessidade de ter novas ideias. Muitos precisaram se reinventar. Se o plano de negócios estava voltado para um determinado segmento, viram-se obrigados a mudar a rota para se manter ativo no mercado. O que pudemos perceber também, foi muita gente disposta a não parar, que viram no empreendedorismo uma grande oportunidade. Além de ganhar dinheiro e não ficarem dependentes de ninguém, enxergaram um novo rumo para suas vidas. 

Quais são os principais parceiros da AJE e como tem sido a relação da associação com eles? Que avaliação pode ser feita do trabalho desenvolvido pela AJE em apoio ao novo empreendedor? 

Nossos principais parceiros são o Sebrae, Don Cabral, Faculdade Estácio. Porém queremos aumentar esse leque. Hoje, ainda estamos estudando a possibilidade de novos parceiros, porém nosso foco está em oferecer treinamentos para que o empreendedor tenha suporte para continuar evoluindo como profissional e levar sua empresa cada vez mais longe. Indicamos os próprios associados para consultorias de acordo com a experiencia e a necessidade que cada um tem sobre o seu negócio.  

Que recado você daria para aqueles que querem empreender, mas ainda não começaram? 

Comecem o quanto antes, tirem as ideias do papel. Estudem o mercado que querem entrar, a internet ajuda muito neste processo hoje em dia. Temos vários exemplos de empreendedores que começaram aos 13 anos e aqueles que começaram aos 60. A idade não importa apenas COMECEM. 

A AJE Amazonas é uma associação de jovens empresários e empreendedores, fundada em 2013 com o objetivo de fomentar e difundir a cultura do empreendedorismo no Estado. Com a missão de formar novas lideranças, gerar negócios em rede entre os associados e representar os jovens empresários do estado, atualmente conta com a participação de mais de 40 associados de diversos ramos empresariais. Para saber mais informações acesse @aje_amazonas nas redes sociais.  

Foto/Destaque: Divulgação

Raquel Omena

é especialista em negócios digitais, editora da coluna Mais Empresárias
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