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O pão nosso de cada dia

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Nesta segunda-feira (16), comemora-se o Dia Mundial do Pão e, para festejar a data desse que é um dos primeiros alimentos do ser humano e até hoje é servido em mesas de todo o planeta, o Sindpam (Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Amazonas) montou pelo quarto ano consecutivo uma panificadora dentro de um shopping, no caso o Manauara, reunindo stands de algumas das principais panificadoras de Manaus com o que de melhor produzem diariamente para seus clientes. O evento começou ontem, sexta-feira (13), e segue até domingo (14), no piso Castanheira, do mall.
“Nosso evento é único no Brasil. Nenhuma outra instituição instala uma indústria de pães dentro de um shopping como nós, do Sindpam, vimos fazendo há quatro anos”, falou Williams Teixeira Barbosa, presidente do sindicato.

Atualmente, de acordo com Williams, existem em Manaus 1.460 padarias legalizadas, proporcionando 14 mil empregos diretos e cerca de 30 mil indiretos. Ainda, segundo Williams, são mais de duas mil as padarias informais e o Sindpam não possui o número de quantas pessoas trabalham nessa informalidade.
Continuando a falar de números, o presidente do sindicato informou que por mês o segmento de padarias movimenta R$ 125 milhões somente na capital. “Isso resulta do consumo/mês de 16 mil toneladas de trigo, correspondente a 325 mil sacos de farinha de trigo que chegam a Manaus, de navio, vindos do Canadá, onde se produz o melhor trigo do mundo, da Argentina, e alguma coisa dos Estados Unidos”, informou.

“Esse trigo chega a Manaus em grãos. Aqui ele é moído e ensacado. Enquanto o Brasil é o maior produtor de soja do planeta, por pura falta de políticas públicas para o trigo, o Brasil só contribui com 6% do que consumimos de trigo. Não dá pra entender porque já que o produto é o único alimento do mundo encontrado diariamente na mesa das pessoas. O faturamento nacional com o trigo corresponde a 6% do PIB, o que dá um total de R$ 84 bilhões movimentados anualmente. No país, diariamente, 42 milhões de pessoas passam numa padaria”, falou.

O evento no Manauara fica até às 22h de domingo. “Nossa projeção, de acordo com os anos anteriores, é que 200 mil pessoas venham aqui na nossa panificadora conhecer e adquirir os excelentes produtos fabricados pelas panificadoras manauaras”, disse.

Criada em Nova Iorque
Salgado ou doce, com recheio ou sem, na chapa, torrado e de tantas outras formas, o famoso pãozinho é um dos alimentos mais tradicionais no mundo e, especialmente, no dia a dia dos brasileiros. Em homenagem a essa iguaria, em 16 de outubro é comemorado o Dia Mundial do Pão. A data foi determinada pela União dos Padeiros e Confeiteiros, em Nova Iorque, no ano de 2000. Com o passar do tempo, a receita original que leva farinha, água, sal e fermento, foi ganhando novas versões. O pão, também consumido em diversas partes do mundo, é famoso no Brasil por fazer parte de um típico café da manhã. Muitas famílias mantêm o costume de ir até a padaria comprar o pão fresquinho e levar para casa. Em diversos casos, isso é feito todos os dias pela manhã, tornando-se parte de uma cultura. “O pão é um dos elementos dos sete grupos alimentares básicos, fundamentais para a saúde e o crescimento”, ressaltou a especialista em nutrição clínica, Patrícia Leite. “É comum que as pessoas eliminem o pão da dieta quando pretendem emagrecer, mas, sem ele, teriam que comer uma quantidade muito maior de outros alimentos, bem mais caros, para manter a saúde e a energia”, completou. “O mais correto é aprender a consumir o produto mantendo o equilíbrio nutricional, pois ele contém carboidratos, proteínas e lipídios, essenciais para o organismo”, alertou. “A ausência de carboidratos, presentes no pão, pode provocar confusão mental, tontura e até desmaios. O carboidrato é um combustível essencial para o cérebro. Quem quer perder peso, deve incluí-lo em apenas uma das refeições, dando preferência ao tipo integral”, concluiu.

Através dos tempos
A história indica o Egito como berço do pão moderno, surgido há cerca de 4.000 anos a.C. Naquela época o produto servia como moeda de troca, inclusive para pagamento de salário aos trabalhadores. Segundo pesquisas, foram encontradas na região, câmaras para cozimento e pedras primitivas usadas para moer grãos. O processo de fermentação teria sido descoberto por acaso também pelos egípcios, depois de terem deixado pedaços de massa dentro de um recipiente de um dia para o outro ao ar livre. Por causa das condições climáticas, temperatura e umidade, a massa acabou fermentando naturalmente depois de algumas horas. No século 17 a França se consolidou como centro de fabricação de pães. O famoso rei francês, São Luís, tornou a produção de pães mais organizada no país, dando origem à primeira padaria, chamada de ‘boulangerie’. A partir daí não demorou muito para que esse novo mercado se tornasse de grande importância para a região. Vem daí a referência ao país com o chamado pão francês, o mais consumido hoje pelos brasileiros.

Já no Brasil, a panificação foi trazida com os imigrantes italianos, primeiramente em Minas Gerais e logo se espalhando aos grandes centros. A partir do século 19 a atividade se tornou mais popular e o consumo do pão passou a fazer parte efetiva da cultura do país.
Segundo uma pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde, o país que mais consome pão em todo o mundo é o Marrocos. A média de cada marroquino é de 100 quilos de pão por ano.

Organização exemplar do evento em shopping
Responsável pela organização do evento no Manauara, o diretor do Sindpam, Jonas Neves, explica que o sindicato realiza três grandes eventos no ano para ampliar a interação com os consumidores e tornar conhecido o universo da indústria da panificação, tão tradicional e importante para o Amazonas.
E esse trabalho em homenagem ao Dia Mundial do Pão é um dos mais destacados com uma logística especial para produzir aproximadamente 50 mil pães em três dias do evento, envolvendo 15 profissionais da panificação, além de três técnicos do Senai para gerenciar a produção e o revesamento de diretores do sindicato para interagirem com o público interessado em conhecer mais do trabalho da indústria da panificação.

“É um trabalho grandioso que vale a pena diante da possibilidade de estar mais perto do público e mostrar a diversidade de produtos para atender os mais diversificados clientes, como os que comem pão sem glútem e outras restrições alimentares”, explicou. Para este evento, o Sindpam investe através de patrocínio aproximadamente R$ 50 mil.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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