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O impacto da inflação nas famílias

Os brasileiros mais jovens que estão no mercado de trabalho, já constituíram família e pagam as próprias contas devem estar muito assustados com esse fenômeno de uma abrupta escalada dos preços dos produtos nos supermercados, do combustível, da energia, do gás e de todos os serviços necessários para proverem sua família. 

Até o início da pandemia de Covid-19, a economia mundial vivia uma relativa estabilidade com pequenos casos pontuais em países envolvidos em instabilidade política. 

A inflação é um fenômeno antigo que remonta ao surgimento do capitalismo ainda em sua fase mercantilista, mas como essa que agora enfrentamos, só encontramos paralelo na Grande Crise de 1929. 

Para os brasileiros de gerações mais antigas, essa escalada inflacionária é um fantasma do passado que retorna reavivando antigos medos ainda presentes em nossas memórias. Foram muitas décadas de hiperinflação, que corroeram diariamente a renda das famílias, mantendo o povo e o país presos a um ciclo vicioso.

Quando o Brasil viveu longo período de hiperinflação, os chamados países de primeiro mundo possuíam estabilidade econômica, sem inflação. Agora, é diferente, a crise sanitária e o conflito bélico entre Rússia e Ucrânia promoveram uma completa desorganização da logística mundial, de suprimentos e das cadeias produtivas de alimentos e energia desencadeando o perverso fenômeno inflacionário mundial, principalmente nos países desenvolvidos. 

Depois de tantas décadas sob os efeitos deletérios da inflação, hoje, sabemos bem como combatê-la, mas o remédio é muito amargo. Seja por meio da política fiscal ou monetária, os efeitos colaterais são ruins para a economia, para os trabalhadores e principalmente para as famílias de baixa renda. 

Depois de muitos anos sob controle, fechamos 2021 com inflação de 10,06%, patamar de dois dígitos que há muito não se via, mas o arrocho monetário imposto pelo Banco Central já projeta uma inflação da ordem de 5% para 2022, bem mais próximo da meta de 3,5%. 

Além da sinalização de queda da inflação, temos muitos pontos positivos como a redução do nível do desemprego, crescimento nas exportações, aumento da arrecadação de impostos, projeção de crescimento do PIB muito acima do que se projetava no início do ano, ou seja, apesar de ser um ano eleitoral, vários fatores sinalizam que 2022 será um ano muito positivo para nossa economia.

Selic

Para combater a inflação, um dos principais instrumentos de política monetária usado pelos Bancos Centrais em todo o mundo é o aumento das taxas de juros. No Brasil, neste mês de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central entendeu a necessidade de mais um aumento na taxa Selic para tentar conter a inflação. A taxa básica de juros passou de 12,75% para 13,25% ao ano. Um aumento que impacta diretamente as operações de crédito destinadas às empresas e às famílias. 

Apesar de o aumento de 0,5 ponto na taxa Selic ter sido previsto, o inesperado foi a sinalização de que o ciclo de alta da taxa ainda não chegou ao fim. O Copom pretende continuar a elevar a taxa nas próximas reuniões. Os membros do Comitê voltam a se reunir nos dias 2 e 3 de agosto.

Endividamento e Inadimplência

Outro dado que merece destaque é o número de brasileiros endividados e inadimplentes. Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), que foi apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apontam que o endividamento decresceu no mês de maio em nível nacional, por outro lado, o comprometimento da renda com dívidas aumentou.

77,4% das famílias que participaram do levantamento possuem dívidas a vencer no mês, um recuo de 0,3 ponto percentual se comparado a abril. Conforme nota enviada à imprensa, a CNC analisa que “a dificuldade em honrar as dívidas é influenciada, entre outros fatores, pela inflação ao consumidor, que está acima dos 12% anuais”.

Fecomércio

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