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O esquema dos Tucanos contra a educação – parte 2

No último artigo abordamos sobre a denúncia do MP-PR envolvendo: 1º) Irregularidades na construção de 7 escolas públicas; 2º) Empresário Eduardo Lopes e sua empresa, a Valor Construções e Serviços Ambientais; 3º) e a participação de profissionais políticos do PSDB, cujo suposto esquema abasteceu campanha do atual Governador do Paraná Beto Richa e de deputados do PSDB e do PSB. Então para complementar, neste artigo escrevemos as principais partes dos 25 depoimentos feitos pelo empresário Eduardo, cujas revelações apontam que:

1º) Apesar de não figurar no quadro societário, é o verdadeiro dono da empresa Valor Construtora e Serviços Ambientais Ltda;

2º) No final de 2011, um amigo chamado Jefferson o convidou a assistir o jogo do Atlético/PR contra o SP no Estádio da Arena da Baixada e que no horário do intervalo, foi apresentado a Gerson Nunes da Silva, assessor do então Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, o Valdir Luiz Rossoni (PSDB). Atualmente o Valdir é deputado licenciado exercendo a posição de Chefe da Casa Civil do Governo do Paraná comandado pelo Beto Richa (PSDB). O Gerson naquele encontro chamou a pessoa de “Nereu”, então secretário Municipal da cidade de Bituruna/PR, o qual afirmou que haviam várias obras na cidade e que podia procurá-lo para conversar sobre o assunto. Na época, a cidade de Bituruna/PR era comandada pelo Prefeito Rodrigo Rossoni (PSDB) e em encontros posteriores, o assessor Gerson voltou a procurá-lo para pedir 10% de tudo que ele ganhasse de obras na cidade de Bituruna/PR, cujo recurso seria repassado para o Valdir Rossoni (PSDB);

3º) Eduardo ganhou um total de sete licitações na cidade de Bituruna/pr, em contratos que, considerando os aditivos, somaram cerca de R$ 6.000.000,00, dos quais repassou para o deputado Valdir Rossoni (PSDB) cerca de R$ 460.000,00 mil Reais;

4º) Um tempo depois, o empresário Eduardo informou que conheceu o Mauricio J. Fanini Antonio, então Diretor do Dep. de Eng., Projetos e Orçamentos (DEPO), da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (SUDE), da Secretaria de Educação do Estado do Paraná (SEED), o qual o informou que antes de serem autorizadas as licitações em Bituruna/pr, ele tinha ido de helicóptero com o deputado Rossoni (PSDB) até aquela cidade e lá perguntou quais eram as obras que o deputado queria que fossem realizadas, sendo então liberados os recursos exatamente conforme indicado por ele. Além desse fato, o delator Eduardo afirmou que teve outro encontro com o Maurício Fanini para tratar da liberação de um aditivo para cobrir um furo de projeto na Escola Oscar Geyer, ele revelou que assim que entrou na SUDE e abriu a porta, o Fanini esfregou os braços e disse “Nossa, cheguei a me arrepiar quando você entrou, sinto que a gente vai ganhar dinheiro pra caramba”. Nessa conversa, ele revelou que Fanini sem maiores constrangimentos pediu de cara R$ 10.000,00 Mil reais e que mostrou uma pilha de processos parados no canto da sala e que disse “esse aí é o pessoal que não quer me ajudar”. Dentre outras coisas, Eduardo revelou que Fanini prestava contas apenas para o Governador Beto Richa e que o mesmo o orientou a elaborar propostas com descontos agressivos de forma a garantir a vitória nas licitações seguintes e que acertariam tudo através de aditivos contratuais;

5º) Ao longo do tempo, Eduardo afirmou que resolveu se afastar do deputado Luiz Rossoni e trabalhar em conjunto com o Maurício Fanini, o qual agilizava a assinatura de contratos logo após o resultado da licitação, além disso, Fanini o orientava a adiantar as medições com uso de aditivos em valor próximo do máximo permitido por lei e que deveria repassar para o Fanini a metade (50%) do total do aditivo, enquanto que os outros 50% poderiam ficar com o Eduardo a título de lucro sobre a execução de obra. Somente na Obra da Escola Amâncio, o aditivo ficou em torno de R$ 600.000,00 mil Reais, sendo repassado para o Fanini cerca de R$ 300.000,00 mil reais. Além disso, a partir de 2013 várias medições em outras escolas foram antecipadas sem terem sido realmente executadas para fins de geração de caixa para a campanha do Beto Richa (PSDB) para Governador do Paraná;

6º) O Maurício Fanini mandava Eduardo fazer as medições pois não podia faltar dinheiro para a campanha do Beto Richa. No depoimento, Eduardo afirmou que Fanini disse “com esses R$ 32 milhões a gente faz a campanha do Beto”. Esse valor era a soma dos contratos, já incluído o valor dos aditivos, que ele já tinha garantido que sairiam. As entregas das propinas eram feitas na SUDE, situada à rua dos funcionários, no bairro Cabral, em Curitiba/PR. A senha usada era “Banheiro” pois ele entrava em um banheiro que ficava no fundo da sala, no lado esquerdo de quem entra. Ao lado do vaso sanitário o Fanini deixava uma mochila para botar o dinheiro, geralmente no horário do almoço, mas quando o volume de propinas aumentou, a entrega era feita por meio de caixas de vinho;

7º) Além dos recursos entregues a Fanini, Eduardo revelou repasses por meio de caixa 2 para a campanha de Beto Richa (PSDB) e do deputado Ademar Traiano (PSDB), sendo que este último lhe prometeu ajudar quando assumisse o cargo de Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná. Eduardo também revelou repasses para a campanha do filho do então presidente do TCE/PR Durval Amaral, bem como para outros parlamentares daquele estado.

Diante do exposto, torço para que os fatos sejam esclarecidos e que havendo comprovação dos delitos por parte dos tucanos e seus aliados, que a justiça federal seja implacável no julgamento dos envolvidos e na devolução dos recursos desviados da educação.

Jonas Gomes

Prof. Dr. Jonas Gomes da Silva - Professor Associado do Dep. de Engenharia de Produção com Pós Doutorado iniciado no ano de 2020 em Inovação pela Escola de Negócios da Universidade de Manchester. E-mail: [email protected].
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