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O duro e real desafio de educar

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A educação no Brasil continua ruim. Dados do Ibge mostram que 40% dos brasileiros com mais de 25 anos não tem o ensino fundamental, 2/3 das crianças está fora de uma creche e o fantasma do analfabetismo continua, por isso, como uma gota no oceano, a administradora de empresas, profa. dra. Simone Guimarães lançou o livro ‘Democratizar conhecimento não custa caro’.

“O que se percebe no Brasil, de forma geral, é que a educação nunca foi uma prioridade. Por conta disso, rankings internacionais como o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) mostram que estamos estagnados e perdemos terreno em relação aos outros países. Além disso, há o problema da ideologização da educação, que busca catequizar para uma determinada visão de mundo em vez de ensinar. Isso vale até mesmo para as melhores escolas do país”, lamentou.  

Se administrar a educação no país tem sido um problema desde os primórdios, na Amazônia, maior do que muitos países, e no Amazonas, o maior dos estados brasileiros, não tem sido diferente. A grande questão é o que fazer para estar presente nos 62 municípios de um estado com características geográficas tão complexas quanto o nosso. Foi neste universo que Simone realizou suas pesquisas, resultantes no livro.

“O objetivo do livro foi pensar essa questão com base na experiência e demandas do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac. Hoje estamos presentes, com unidades fixas, em oito municípios. Na maioria deles, o Sesc e o Senac são os únicos a oferecer determinado serviço, curso ou equipamento”, disse.

“O que se percebe no Brasil, de forma geral, é que a educação nunca foi uma prioridade”, Simone Guimarães – escritora e professora

“No entanto, o comércio não está presente apenas nesses oito municípios. Em todos os lugares temos comerciantes que precisam do nosso apoio. O nosso desafio é chegar até eles e suas comunidades para apoiá-los em seu desenvolvimento”, explicou.

Unidades Fixas Removíveis

Com 1.571.000 de km2 e pouco mais de quatro milhões de habitantes, o Amazonas se caracteriza pela pouca densidade demográfica e as grandes distâncias entre uma cidade e outra que, para Simone, não são um obstáculo para a educação.

“Não diria um obstáculo, mas um grande desafio, pois o problema maior são as dificuldades de acesso. Boa parte dos municípios amazonenses só pode ser acessada após dias de viagens de barco. Os custos para viabilizar essa presença são altos, na visão tradicional de se implantar uma unidade fixa, muitas vezes sem uma demanda que justifique os gastos. O que propomos no livro é usar o planejamento e a inovação como base para enfrentar essas questões”, falou.

Entre as soluções apresentadas por Simone, no livro, utilizando o Sistema Comércio, ela destaca que a gestão compartilhada de Sesc e Senac pode reduzir os custos de implantação e manutenção das unidades pela metade, facilitando a ampliação da presença do Sistema em todo o Estado. Além disso, uma administração voltada para a inovação ajuda a criar soluções mais efetivas e sustentáveis em termos operacionais.

“Estamos plenamente integrados aos esforços do sistema produtivo do Estado, ao dia a dia da população, com as ações do Sesc e do Senac, e alinhados com os poderes públicos na busca de soluções para nossos objetivos comuns. Na área educacional não é diferente”, garantiu.

Outra solução seriam as Unidades Fixas Removíveis.  Quando comparados os custos de implantar e manter uma unidade fixa em determinada região, foi verificado que eles são três vezes maiores que os de uma unidade móvel. No entanto, as unidades fixas atendem um público sete vezes maior que as unidades móveis. Com base nessa constatação, avaliou-se a adoção de uma solução híbrida, com a utilização de contêineres especialmente adaptados que não requerem grandes áreas para serem fixados e podem ser transportados por via terrestre ou fluvial, atingindo a totalidade de municípios a serem atendidos.

“É um conceito que une as melhores características das unidades fixas e móveis, com a vantagem de ser escalável, ou seja, as unidades podem ser ampliadas, à medida que as ofertas de cursos e serviços do Sesc e do Senac forem aumentando”, informou.

 

Desafio maior

Em tempos de buscas cada vez mais urgentes por soluções inovadoras, ler ‘Democratizar conhecimento não custa caro’ pode auxiliar, principalmente, educadores.  

“Gosto de pensar que este é um tipo de livro que pode ser útil a todos que tenham interesse na busca de soluções inovadoras, em especial, para a democratização do conhecimento, baseando-se em uma realidade inspiradora que é o Sistema Comércio”, revelou.

“Além deste desafio, nosso desafio maior continua sendo consolidar e ampliar a presença do Sesc e do Senac não apenas no Amazonas, mas em todo o Brasil”, concluiu.  

Quem desejar adquirir ‘Democratizar conhecimento não custa caro’, o livro está a venda em livrarias físicas, além dos principais sites de venda on-line.

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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