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O dom de fazer boa comida

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Se você é daquelas pessoas que gosta de reunir os amigos e preparar a comida, e melhor ainda, se os amigos tecem elogios para os seus pratos, saiba que pode existir dentro de você um empresário adormecido. Foi o que aconteceu com o enfermeiro Marcos Roberto que, entre um almoço aqui e um jantar ali, acabou abrindo um pequeno negócio que hoje, três anos depois, foi transformado no restaurante Dom Marcos -tacacaria e comidas regionais. “Aprendi a gostar de cozinhar com nove anos de idade. Tinha um cunhado português, o Batista Trindade, que como todo português, gostava da boa comida e sabia fazê-las. Ele ia para a cozinha e eu ia junto e assim aprendi. Cresci gostando de fazer comida”, lembrou.

“À medida que ia crescendo, ia pesquisando. Comprava coleções sobre culinária e copiava tudo o que estava nos livros. Com isso aprendi a preparar todo tipo de comida e se eu não souber, procuro aprender e faço. E tem mais, gosto de inovar em cima dos pratos que aprendo”, garantiu.

Preparando almoços e jantares para a família e os amigos, Marcos foi testando e aprimorando o seu talento culinário até perceber, em 2014, que os elogios de seus comensais poderiam ser transformados em lucro. “Naquela época os pastéis já recebiam elogios destacados e os amigos diziam: ‘por que tu não abres um negócio? Tu tens dom pra coisa’. Aquela palavra (dom) ficou na minha cabeça e quando resolvi abrir o empreendimento e o nome que escolhi, de imediato, foi Dom Marcos. A ‘coisa’ pegou e hoje os clientes vêm ao Dom Marcos”, contou.

Como todo começo é difícil, Marcos abriu seu incipiente restaurante na garagem da própria casa, na Compensa. “Só fiz limpar, arrumar e abrir, e mais uma vez os amigos ajudaram, na propaganda boca a boca. Nem precisou muito esforço para a clientela começar a chegar, e o principal, se fidelizar”, disse.

Farofa e pastéis
“Como agora virou moda as fusões gastronômicas, procurei fazer uma fusão com as culinárias do Amazonas e do Pará, pois as duas são riquíssimas na Amazônia, então preparo o tacacá, que dá nome ao restaurante, além do pirarucu de casaca, farofa de camarão, pato no tucupi e o vatapá com arroz, com algum toque inovador no preparo e nos temperos”, falou.

Quando Marcos abriu o restaurante, não imaginou que nos dois anos seguintes o país enfrentaria uma séria crise econômica que só agora, em 2017, começa a passar. “Comecei muito bem em 2014, mas em 2016 as vendas deram uma queda violenta. Como não pago aluguel, deu pra ir levando, mas o que me fez manter a casa aberta foram os clientes fiéis, que nunca deixaram de vir. Não posso nem dizer que eles trocaram os produtos mais caros pelos mais baratos porque meus preços são bem populares, mas continuaram vindo”, recordou.

Atualmente a avenida do Ipase, onde está o Dom Marcos, possui vários estabelecimentos comerciais, principalmente gastronômicos. Até o cunhado de Marcos resolveu abrir uma temakeria bem ao lado do Dom Marcos. “Posso dizer que fui eu quem começou esse movimento. Antes, essa rua era isolada, tinha pouca iluminação. Só a minha garagem ficava movimentada, com as luzes acesas. Aí os vizinhos foram vendo que o negócio era interessante e hoje, olha aí a quantidade de bares e restaurantes que abriram nesses dois, três anos”, comemorou.

Entre os quitutes disponibilizados no cardápio do Dom Marcos, dois são o carro-chefe nas vendas: a farofa de camarão e os pastéis de forno. “Meu camarão vem todo do Pará e a farinha da farofa é a nossa ovinha, do Uarini. Veja como a fusão dos dois agradou ao paladar manauara. Já os pastéis, sempre fizeram sucesso, desde o começo, ainda nas reuniões caseiras, então eu sabia que aqui repetiriam o êxito, depois, a maioria das pessoas gosta de pastel, e os meus têm um algo mais”, adiantou.

Investindo em meio à crise
São dois o ‘algo mais’ dos pastéis de Marcos. Primeiro, eles são assados, e não fritos, o que já os faz ganhar bastante adeptos; segundo é que a massa é de batata. “É uma massa exclusiva, criada e preparada por mim. Não é aquela massa pesada de trigo. O cliente pode comer vários e não vai sentir peso no estômago. Servimos mais de dez recheios: pirarucu, carne seca, jabá, camarão, carne com queijo, carne seca com queijo, entre outros, e tem mais, a masa é fina e, da primeira à última mordida, o cliente vai encontrar recheio”, afirmou.

Além do restaurante, Marcos atende a pedidos personalizados. “O cliente pode encomendar o cardápio que desejar e mandamos entregar onde ele quiser, e se quiser que estejamos no local, preparando os quitutes, também temos esse serviço. E pode pedir o prato que imaginar, que preparamos, e se não soubermos fazer, aprendemos e fazemos”, garantiu.

Há um ano Marcos deu uma alavancada nos negócios, alheio à crise econômica do país. “Abríamos só à noite e começamos a servir almoço. Hoje funcionamos de domingo a domingo, das 11h às 23h, e inauguramos um quiosque no Largo de São Sebastião. Lá funciona de quarta a domingo, com quase todos os produtos que temos aqui”, revelou.

E os investimentos não param por aí. “Vou construir um segundo piso sobre o atual restaurante para aumentar a capacidade de clientes. A área vai de ponta a ponta do espaço e deve triplicar a quantidade de lugares sentados. O segredo do sucesso? Boa comida, bom atendimento, bom preço. É só isso que o cliente quer”, ensinou. Ah, e a saúde de Manaus perdeu um enfermeiro.

O QUE?
Dom Marcos – tacacaria e comidas regionais

ONDE?
Av. do Ipase, 38 –
Compensa

INFORMAÇÕES?
De domingo a domingo, das 11h às 23h – 9 9169-0940

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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