O discurso da “sociedade igualitária” veste, com o manto da falsa justiça, uma proposta totalitária e injusta. Ela implica o Estado que não convive com a diversidade natural existente entre os seres humanos, que desrespeita suas vocações e que se permite discernir sobre a adequação dos anseios de cada um. Tal realidade, de fato, só pode acontecer quando o aparelho estatal açambarca o conjunto das atividades sociais como a Educação, a Cultura e a Economia; proscreve toda divergência política; e restringe a religiosidade. A história do século 20 fornece trágicos exemplos. Trata-se de coisa provada.
Uma certa desigualdade é inerente à liberdade. Num ambiente no qual se preserve a liberdade dos indivíduos, sempre haverá desigualdade porque são diferentes os empenhos, as capacidades, as vocações e as aspirações. No entanto, qualquer análise da sociedade brasileira apontará nela um nível de desigualdade absolutamente incompatível com o mínimo senso de respeito à dignidade humana. Somam-se para produzi-la razões históricas, culturais e políticas, mas já houve tempo de sobra para que a política superasse as causas históricas e culturais da constrangedora miséria nacional. O Brasil tem gravíssimos problemas político-institucionais que a sociedade reprova nos efeitos sem atentar para as causas.
O corporativismo é um desses males, a agir como câncer instalado em órgãos vitais do aparelho de Estado, que deveria prover muitos dos instrumentos da justiça social. No entanto, ali onde está o dinheiro público, aparentemente sem dono, pertencente a todos sem ser de ninguém em particular, agem as corporações buscando se apropriar do quanto podem, em regalias de toda ordem, a começar pelas financeiras. A proximidade do poder decisório é a chave de acesso aos privilégios. Basta contemplar a disparidade de tratamento entre as carreiras funcionais ou os desníveis na remuneração de aposentadoria entre os trabalhadores do setor público e o setor privado, ou ainda a distribuição de incentivos para tais ou quais atividades, para compreender que há uma estreita relação entre a desigualdade e as mobilizações corporativas.
O corporativismo que trava o desenvolvimento
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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