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O Brasil tem jeito e tem Norte

”A gestão econômica do Brasil está muito mais preocupado em arrecadar do que estimular os investimentos, como argumentou Robson Andrade em seu último artigo. Para além dos auxílios, a urgência é a geração do emprego e a retomada do crescimento”.

Por Nelson Azevedo (*)  Coluna Follow-up 01.09.21 (**) 

Boas notícias distribuídas pela Suframa, Superintendência da Zona Franca de Manaus, trazem indicadores de que a economia regional está no caminho certo. E mais: quanto mais a economia trabalha em distanciamento social da política fica mais fácil de virar o jogo a favor da sociedade. Foi assim que o desempenho da indústria, no período de janeiro a junho, teve um crescimento de aproximadamente 60% em relação ao mesmo período do ano passado. A geração de emprego, que havia caído para menos de 80 mil postos de trabalho, se aproximou de 105.000 trabalhadores ocupados, o que significa 500 mil empregos indiretos.

Combate ao desemprego

A boa notícia deste crescimento extraordinário ganha vibração e sentido à luz das taxas preocupantes de desemprego do Brasil, mais de 15 milhões de pessoas. Outra informação traduz os motivos de entusiasmo que as boas notícias reforçam. De junho a julho batemos novo recorde de desempenho com o acréscimo de 7.286 postos de trabalho pela CLT. Alguns setores do pólo industrial de Manaus foram utilizados pela CNI, Confederação Nacional da Indústria, para definir o aumento nos índices de confiança em relação à economia. As Indústrias do Norte alcançaram o índice 66 de confiança, o maior do país.

Vacinação e comunhão de propósitos

Alguns fatores explicam estes indicadores de mudança. Um deles é o avanço nas taxas de vacinação no Amazonas. É resultado da ação compartilhada em sintonia fina entre Estado e Município. Nada como a união despojada e determinada. A busca pela segurança sanitária, por sua
vez, foi reforçado pela conduta das empresas desde o começo da pandemia ao transformar o ambiente fabril no espaço mais seguro do ponto de vista da prevenção para o trabalhadores.

Economia ao largo da política

É justo e oportuno, também, considerar a própria gestão da Suframa como facilitadora da ação empresarial do Estado. Afinal, poucas vezes na história da autarquia conseguimos separar política e economia, com foco na preservação do ambiente de negócios. Numa gestão técnica, competente e determinada, está sendo possível superar os principais obstáculos e ameaças ao programa Zona Franca de Manaus e seguir trabalhando com autonomia e suporte necessários ao bom desempenho das empresas. Aqui, a promessa do mais Brasil e menos Brasília, começou por aqui, com a colaboração de atores federais dispostos a fazer andar o comboio do desenvolvimento regional.

Liberdade para produzir

O resultado está nas últimas reuniões do Conselho de Administração da Suframa-CAS e o mesmo se diga do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas-CODAM, que refletiu o clima . Quase R$2 bi de investimentos e perspectivas de implantação diversificação do horizonte. Ainda temos alguns obstáculos, como a persistência deste bode na sala chamado PPB, a exigência do Processo Produtivo Básico para travar o crescimento da economia regional. Temos contado, porém, com posturas colaboracionistas a favor do desembaraço de programas e projetos de desenvolvimento para toda Amazônia Ocidental mais o Amapá. E é exatamente disto que precisamos – sem prejuízo da lei – assegurar a liberdade para trabalhar e a segurança jurídica para planejar e diversificar a produção. O Brasil precisa e o desemprego bate à nossa porta.

Disposição ao diálogo

Por iniciativa da Suframa, mudanças objetivas na direção do setor agrícola e agroindustrial, da Bioeconomia e Tecnologia da Informação e Comunicação, vemos ações para avançar na redução dos rigores burocráticos com mais agilidade na relação com os investidores. Isso resulta do clima de integração e disposição ao diálogo, troca de informações, sugestões que sugerem um novo tempo de construção da prosperidade regional.

Menos imposto, mais investimentos e empregos

Ainda não podemos contar com a definição/manutenção do arcabouço de nossas vantagens competitivas com este clima político que tomou conta da reforma fiscal, que não avança nem se equaciona. A gestão econômica do Brasil está muito mais preocupado em arrecadar do que estimular os investimentos, como argumentou Robson Andrade em seu último artigo. Para além dos auxílios, a urgência é a geração do emprego e a retomada do crescimento. E para isso, não há outra saída, senão a melhoria do ambiente de negócios, o estímulo à produção, e a geração de múltiplas oportunidades. O Brasil tem jeito e tem Norte.

(*) Nelson Azevedo é economista, empresário, presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM. 
Foto/Destaque: Divulgação

Cieam

A missão e fortalecer, integrar e promover o desenvolvimento da Indústria do Estado do Amazonas, assegurando a sua competitividade
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