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“O Antibuda” – José Polari está de volta com mais uma obra

Evaldo Ferreira: @evaldo.am 

Sidarta Gautama foi um príncipe que viveu numa região, hoje, sul do Nepal, que renunciou ao trono e passou a ser conhecido como Buda, saindo pelo mundo em busca da erradicação das causas do sofrimento humano e fundando, com o tempo, o budismo. Agora, o Antibuda só vai saber quem é, quem ler o livro ‘O Antibuda’, que o jornalista e escritor José Polari irá lançar na sexta-feira (5), a partir das 18h, na Vibânia Pub e Arte localizado na rua 10 de Julho, 151 – Centro, próximo ao Colégio Militar de Manaus.

“O Antibuda é um pregador errante, que profere discursos para seus seguidores e às multidões. Tem uma visão evolucionista na forma de explicar a realidade humana. Sua linguagem é messiânica, mas sua verdadeira intenção é retirar o Homem do altar da superioridade, no qual foi colocado pelo próprio homem, por ambição e ganância”, adiantou.

“O livro é a compilação dos discursos do Antibuda feita por seu discípulo dileto Xenofonte, durante os anos em que acompanhava o mestre nas andanças pelo mundo”, completou.

‘O Antibuda’ é um livro de ensaios e tem pretensões filosóficas, ao propor uma conversa entre a ciência e os costumes humanos, através de sermões proferidos por esse pregador errante, messiânico e apocalíptico.

O estilo ensaio adotado por Polari nessa obra é fruto de uma viagem realizada por ele ao município de São Gabriel da Cachoeira, tendo como pano de fundo as belíssimas paisagens do rio Negro.

“Foram muitas horas de reflexão enquanto o barco singrava o rio, um ambiente perfeito para contemplar e filosofar sobre a existência, mas dentro de uma perspectiva antropológica, tentando colocar o ser humano no seu devido lugar no mundo. Foi uma experiência gratificante, pois me possibilitou buscar um estilo nunca utilizado antes, mas que me inseriu em nova linguagem e o resultado pode ser conferido no livro”, lembrou.

Começo com poesias

José Polari se formou em comunicação social, em 1992, mas antes já atuava na profissão. Seu primeiro emprego foi exatamente no Jornal do Commercio, onde trabalhou como revisor de textos.

“Depois do JC, trabalhei em vários jornais, tanto os que ainda existem quanto os já extintos. Atuei em editorias diversas, como Cultura, Política, Polícia e Cidade. Sou pós-graduado em Direito Público e há 20 anos exerço a profissão de investigador da Polícia Civil. O escritor existe em mim desde a adolescência, quando escrevia poesias, mas logo enveredei para a prosa”, recordou.

Em 1995 Polari publicou seu primeiro livro, ‘Água de afluente’, de contos, pela Edua (Editora da Ufam). O livro tem uma linguagem próxima ao realismo fantástico e as histórias se passam sempre na Amazônia. Em 2002, enveredou pelo romance, com ‘Os luditas’, pela Editora Valer, no qual trata da aversão que os personagens sentem pela tecnologia, uma questão mais universal, no qual não há um cenário específico. Ambos os livros estão esgotados. Em 2017, mais um romance, ‘Antes’, uma produção independente, ainda com exemplares à venda. Trata-se do retorno do autor ao universo amazônico. A história se passa antes da chegada dos colonizadores. Um trabalho sem pretensão antropológica, mas que resgata o modo de vida das tribos indígenas da região onde hoje é o município de Silves, aliás, Silves está sempre presente nas obras de Polari, como se fosse a sua Macondo, a cidade imaginária de ‘Cem anos de solidão’, de Gabriel Garcia Márquez.  

“Agora, me aventurei no estilo de ensaios com ‘O Antibuda’, narrativa feita através de discursos, com uma visão antropocêntrica e evolutiva”, explicou.

Uma obsessão

Sobre publicar livros em Manaus, capital distante dos grandes centros literários, Polari diz que é complicado, mas também muito gratificante porque demonstra a tenacidade que os escritores amazonenses precisam ter se quiserem seguir na atividade.

“Escrever é uma obsessão, uma compulsão, e mesmo que não se traduza em reconhecimento, ou benefício financeiro, a realização de uma obra publicada é algo que sempre move os impulsos do escritor”, ensinou.  

Pensando dessa forma, Polari já tem algumas ideias que pretende desenvolver nos próximos anos.

“Quero tratar de assuntos caros aos seres humanos, enveredar pela filosofia, descortinar outros horizontes, discutir temas pertinentes ao século 21. Posso não tornar esses desejos em realidade, mas a pretensão é grande”, avisou.  

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Trecho de ‘O Antibuda’

“Porque é importante que se saiba como foi a origem de tudo? Ora, meus amigos, todos sabemos o quanto é prazeroso ao Homem a elucidação de enigmas. Perguntem ao filósofo qual o sentido da vida e ao guru, a razão da morte, e tereis respostas robustas. Rico é aquele que largou o fardo das especulações multitudinárias e agora caminha despido de pretensões, contente em apenas conhecer a si próprio, o que já é por si como absorver o universo”.

Solicitações dos livros de José Polari através do email: [email protected]; ou pelo WhatsApp 9 8150-3191.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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