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Número de representantes de vendas diretas cresce no Amazonas

Considerada como oportunidade de ganho extra e também como fonte de renda, a venda direta ganhou ainda mais relevância neste período. A modalidade figura como importante detentor de investimento para quem está na esteira da crise causada pelo desemprego. Segundo dados da Abevd (Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas), o segmento Porta a Porta teve aumento de 2,3%  no número de revendedores no Amazonas, percentual maior na comparação anual. 

A modalidade de comércio que não depende de estabelecimento físico para compra e venda do produto ultrapassou o número de 93 mil de empreendedores independentes no Amazonas.

Para a presidente executiva da Associação, Adriana Colloca, a venda direta se tornou Social Selling, compra por indicação e relacionamento, sendo uma ótima oportunidade para empreender ou complementar renda, especialmente nesse período financeiro complicado. E a possibilidade de contato com os clientes e o relacionamento e atendimento personalizado pode continuar a ser feito pela internet ou redes sociais. “Aliás, a digitalização foi um dos grandes focos de investimento do setor durante a pandemia e tornou-se uma grande ferramenta para que os empreendedores possam continuar vendendo e gerando renda mesmo durante o isolamento”. 

Ela reforça que a característica importante do setor é investir cada vez mais na digitalização, onde a divulgação, escolha e compra do produto, pode ser feita de forma pessoal ou on-line, por meio de uma rede de relacionamento via redes sociais, que se conclui com a entrega do produto na casa do cliente, sem a necessidade de encontro físico. A entidade  representa empresas do setor como Natura, Avon, Herbalife, Mary Kay, Tupperware, entre outras.

Investimento lucrativo 

Quem apostou na modalidade foi o consultor da Hinode Thiago Brito, que teve o primeiro contato com vendas aos 15 anos quando fazia brigadeiro para vender na escola. “Profissionalmente, trabalho com vendas diretas há 10 anos”. Ele lembra que cresceu ouvindo que vender era coisa de quem não deu certo em nada. “Eu vejo de uma forma completamente inversa. Tudo na vida é venda, mesmo que você tenha um emprego e essa pandemia serviu para mostrar quão importante é desenvolver essa habilidade”. 

Ele acredita que o diferencial do mercado é que as vendas diretas se encaixam perfeitamente nesse contexto: “Você pode ter uma renda extra ou extraordinária sem sair de casa, sem ter funcionários e sem um capital gigantesco investido. Foi exatamente com isso que me deparei quando conheci há 10 anos atrás e na minha vida foi revolucionário”.

Sobre os lucros ele ressalta que depende do seu esforço. “Existem pessoas que fazem o suficiente para pagar sua conta de água. Tem gente que faz o suficiente pra pagar um carro de luxo. Depende. A gente acredita que mil reais na vida de um brasileiro, é um milagre. Nisso que a gente foca: uma renda extra que possibilita você fazer o que quiser”, destacou.

Depois que o desemprego bateu à porta, o consultor Sérgio Oliveira, que vende produtos da Natura, viu a necessidade de ter uma renda que garantisse o sustento da família. “Depois de 15 anos trabalhando de carteira assinada fui demitido. Mas eu nunca imaginei migrar para esse tipo de trabalho. Eu me reinventei e hoje meus lucros chegam a mais de 25%. E o melhor de tudo é que eu continuei vendendo os produtos durante a pandemia e a demanda continua aquecida”. Conforme o consultor, uma das principais características do mercado é a liberdade de negociar entre o cliente final e a empresa, o que gera confiança porque o consumidor acaba adquirindo um produto de qualidade a um preço acessível. 

Com um portfólio com mais de 200 produtos, a consultora Wal Nunes, não tem do que reclamar, em menos de um ano, conseguiu faturar acima do esperado e já tem uma lista de clientes que só aumenta. Ela também faz parte do rol de representantes do segmento que apostaram na modalidade logo após perder o emprego. “No início eu não queria. Mas depois de alguns meses enviando currículos sem resposta, eu precisei buscar uma alternativa para conseguir manter o meu orçamento em dia. Recebi o convite de uma amiga e arrisquei. Tenho tido bons resultados e já consegui, inclusive, capacitar algumas consultoras”, comemora.

Neste Dia das Mães ela projeta aumento de 15% nas vendas e afirma que os pedidos estão em alta. “Até porque é um período de comemorações”. 

Outros dados

Em pesquisa realizada pela Abevd em março de 2020, sobre o perfil dos empreendedores independentes da venda direta, constatou-se que 52% dos empreendedores revendem produtos do mercado de cosméticos e cuidados pessoais e 22% do mercado de roupas e acessórios. O levantamento também mostrou que 58% dos empreendedores se identificam como do sexo feminino e 42% do sexo masculino, e cerca de 51% da força de vendas tem renda familiar de até R$ 3.135,00. A renda proveniente da venda direta é, em média, 31,3% do orçamento familiar.

A atividade oferece oportunidades para todos, desde aqueles com nível universitário — parcela crescente de vendedores — até quem tem menos estudo. Atualmente, 31,5% dos empreendedores já completaram o Ensino Superior e alguns são pós-graduados. Esse modelo de negócio também oferece oportunidades de empreendedorismo para todas as faixas etárias acima de 18 anos: hoje, a média de idade do empreendedor independente é de 31,9 anos.

Benefícios para quem adere ao setor de vendas diretas

Igualdade: Qualquer pessoa com mais de 18 anos pode ser um empreendedor independente. Os ganhos dependem apenas do seu esforço.

Renda: Há duas opções: quem trabalha em tempo integral tem a oportunidade de conseguir uma renda de acordo com seu esforço de trabalho; se for para conciliar a atividade com outra função, há a possibilidade de uma renda extra no orçamento.

Horários: Há a liberdade para escolher o quanto tempo será utilizado por dia e/ou por semana para trabalhar, com total flexibilidade.

Próprio chefe: Defina suas metas e como deseja alcançá-las. Cabe a você escolher quais são seus clientes e quais estratégias deve usar para abordá-los.

Investimento: O valor para aderir ao setor de vendas diretas é muito baixo e, às vezes, nem é preciso uma quantia inicial.

Desenvolvimento pessoal: As empresas oferecem treinamento de vendas e dicas de marketing para administrar os negócios.

Relacionamento: o contato direto proporcionado pelo setor ajuda a desenvolver relacionamentos comerciais e novas amizades.

Facilidade para deixar a atividade: como não há vínculo empregatício com as empresas, o revendedor pode deixar as vendas diretas no momento que julgar oportuno. Inclusive, os produtos em estoque podem ser recomprados pelas empresas associadas caso haja nota fiscal e condições de serem vendidos.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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