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Número de feriados gera polêmica

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Depois de um feriado prolongado, com o aniversário de Manaus (24) somado ao fim de semana e Dia do Servidor Público (28) –precedidos, aliás, pelo feriado de 12 de outubro –, o mês de novembro se aproxima igualmente contemplado com uma grande quantidade de dias de descanso. Em 30 dias, serão três datas nas quais o comércio e indústria fecham as portas – sob pena de pagamento de horas extras aos funcionários: 02 (Finados), 15 (Proclamação da República) e 20 (Dia da Consciência Negra).
O presidente da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), José Roberto Tadros, enxerga o calendário com preocupação. Para ele, mesmo com essas datas já incorporadas ao cotidiano das empresas, é evidente que essa quantidade de feriados diminui o desempenho, não só do comércio, mas da produção de um modo geral. Na opinião dele, o mês mais curto e as obrigações sociais e trabalhistas exigem um maior esforço financeiro por parte dos empregadores.
“Não tenha dúvida nenhuma de que há uma redução e que abala o comércio, porque nós temos quatro domingos mais três feriados – e um dia a menos, já que novembro tem 30, e não 31 dias. Então perdemos sete dias de faturamento no mês – e a folha de pagamento e obrigações sociais permanecem inalteradas. Há redução em qualquer que seja o segmento da atividade terciária. Mas nós já incorporamos isso ao nosso cotidiano e ao nosso calendário”, explicou Tadros.
Apesar disso, Tadros acredita que em dezembro o faturamento já começa a crescer como consequência do Natal. “Há uma compensação”, disse.
Opinião diferente, no entanto, tem o Presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ismael Bicharra Filho. Na opinião dele, os feriados podem representar uma oportunidade de aumento no faturamento do comércio, em especial no comércio de serviços. Bicharra explica que negociações firmadas entre a ACA e o Sindicato do Comércio Varejista garantem que as empresas do Centro da cidade, e muitas dos bairros, possam abrir nessas datas, iniciativa que vem dando resultados positivos. Na opinião do presidente da ACA, os três feriados previstos para novembro não deverão trazer prejuízos porque “o comércio – falando o comércio em serviços – funciona normalmente nesses feriados.”
“Existem feriados e feriados. Por exemplo, nesse que nós tivemos no aniversário de Manaus cria uma motivação nos consumidores. É o mesmo caso do Dia de Finados. Em Finados temos um fluxo muito grande nas floriculturas. Para você ter uma ideia, existem feriados cujo movimento no Centro da cidade é maior do que nos dias comuns”, finalizou.

Indústria

O presidente do Cieam (Centros das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco, também não acredita em prejuízos no Polo Industrial de Manaus. De acordo com Périco, as indústrias já levam em consideração todas as folgas previstas no calendário na hora de elaborar o planejamento de produção. Além disso, a proximidade com o mês de dezembro –época em que há um aumento no consumo –garante o ritmo forte nas fábricas.
“Ao invés de termos 240 dias disponíveis para trabalhar, consideramos 220 ou 224. Nestes meses de outubro, novembro e dezembro o ritmo está forte para atender às demandas de fim de ano. Não deve haver prejuízo”, justificou.
Apesar do otimismo, Périco criticou o grande número de feriados no calendário brasileiro. “Como cidadão, eu adoro os feriados, quem não gosta? Mas para a economia, nosso calendário tem muitos feriados. Isso depõe sim na questão da competitividade. Traz sim maiores custos, e quando se fala em maiores custos, falamos em competitividade”, avaliou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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