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Novos hábitos ao ar livre

As mudanças de comportamento que ocorreram em 2020 têm uma razão clara: a pandemia de coronavírus obrigou o mundo todo a mudar hábitos pessoais, de trabalho e, óbvio, de consumo. Se antes, no Brasil, os grandes shoppings eram considerados até mesmo ambientes de lazer (ótimo para o varejo!), agora são os espaços ao ar livre que ganham cada vez mais adeptos.

Afinal, depois de meses com uma parte da população confinada em casa, era de se esperar que esses espaços ao ar livre se tornariam mais atrativos, já que oferecem maior segurança se comparados com espaços fechados quando se fala da transmissão do coronavírus. Além disso, depois de muito tempo dentro de casa, o que as pessoas buscam é um maior contato com a natureza.

Mas como é possível se adequar a essa nova realidade?

Mudanças de comportamento com a pandemia

A escolha por espaços ao ar livre vem ganhando tantos adeptos que foi, inclusive, considerada uma das tendências globais de consumo pela Euromonitor Internacional, responsável por pesquisar sobre comportamento do consumidor e outras tendências no mundo.

No relatório “10 principais tendências globais de consumo 2021”, é explicado que os riscos sanitários em espaços fechados fizeram com que as pessoas procurassem “oásis ao ar livre” para terem uma vida social.

Além disso, segundo o texto, com o trabalho remoto, há também a tendência de pessoas saindo de grandes centros para aproveitarem as cidades menores, já que não precisam mais estar próximos do trabalho.

É possível notar que os efeitos da pandemia alteraram hábitos, comportamentos e até estilo de vida de muitas pessoas, criando um leque de oportunidades que podem ser exploradas nesse novo contexto.

Para Iza Dezon, expert em pesquisas de tendências e CEO da DEZON, agência especializada no assunto, esse comportamento já era esperado no momento pós-pandemia.

“É chamado de tendência, mas na verdade é a solução mais óbvia e natural que as pessoas iam ter de qualquer forma, já que algumas passaram muito tempo dentro de casa e as opções de lazer estavam muito reduzidas”, afirma.

Segundo a expert, um elemento que pode ser entendido como tendência é a reconexão das pessoas com a natureza e com a comunidade local. “Isso é uma tendência que vem forte, principalmente para classes sociais mais ricas, que tinham o costume de comprar e frequentar apenas locais grandes e que olharam com mais atenção para a comunidade em que vivem”, explica.

Espaços ao ar livre como opção segura

Segundo a especialista, estar do lado de fora gera uma sensação de maior confiança do consumidor, que consegue manter distanciamento, não encosta em locais que outros tocaram, entre outros detalhes que fazem a diferença na transmissão do vírus.

“O varejo acaba sofrendo com isso, principalmente o físico, pois têm suas lojas dentro de shoppings e outros ambientes fechados, que exigem do consumidor um cuidado de limpeza muito maior”, diz Iza Dezon.

Sem a possibilidade de socializar com muitas pessoas, o indivíduo busca alternativas mais seguras para conseguir cuidar da saúde mental e do bem-estar e manter laços, mesmo que à distância. Esse pensamento já chegou aos hábitos de consumo e, por isso, merece atenção.

Além disso, o relatório da Euromonitor aponta que essa busca por espaços ao ar livre também cria outros comportamentos que podem ser aproveitados pelo mercado de consumo, como exercícios físicos em parques, locomoção por bicicletas, turismo de natureza, entre outros.

Isso cria ainda mais oportunidades para marcas e empresas estarem presentes na “nova” vida dos seus consumidores.

Como aproveitar a tendência para o negócio

Todas as mudanças de comportamento afetam diretamente os hábitos de consumo das pessoas. Circulando em novos lugares e criando novas experiências, elas também mudam as necessidades de compra.

Entretanto, seja em espaços ao ar livre ou ambientes fechados, uma coisa que não muda é a importância de a experiência do cliente ser boa. Focar em levar novas experiências ao ar livre (e de qualidade) para o consumidor é apenas uma das formas de conquistá-lo nesse novo ambiente e deve ser considerada em qualquer estratégia.

Mas como utilizar a tendência de espaços ao ar livre no seu negócio? Confira:

1. Aproveite o sentimento de comunidade

De acordo com Iza, o sentimento de pertencer a uma comunidade é uma das principais tendências dos próximos anos e que está sendo impulsionada por esse momento. Por isso, criar esse sentimento pode ser uma ótima forma de conquistar mais clientes e fortalecer sua marca.

Mas como fazer isso em espaços abertos?

Promover ações em parques, por exemplo, que incentivem a participação das pessoas que o frequentam e que fortaleçam esse sentimento é uma ideia para dar visibilidade à marca em espaços diferentes do convencional.

2. Torne a marca mais local

Outra estratégia bastante relacionada com o senso de comunidade é o de valorizar a localidade e as características que ali existem.

“Há essa ideia antiga de que tudo tem que ser global, mas hoje isso acabou se tornando pasteurizado. Para viver experiências novas e diferentes é preciso se atentar ao local. E é isso que o consumidor busca”, explica.

Quer um exemplo?  “O McDonald ‘s, uma marca global, começar a se denominar ‘Méqui’ no Brasil é um exemplo disso. É uma forma de trazer essa sensação de que a empresa está aqui, entre os brasileiros, que é algo local e que entende nossas características”, destaca.

3. Promova a marca em espaços abertos

De forma geral, estar presente nos espaços ao ar livre é uma das melhores formas de deixar o consumidor saber mais sobre sua marca e se relacionar com ela. Estar onde o cliente está, portanto, é primordial.

Para isso, não é preciso estar vendendo algo em espaços abertos. É possível promover ações que visem a experiência do cliente, que deixem sua marca em destaque e faça com que seu cliente se lembre de você na hora de consumir algo.

4. Monte estruturas para atender de forma mais segura

De acordo com a Euromonitor, empresas do mundo todo e de vários segmentos passaram a montar estruturas ao ar livre para atender essa demanda de consumidores.

“As empresas adotaram medidas sanitárias estritas e começaram a realizar eventos ao ar livre para que os consumidores se sentissem mais seguros e à vontade fora de casa”, mostra o relatório.

O texto ainda salienta que se adequar não apenas a medidas sanitárias, mas também a mudanças climáticas e outras questões será algo necessário nos próximos anos. Portanto, vale a pena estar aberto a essas mudanças.

5. Torne o produto relevante para o novo formato

Outra forma de aproveitar essa tendência dos espaços ao ar livre é encontrar produtos que se encaixem nessa nova realidade e investir na produção e divulgação deles.

De acordo com o relatório de tendências da Euromonitor, atividades ao ar livre, tanto de esporte quanto de lazer, vão ganhar cada vez mais espaços. Andar de bicicleta, praticar exercícios em parques, piqueniques, aulas em espaços abertos… tudo isso cria uma gama de oportunidades de negócios.

Além da tendência de espaços ao ar livre, a especialista Iza Dezon também apontou outros comportamentos que valem ser observados: maior conexão com a natureza, fortalecimento das comunidades, busca por comprovação científica e nomadismo urbano.

Ou seja, aproveitar os espaços ao ar livre é apenas o começo. Esteja atento para as mudanças que a pandemia de coronavírus trouxe para a vida pessoal e profissional dos consumidores.

Foto/Destaque: Divulgação

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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