O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta quinta-feira, 22, que a empresa suíça Novartis vai construir uma fábrica de vacinas no Brasil. A unidade será instalada em Pernambuco, provavelmente no Pólo Farmoquímico de Goiana, na região metropolitana de Recife.
“Este anúncio é extremamente significativo. O Brasil estava competindo com Cingapura, Índia e Itália, e a Novartis elegeu o Brasil para sediar a sua nova planta de produção de vacinas. A estimativa é que a nova fábrica esteja em operação até 2012, podendo alcançar investimentos da ordem de US$ 500 milhões”, disse Temporão, no Palácio do Planalto.
Temporão destacou a importância do empreendimento para o Brasil para ajudar na redução do déficit da balança setorial e na redução das desigualdades regionais do país.
“Hoje o Brasil passa por uma situação de vulnerabilidade da sua política de saúde, que é uma dependência cada vez maior de tecnologia desenvolvida fora do Brasil. A balança setorial comercial do setor saúde este ano no Brasil vai ser negativa em US$ 5 bilhões. Daí a importância dessa fábrica, pois além de reduzir o déficit da balança setorial, vai ajudar da redução das desigualdades regionais. É, então, um grande avanço, uma grande conquista”, disse.
O ministro disse que provavelmente o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deve entrar como agente financiador do empreendimento. “Mas isso ainda está sendo discutido e analisado”.
Troca de experiência
Além da instalação da fábrica em Pernambuco, José Gomes Temporão anunciou que a Novartis firmará uma cooperação técnica com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para transferência de tecnologia para produção e desenvolvimento de vacinas, em particular para a meningite C, a febre amarela e a poliomielite.
O presidente da Novartis do Brasil, Alexander Triebnigg, disse que não estão definidos ainda a capacidade de produção da nova planta e o prazo de entrada em operação da indústria.
A Novartis produz vacinas contra gripe, raiva, meningococos C, encefalite, poliomielite, caxumba, sarampo, rubéola, difteria, tétano e coqueluche.