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Nosso pequeno universo – Parte 2

Nosso pequeno universo – Parte 2

Na primeira parte da coluna, falei sobre a importância  de se conhecer e de conhecer o outro na hora de empreender. Utilizando pensamentos de Carl Sagan, foi possível comparar a ciência a conceitos básicos de empreendedorismo e com isso, perceber que analisar o mundo e o universo, através do nosso próprio repertório de experiências é exatamente o que vai nos diferenciar e criar o DNA do nosso modelo negócio. 

O ponto de partida para quem quer começar a se enxergar como empreendedor é se auto analisar e responder a 4 perguntas. As duas primeiras, já exploradas na semana passada, questionam “Quem sou eu e o que me move” e ” O que eu sei fazer bem?”. E as outras duas falaremos agora, na segunda parte da coluna.

Quem eu conheço que pode me ajudar?

É exatamente aqui que você vai listar quem vai te ajudar em 2 caminhos. O primeiro é a hora da investigação sobre tudo que envolve o seu novo negócio, desde mercado até cliente, investimento, concorrência e outros. Por exemplo, você quer abrir uma lanchonete então pensa naquele seu amigo que é dono de uma, ou de um restaurante, uma pizzaria, pastelaria, um bar ou qualquer tipo de estabelecimento que esteja próximo da sua ideia negócio. Outra pessoa que você pode consultar são os amigos que você sabe que são muito críticos em relação a restaurantes, que viajam bastante, que gostam de frequentar lugares novos. Pergunte deles o que existe de melhor relacionado ao seu nicho na sua cidade e porque ele acha isso. O que falta na sua cidade que é um sucesso em outro lugar? Converse com esse amigo e abra a sua mente. Essa parte da pesquisa é a mais legal porque você vai saber se a sua ideia e o seu modelo de negócio é promissor.

O segundo caminho é achar quem pode te ajudar a propagar o seu negócio, fazer o network. Muitas vezes um amigo que indica o nosso produto ou serviço, pode ser o pontapé que faltava para começar o boca a boca e deslanchar. Esse amigo pode ser alguém influente, ou estar inserido em um mercado que acaba escoando o teu tipo de serviço com facilidade. Pode ser também aquela pessoa que vai te apresentar pra outras pessoas chaves e influentes. O importante aqui é você relacionar todo mundo que pode te ajudar e agendar uma conversa.

Agora, tenha em mente que o network é uma via de mão dupla e se você está precisando de ajuda é legal também você conversar com essa pessoa sobre como você pode retribuir esse favor.

Ah! E só pra não perder a oportunidade de dar aquele puxão de orelha pergunte-se com frequência: Que relacionamentos me aproximam e que relacionamentos me afastam do meu Caminho? 

Eliminar quem te atrapalha logo no começo é fundamental para o seu sucesso. E se você não quer ou não pode eliminá-lo, esteja ciente de que esta pessoa te atrapalha e evite deixá-lo se envolver a ponto de prejudicar seu negócio.

Para Sagan não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar”. A partir desse pensamento é possível trazer para a leitura a figura do empreendedor cego, aquele que só acredita na sua própria verdade, que parte do seu próprio conhecimento, mesmo que vazio e superficial. E principalmente aquela pessoa que cria o que considera verdade, na sua cabeça e fundamenta seu negócio em ideias totalmente equivocadas. É necessário o conhecimento constante para compreender o mercado que você está inserido e a mudança que ele apresenta.  

O que tenho para começar?

E pra fechar, o que você pode fazer para começar hoje? Agora? Eu já falei isso diversas vezes, mas não custa repetir. A internet virou um modelo maravilhoso de validação de negócio. Então, por mais que você não tenha dinheiro para abrir uma empresa agora, você pode começar a usar o Instagram ou qualquer outra rede social para oferecer o seu produto e descobrir se as pessoas realmente o querem.

Quando eu abri meu primeiro negócio não existia Instagram, nem Google, nem Facebook, e não consigo lembrar se já tinha Orkut. Mas TUDO era mais difícil, a pesquisa era mais cara, a divulgação era coisa pra “peixe grande” e a única forma de você ter um negócio era investindo no espaço físico. Hoje, apesar de não precisar ser assim, as pessoas continuam inventando desculpas desnecessárias em vez de meter a mão na massa e começar em casa mesmo, com o que tem e do jeito que dá.

Quer começar? Pense em 5 clientes. Como posso fazer para prospectar inicialmente 5 clientes? Seja qual for o serviço ou produto que você vai oferecer, pense nele e no tipo de cliente que vai se interessar por esse produto. Depois se pergunte: Quanto custaria o meu serviço se eu tivesse apenas esses 5 clientes? Se desses 5 clientes você conseguiu fechar com um, faça um ótimo trabalho e vá seguindo, pesquisando, descobrindo as demandas do mercado e o que poderá agregar valor a sua empresa. Se você quer vender 3 produtos diferentes, mas ainda não tem como investir, escolha um deles (o mais popular) e comece só com ele, conforme você for aumentando seus clientes e seu capital você reinveste na sua empresa e adiciona os outros produtos.

Para Carl Sagan, a ciência é importante para fornecer fórmulas e ferramentas para expandir o conhecimento sobre a realidade da forma mais confiável possível. Entretanto, para ele, a ciência não pode se limitar a conceitos abstratos. Ao contrário, ela deve abranger toda uma maneira de se pensar sobre as hipóteses e descobertas. O que você precisa saber hoje é que pela primeira vez, o mercado permite que o nosso negócio tenha o nosso DNA. É possível encontrar facilmente o cliente ideal para o seu produto. Em nenhum outro momento isso foi tão acessível. As pessoas querem ver a verdade, a confiança, a história, o comportamento. Nunca antes foi tão explícito que eu compro de você porque eu me identifico. Então seja você a sua marca e o DNA da sua empresa.

Raquel Omena

é especialista em negócios digitais, editora da coluna Mais Empresárias
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