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Nós os economistas

Daqui desta tribuna saúdo meus pares economistas pelo transcorrer da Semana do Economista 2017, na qual foram discutidos assuntos de grande importância ao Desenvolvimento Econômico do Amazonas em suas variadas vertentes de abordagens, desde a Construção do Conhecimento, muito bem apresentada pelo Economista Reitor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) Professor Doutor Sylvio Puga, Aspectos atuais da Economia do Amazonas, apresentada pelo Economista Farid Mendonça, Avaliação e Prognósticos do Polo Industrial de Manaus (PIM), apresentada pelo Economista José Laredo, Perícia Econômica Financeira, como um campo de atuação profissional, apresentada pelo Economista Stony Bindá. Assim como, os economistas, os acadêmicos dos Cursos de Economia de Manaus e demais interessados pelos Temas apresentados, se teve a oportunidade de debater os programas de governo dos candidatos à eleição complementar, Amazonino Mendes e Eduardo Braga. Fechando a semana se teve a homenagem ao Economista do Ano, prêmio que coube ao Economista Marcus da Cunha Evangelista. O Dia do Economista é comemorado no dia 13 de agosto, pela Lei nº 1441, de 13.08.1951, sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, quando a profissão foi oficialmente estabelecida. Essas homenagens têm o objetivo de conscientização da importância da profissão de economista, pois possui a capacitação para ocupar os principais cargos do mundo corporativo, financeiro e do setor público. Possui uma formação acadêmica muito ampla, fator que lhe permite atuar no setor financeiro (bancos, corretoras, bolsa de valores, entre outros), corporativo (sociedades empresárias em geral), bem como no setor público e em Organizações Não Governamentais e principalmente na área de pesquisas. Vale ressaltar que de posse de um vasto conhecimento científico da Ciência da Economia, nós economistas, se impõem a procura de soluções ou viabilizações de alternativas transformadoras que levem as pessoas a melhoria de vida e ao bem estar social. Haja vista, algumas correntes contrárias ao modo de atuação profissional dos economistas, muitos os consideram arrogantes e que se acham como donos das soluções que impactam a vida material das sociedades e, que por vezes enveredam por caminhos que os diferenciam e servem aos detentores do poder politico econômico em detrimento dos interesses da sociedade. Contudo, como em outras Ciências, a Economia se traduz em várias teses ou Escolas do Pensamento Econômico que influenciam as tendências do sistema econômico, capitalista ou socialista, estabelecendo-se nas diversas matrizes curriculares do meio acadêmico de formação básica desse profissional. Dessa forma, a Ciência da Economia possuem diversos formuladores desse Pensamento Econômico, somente para citar alguns, como: Adam Smith, David Ricardo, Karl Marx. Sendo que, por seu espirito crítico, nos princípios nascentes da Ciência, Karl Marx fez da economia política, já introduzida e desenvolvida por Ricardo, uma plataforma transformadora do Pensamento Econômico, com sua principal obra, o Capital. Sendo de forma, os economistas se pretendem serem os conhecedores das visões de mundo que impactam as sociedades, trazendo consigo as varias correntes do Pensamento Econômico, com suas diretrizes, modo de utilização aplicativa dos diversos mecanismos que influenciam a vida real das pessoas. Destacamos as principais Escolas do Pensamento Econômico, fazendo-se um resumo de suas teses, somente para melhor compreensão geral, dessa forma:

Mercantilismo (séculos XV e XVII)
Resume-se essa corrente teórica, como sendo a riqueza de uma nação estaria baseada em suas reservas de metais preciosos, como ouro e prata principalmente. Esse pensamento se explica pelo fato de que, nesse período histórico, de expansão comercial, tanto o ouro quanto a prata eram usados como moeda nas transações.

Fisiocracia (século XVIII)
Aqui se considera a terra como a única fonte de riqueza de um país, colocando assim, em posição de destaque, as sociedades agrícolas. Ao contrário dos mercantilistas, que defendiam a interferência do Estado para a descoberta de novas jazidas e obtenção de superávit comercial, os fisiocratas eram favoráveis ao esquema do “deixar fazer, deixar passar” – que se tornaria a máxima do liberalismo -, a favor de que as leis naturais da economia, da Oferta e da Demanda, sigam seu curso livremente.

Liberalismo Econômico (final do século XVIII)
Surgiu no contexto do fim do mercantilismo, período em que era necessário estabelecer novos paradigmas, já que o capitalismo estava se firmando cada vez mais, tendo por ideia central a defesa da emancipação da economia de qualquer dogma externo a ela mesma, ou seja, a eliminação de interferências provenientes de qualquer meio na economia. Tendo em François Quesnay um dos seus principais teóricos e Vincent de Gournay, o qual dizia que as atividades comerciais e industriais deveriam usufruir de liberdade, para assim se desenvolverem e alcançarem a acumulação de capitais. Contudo foi Adam Smith que confrontou as ideias de Quesnay e Gournay, afirmando em seu livro “A Riqueza das Nações” as principais ideias do liberalismo econômico: a prosperidade econômica e a acumulação de riquezas não são concebidas através da atividade rural e nem comercial, mas sim através do trabalho livre, sem nenhum agente regulador ou interventor.

Economia Clássica (séculos XVIII e XIX)
Centrada nas transformações do processo produtivo, advindas da Revolução Industrial, afirma que não considera nem a prata nem o ouro como responsáveis pelo crescimento de uma nação, mas sim o trabalho humano. Os clássicos são adeptos do liberalismo.

Marxismo (séculos XIX e XX)
Procura explicar de que forma o modo de produção capitalista permite a acumulação contínua de capital. Esse acúmulo acontece porque, segundo os marxistas, a quantidade de trabalho socialmente necessária para produzir uma mercadoria determinaria o valor a ser pago pelo serviço. Só que a força de trabalho desprendida produz valores superiores aos dos salários oferecidos. É o que comumente se denomina de “mais-valia”, fonte dos lucros dos capitalistas.

Neoclássica (XIX e XX)
Nega a teoria clássica do valor trabalho. De acordo com os neoclassicistas, o valor de um produto é subjetivo, uma vez que teria a ver com a utilidade apresentada para cada um e dependeria da quantidade de bens que um indivíduo possuísse. Dessa forma, a água seria valiosíssima no deserto e pouco valorizada em regiões de chuva. E conforme a Lei primordial da Economia, A Oferta e A Demanda, determinaria os preços das mercadorias e, mantendo um equilíbrio, conduziria à estabilidade econômica do sistema.

Escola keynesiana (século XX)
Contesta as hipóteses dos neoclássicos de que as forças de mercado levariam ao equilíbrio econômico. Assim, é possível numa economia a permanência de crises demoradas, com recessão e desemprego, que ocorreriam quando o investimento na economia fosse pequeno, insuficiente para garantir a ocupação da força de trabalho existente. O aumento do gasto público (obras estatais, por exemplo) é recomendado para suprir a procura por novos postos de trabalho.

Neoliberalismo (final do século XX)
Política econômica com ênfase no livre mercado, Medidas estabelecidas no chamado Consenso de Washington no início dos anos 1990, com as teses de abertura da economia por meio da liberalização financeira e comercial, Eliminação de barreiras aos investimentos estrangeiros diretos, Estabilização econômica obtida pela disciplina fiscal, Redução e reforma tributária, estabilidade da taxa de câmbio, Redirecionamento dos gastos do Estado, com redução de sua política industrial, Menor participação do Estado na economia, com maior autonomia ao setor privado, Programas de privatização e da desregulamentação de preços, Papel do Estado é disciplinar o mercado para combater excessos da concorrência.

É com essa forma de manifestação que fazemos as honras aos Economistas do Amazonas, cuja profissão tem maior importância na sociedade, pois é uma profissão de valor, adquirida através dos conhecimentos científicos assumidos, na procura crucial de soluções econômicas para a vida de todos os cidadãos e em todas as bases nas quais se assentam as estruturas econômicas de um Estado e de uma Nação. Procurar isto, na nossa profissão, já é um passo importante no sentido da construção de uma sociedade profundamente democrática apoiada em princípios éticos, humanizados, na qual a referência principal é o bem-estar da população em sociedade.

Nilson Pimentel

Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]
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