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Normalização virá em cinco dias

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49 dias após o início da greve, os servidores da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) voltarão ao trabalho, nesta segunda-feira, com 100% do contingente. A decisão foi tomada após nova reunião dos funcionários, realizada na sexta-feira pela manhã. Onde foram analisadas novas propostas do governo federal. A expectativa do Sindframa (Sindicato dos Servidores da Suframa) é que até o final desta semana, os servidores consigam dar vazão a todas as mercadorias acumuladas durante a greve.
Segundo o vice-presidente do Sindframa, Anderson Belchior, há mais ou menos 100 mil notas para serem liberadas na autarquia, acumuladas durante o período de paralisação, o que equivale a 900 ou mil carretas. “Isso pode ser feito em cinco dias, pois faremos um mutirão durante toda a semana para normalizar a liberação das mercadorias. Alguns servidores sindicalizados serão liberados de outras funções para fazer o mutirão”, destaca.
Segundo o Setcam (Sindicato das Empresas de Agenciamento, Logística e Transportes, Aéreos e Rodoviários de Cargas do Estado do Amazonas), havia o equivalente a 1.800 carretas paradas nos pátios das transportadoras em virtude da greve. Na opinião do secretário executivo do Setcam, Augusto Araújo Neto, a normalização levará mais de 60 dias. “Temos o problema com a Fucapi e o fim do contrato com os terceirizados. Foram 20 pessoas que saíram só da Coordenadoria de Despacho. Aprecio a boa vontade dos servidores, que estão lá dentro e devem saber o que falam, mas não acredito em menos de 60 dias”, comenta.
O presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco, afirmou que o problema relacionado às mercadorias presas atualmente é mais prejudicial ao comércio. “A questão das importações de produtos nas atividades já está equacionada com a liminar obtida pelo Cieam. Existia apenas a dificuldade em inserir informação no sistema da Suframa, que depende da atividade do pessoal que ainda mantém um ritmo muito abaixo da normalidade”, comenta.

Acordo ainda será assinado
Apesar do retorno ao trabalho, o acordo ainda não foi assinado pelo sindicato, Mdic (Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior) e Mpog (Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão). Isso deve acontecer nesta segunda ou terça-feira quando a diretoria do Sindframa viajará para Brasília para selar o acordo.
Foram aceitos três termos de acordo, um com Mdic, um com o Mpog (e um terceiro em conjunto entre os dois ministérios. Dentre os itens que serão assinados estão o cumprimento da jornada de trabalho de 40 horas com maior flexibilidade do horário; melhorias na infraestrutura da autarquia e a construção de mais duas sedes das ALCs (Áreas de Livre Comércio) de Guajará Mirim e Macapá/Santana com início em 2014 e finalizadas em 2015; o não desconto da folha de ponto dos servidores pelos dias paralisados; e a criação de um grupo de trabalho pra discutir o reajuste salarial dos trabalhadores, a ser aplicado em 2015.
O grupo de trabalho que será criado para discutir o reajuste salarial terá um prazo de 210 dias de estudo. Anderson explica que a diferença deste acordo, para o que havia sido recusado pelo sindicato é que “no outro havia uma cláusula de que o estudo seria usado como base em uma futura negociação. Dessa vez, não tem futura negociação. O que for acordado será encaminhado. Por isso aceitamos aumentar o tempo. Mas não o usaremos para negociar. O que for acordado agora será implementado ainda em 2015, essa é a proposta”.
Apesar das críticas de alguns sindicalistas que afirmavam não ver avanços nas negociações, Anderson Belchior afirma que só o fato do governo ter assinado um acordo e se disposto a conversar com a categoria já foi considerado um avanço. “As principais conquistas foram a valorização dos servidores com a capacitação e flexibilização do horário. Com isso, vemos que houve sim um grande avanço. O governo federal sentou para conversar com a gente. Houve a negociação que cobrávamos. Estamos conversando. Esses 210 dias serão para discutir outros pontos para não ficar nada obscuro. Avaliamos como muito vitorioso. Uma pena que alguns servidores não entenderam assim”, conclui.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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