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No meio da floresta, no meio da cidade

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O Amazonas esconde pousadas fantásticas entre árvores, rios e igarapés, mas a maioria delas é pouco conhecida pelos moradores locais. Até Manaus, em seus lugares mais recônditos, possui pousadas aguardando por hóspedes interessados em passar algumas horas, ou mesmo dias, em contato com a natureza, num modelo conhecido como ecoturismo.

O ecoturismo é um conceito de hospedagem que proporciona ao hóspede um contato com o modo de vida do lugar. Geralmente, o hóspede da casa/pousada tem acesso à vida do lugar, com as pessoas que o habitam e seus modos e costumes.

A Pousada Uarumã se inclui nesse item de ‘pouco conhecida’, mesmo estando a cerca de cinco minutos de automóvel, do aeroporto Eduardo Gomes, e a 20 minutos do centro da cidade, nas matas de preservação permanente no corredor ecológico do igarapé Água Branca na bacia hidrográfica do Tarumã. “A pousada existe no local desde 2005, surgida a partir de uma residência idealizada pelo artista plástico e arquiteto César Oiticica. É parte de um projeto chamado Espaço Uarumã, um espaço voltado às terapias alternativas, medicinas tradicionais, vegetalistas, amazônicas e ao turismo de natureza e de aventura”, contou a proprietária da pousada, a jornalista Juliana Belota.

“O que sei da história desse sítio é que pertenceu a um casal, ele nordestino e ela carioca, que vieram da Índia com o sonho de morar na Amazônia. Mas, passaram pouco tempo por conta de problemas pessoais e venderam o terreno para minha família”, lembrou.

O sítio onde está localizada a Pousada fica num extrato da floresta amazônica ainda praticamente intocada. No terreno, além do prédio da Pousada, existe também um chapéu de palha onde é servido o café da manhã e as refeições, e uma casa de madeira típica dos ribeirinhos, daquelas vistas nos beiradões dos rios da região.

“O chapéu de palha é uma coisa bem nossa, que nos remete ao interior mesmo, por isso o hóspede pode optar em tomar o café e fazer as demais refeições nesse ambiente ou no interior da pousada”, explicou. “Já a casa de madeira é apenas para que o hóspede que vem de outros lugares, que não o nosso, possa conhecer um pouco de como vive o homem do interior, a vida simples que leva com o mínimo de objetos para se manter”, completou. Descendo rumo ao igarapé, ainda tem o redário, onde as pessoas podem atar redes e tirar a famosa ‘soneca’.

O igarapé é o que há de mais aprazível no sítio da Pousada. Ele vem do interior das matas ainda virgens e chega ao local com águas cristalinas e muito geladas.

“Faço questão de preservar esse igarapé não permitindo que as pessoas entrem nele com produtos tipo bronzeador ou protetor solar, até porque nem é preciso utilizar isso aqui já que as árvores não deixam o sol chegar com toda a sua força aqui em baixo”, garantiu.

O igarapé Água Branca é localizado no Corredor Ecológico Água Branca, dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) do Tarumã, sendo contígua ao Parque da Cachoeira Alta do Tarumã. Ambos os leitos estão inseridos no Corredor Central da Amazônia, sendo parte da Reserva da Biosfera, demarcada pela Unesco, tendo dois corredores principais no Brasil, o Corredor Amazônia Central e o Corredor da Mata Atlântica.

Um recanto familiar
O interessante da arquitetura da Pousada Uarumã é que a construção foi inspirada numa embarcação típica dos nossos rios, os recreios, criatividade de Oiticica.

“Sua localização privilegiada proporciona ao mesmo tempo, tranquilidade, privacidade e acesso aos serviços urbanos. Dispomos de quatro quartos espaçosos, avarandados, para casal e para solteiros, com ar-condicionado split, frigobar, e modem disponível para acesso à internet. Os quartos possuem janelas amplas, com vista à paisagem da floresta, de onde se pode ouvir o canto dos pássaros, observar os quaitipurus, e sauins de coleira que, de vez em quando, transitam pelas árvores”, falou Juliana.
“Gosto de enfatizar que a Pousada Uarumã é um recanto familiar na qual prestamos serviços de hospedagem na floresta, num contexto de preservação ambiental, vivência tradicional indígena, caminhadas, culinária naturalista amazônica e massagens terapêuticas”, listou.

“Trabalhamos com culinária naturalista amazônica, voltada para o uso de frutas e vegetais, com alguns pratos a base de peixe, mas que foge muito ao tradicional e utiliza as panc’s (plantas comestíveis não convencionais). Fazemos jantares, almoços e cafés da manhã fechados para grupos, agendados com antecedência”, adiantou.

“Em seus momentos conosco o hóspede desfrutará de trilhas para fazer caminhadas e tomar um banho natural no igarapé preservado. Tudo isso, com certeza, proporciona uma hospedagem incomum com descanso garantido”, disse.

Juliana ainda disponibiliza alguns serviços extras aproveitando o ambiente zen da Pousada.
“São banhos de ervas (com colheita de ervas em jardins de plantas medicinais usadas para banhos aromáticos), massagem ayurvedica e chinesa (ayurvedica: relaxante, com uso de óleos aromáticos; chinesa: técnica voltada para diagnóstico e cura de doenças) e yoga livre (abordagem de diversas técnicas de yoga como Hatha yoga, Haja yoga, krya yoga e yoga nidra).

Outras pousadas no Amazonas
– Lago Lodge, lago Mamori, Manaus
– Caboclos House, Lago do Acajatuba, Manaus
– Cuca Legal, centro de Presidente Figueiredo
– Pousada Aracá, margem direita do paraná do Aracá, Careiro
– Pousada Hotel Mari Mari, estrada de Balbina, Presidente Figueiredo
– Pousada Amazônia Park & Suítes, Santo Elias, Novo Airão
– Juma Kabanas Lodge, lago Juma, Manaus

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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