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Nível de investimentos no Amazonas permanece abaixo da média nacional

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O Indicador Ipea Mensal de FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) apresentou alta de investimentos em todas as comparações, para praticamente todos os segmentos econômicos brasileiros, em âmbito nacional. Com poucas estatísticas regionais à disposição, os dirigentes classistas ouvidos pelo Jornal do Commercio se dividem quanto à situação no Amazonas. 

Medido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o indicador é um dos componentes do PIB, no âmbito nacional, pelo lado da demanda e seu crescimento sinaliza um aumento da capacidade produtiva das empresas, refletindo a melhora da confiança dos empresários nos negócios.

De uma forma geral, houve elevação de 1,3% no nível de FBCF em relação a abril de 2019, 4,2% em 12 meses, e 1,3% na média móvel trimestral. Em relação a maio de 2018, a expansão chegou a 13,9%, número que o órgão atribui, em parte aos efeitos da greve dos caminhoneiros, que gerou “uma base de comparação deprimida”.

Composto pelo consumo aparente de máquinas e equipamentos, o setor de construção civil e a rubrica “outros ativos fixos”, apenas o segundo apresentou desempenho negativo entre abril e maio (-0,8%). Em relação a maio de 2018, o componente da construção civil cresceu 8,7%.

No caso de máquinas e equipamentos – cuja estimativa corresponde à produção interna descontadas as exportações e acrescidas as importações – a expansão frente a abril foi de 3,9%, com destaque para a importação de bens de capital (+16,1%), enquanto a produção nacional avançou 2%. Em relação a maio do ano passado, a diferença foi positiva em 23,7%. 

“Outros ativos fixos” avançaram 0,6% entre abril e maio e 6,4% no confronto com maio do ano passado.

Ociosidade e demanda

Sem dispor de números, o presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), Jose Jorge do Nascimento, diz que, pelas conversas com associados e pela observação dos dados de vendas da indústria do segmento, tudo indica que, se houver investimentos, eles são escassos e pontuais.

“Não vejo motivo para as empresas ampliarem a capacidade produtiva, já que a indústria trabalha atualmente com 30% a 40% de capacidade ociosa. Quando o crescimento vier, será necessário ainda algum tempo para que o aporte se faça necessário. Além disso, a economia está desaquecida e não inspira também aumento na diversificação”, justificou.

O dirigente não soube estimar a procura de novas empresas para investir na ZFM, dado que as informações sobre os projetos submetidos ao CAS (Conselho de Administração da Suframa) – cuja primeira reunião do ano está marcada para esta sexta (12) – ainda não foram divulgadas. 

Os únicos números disponíveis de investimentos industriais na região são os do Codam (Conselho de Desenvolvimento do Amazonas), que promoveu três reuniões no acumulado. Neste ano, houve um total de 85 projetos com aportes de R$ 2,13 bilhões. No mesmo período de 2018, a quantidade de projetos (84) foi quase a mesma, mas o volume de capital (R$ 3,16 bilhões) foi 48,36% maior. Os dados são da Seplancti (Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), que detalhou os projetos por ampliação, diversificação e implantação.

“A desoneração estadual de ICMS é importante para a empresa. Mas, sem a possibilidade de fazer o link com os incentivos federais, que dependem do aval do CAS, as indústrias ficam impossibilitadas de viabilizar sua produção na Zona Franca”, salientou o presidente da Eletros.

Estoque e desburocratização

Mais otimistas, o presidente do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas), Frank Souza, pondera que, a despeito de não dispor de estatísticas regionais, os números do Amazonas também sinalizam ser positivos, em virtude da velocidade de lançamentos, a redução do estoque anterior de imóveis e a manutenção de obras públicas. 

“O mercado esteve muito parado no passado recente, mas começa a ter uma confiança maior. Embora, não diga que está acelerada. Há indícios de que a Reforma da Previdência vai ser aprovada e há a redução do estoque de imóveis. Neste semestre, tivemos três lançamentos e temos perspectivas de lançar mais quatro no próximo bimestre. Sem contar que os governos municipal e estadual têm feito obras, apesar de não serem de grande vulto”, detalhou.

O presidente do Sinduscon-AM destaca também outros indícios de um “somatório que facilita os empreendimentos”, a exemplo da sinalização do governo estadual, em uma reunião recente com o empresariado do Amazonas, de digitalizar seus processos para desburocratizar ações e destravar investimentos. “São bons indícios e a gente espera que o mercado devolva com confiança”, encerrou. 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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