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Ninguém se sente mais seguro com a violência desenfreada

É factível. Ninguém mais está seguro nas ruas e nem em casa. Os bandidos atacam em todos os lugares. Não há um só dia em Manaus que não se registre um crime hediondo. Corpos aparecem boiando em rios e igarapés. Vítimas são encontradas enroladas em sacolas plásticas, muitas vezes até esquartejadas.

Tanta violência promove todos os tipos de impactos na população. Os transtornos mentais aumentaram consideravelmente nestes dias de tantas barbáries. Começaram durante a pandemia e se agravaram ainda mais nesta época de grandes dificuldades. 

Falta emprego. A expectativa de vida é precária. Estratos sociais já convivem em situações de completa miséria. O poder de compra da maioria da população diminuiu bastante.

Poucos ainda se dão ao luxo de comprar produtos de marca nos supermercados e nas redes de varejo. Apenas leva-se o necessário, o básico, para matar a fome. Porém, nem isso podem usufruir contingentes populares mais pobres. O estômago está sendo corroído. E muitos buscam nos restos descartados no lixo para se alimentar diariamente.

Veem-se filas de pedintes nas ruas. Pedintes se concentram nas principais vias, na esperança de amealhar alguns trocados. A maior parte permanece invisível. Praticamente ninguém, com exceção de poucos, se arvora ainda a depositar uma moedinha que tilinta nos recipientes das mãos estendidas, suplicando por socorro.

Retrato de um Brasil massacrado pela corrupção. Os governos nada resolvem. Revezam-se no poder com discursos demagógicos, persuadindo os mais incautos a depositar os seus votos a cada eleição.

Estamos às vésperas do próximo pleito. Com certeza, a situações recorrentes devem abrir mais precedentes para o assalto aos cofres públicos. O Brasil é um país continental. Nem sempre o poder público pode estar presente em todos os lugares. E se a corrupção é instituída, com a conivência dos próprios representantes da população, como cortar pela raiz um mal que se replica nos três poderes da República?

Alguém já disse que a corrupção jamais será extinta no País. Talvez daqui a 500 anos (quem sabe), quando as próximas gerações terão mais conhecimentos para poder discernir sobre o que é certo ou é errado.

Mas num país onde grande parte da população não tem acesso a um ensino público de qualidade, é praticamente impossível mudar esse cenário tão negativo. A educação transforma vidas, traz desenvolvimento econômico, mais justiça social e mais igualdade de renda. E quando todos tiverem (em tese) mais oportunidades, poderemos (quiçá) proporcionar mais benefícios a todos os segmentos da população.

Por enquanto, vemos situações angustiantes que permanecem por centenas de anos. Pessoas se aglomeram nos bolsões de pobreza, sem contar praticamente com a contrapartida de um poder público cuja confiança se esvai no descrédito nacional. Precisamos pensar mais longe. Construir um futuro mais promissor.

Sociedade está refém das drogas

Perfil

As drogas ilícitas (e até as ditas lícitas) têm sido motivadoras de grandes barbáries. O tráfico corrompe o poder instituído, exerce influência nas mais altas cúpulas dos governos, destrói famílias, deixando refém toda a sociedade, no Brasil e em todos os países do mundo. Ontem, a prisão de um vigilante suspeito de matar uma servidora do TRT em Manaus surpreendeu a todos. Ao ser preso, ele declarou (chorando à imprensa) que cometeu o crime porque estava “cheio de pó”. Abordou a vítima na calada da noite. E a matou por se recusar a dar-lhe dinheiro. De nada adiantaram suas súplicas de que o filho supostamente estava doente e passava mal. Esta foi sua versão, segundo a polícia. O celular caro, glamoroso, acessível a poucos, que pode ser trocado por ninharias nas bocas de fumo, também desperdiçou a sua cobiça, disse uma delegada.  

É mais um caso que engrossa a lista de atrocidades tendo como adjuvante os narcóticos. Os traficantes são poderosos. Difícil combater um problema mais letal que o próprio câncer. E até do coronavírus, que deixou muitos mortos. E ainda o faz. Vale a hermenêutica macabra, mesmo que soe estranha para muitos, para exemplificar que a vida humana parece não ter nenhum valor. Os milhões de dólares acumulados às custas de assassinatos e destruição de lares ofuscam qualquer tentativa de solução. A humanidade está doente. Estamos à deriva.

CPI

O relatório da CPI da Amazonas Energia aponta que a concessionária está envolvida em muitas irregularidades. Presta serviços precários, cobra tarifas abusivas, tanto em Manaus como nos municípios do interior, sem cumprir à risca as regras de concessão do setor. O deputado Sinésio Campos (PT), presidente da comissão, disse que a empresa faz “gatos investidos”, cobrando a mais pelo consumo. Porém, a justiça já autorizou a instalação dos novos medidores, que suscitaram polêmica. Pena que os usuários são os mais prejudicados.

Abusos

Ontem, vereadores de Manaus e deputados se debruçaram nas discussões sobre o abuso sexual de crianças e adolescentes, uma questão sempre em pauta em todos os parlamentos. Os casos envolvendo parentes, amigos e até estranhos nesses crimes são detectados diariamente. É pai abusando de filha, sobrinha. De tios e outros familiares. O maior risco dos menores é em casa, onde acontecem mais as ocorrências. Vivemos num mundo sedutor. A mídia veicula muita sedução, que se replica no dia a dia. Lamentável.

Inconstitucional

O Tribunal de Justiça do Amazonas considerou inconstitucional o reajuste dos salários dos servidores da Prefeitura de Manaus vinculados a índices federais. A decisão foi unânime. A instância também foi contrária a trechos da lei estadual instituindo a Taxa de Inspeção Veicular Ambiental sob o argumento de que as novas medidas ferem a Constituição. E aponta ainda caracterizar um verdadeiro poder de polícia pela autarquia que delibera sobre o setor. Assertivo. Devemos sempre vetar manobras que ameaçam o estado de direito.

Condenação

A Justiça condenou dois apoiadores que realizaram um protesto em São Paulo, em frente à residência do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O engenheiro Antônio Carlos Bronzeri e o autônomo Jurandir Pereira Alencar foram condenados a 19 dias de prisão, em regime aberto, por perturbação do sossego alheio. Eles vão cumprir a pena em casas de albergado, que é um presídio de segurança mínima. Vamos protestar com equilíbrio. É um direito. Sem fanatismos e exageros.

Alerta

A economia está funcionando com todo gás. Parece que não enfrentamos duas ondas de pandemia que deixaram quase 700 mil mortos. O povo tem memória curta mesmo. Ontem, a Fiocruz emitiu um novo alerta sobre a possibilidade de uma terceira fase aguda de Covid-19. Os casos estão crescendo, apesar do avanço da cobertura vacinal. O problema é que grande parte da população vem relaxando nos cuidados, como uso de máscara, evitar aglomerações e manter sempre limpas as mãos.

CNH

Hoje, começa a ser emitido o novo modelo de CNH. A decisão é do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), tomada em dezembro de 2021, por meio de resolução. Segundo o órgão, não há necessidade de troca imediata para o novo padrão. A substituição ocorrerá à medida que os motoristas forem renovando ou emitindo a segunda via. O documento pode ser expedido em meios físico, digital ou ambos. E a escolha fica a critério do condutor, segundo a legislação. Agora, resta saber se haverá mais rigor.

Eleições

A PF apresentou, ontem, um esquema de segurança inédito que será disponibilizado para a proteção dos candidatos à Presidência. O reforço na operação de garantia da segurança dos postulantes ao Planalto foi feito diante do atual cenário de polarização e tensão política, bem como o histórico de violência no pleito anterior. Inclusive, foi criado um grupo de inteligência para proteger os presidenciáveis, como também para identificar riscos contra cada candidato. A democracia deve ser preservada. Louvável.

FRASES

“Peço desculpa aos meios familiares”.

Caio Claudino de Souza, vigilante, ao ser preso suspeito de matar servidora do TRT.

“Peço paciência a servidores”.

Jair Bolsonaro (PL), presidente, sobre reivindicação da categoria para reajuste salarial.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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