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Nem a chuva esfria as vendas

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As vendas de materiais de construção tiveram crescimento estimado em 0,5% em setembro, em comparação a igual mês de 2016, segundo o Simacom (Sindicato do Comercio Varejista de Material de Construção de Manaus). O crescimento tímido é atribuído às reformas residenciais, que na ausência de demanda decorrente da paralisação das obras públicas, seguram o índice positivo de comercialização no setor da construção civil. O aumento singelo também foi registrado no escoamento de produtos da indústria para o varejo, em julho, período em que o Estado teve crescimento de 0,9% na distribuição dos materiais. No acumulado de janeiro a julho deste ano o Amazonas teve aumento de 4,1% nas vendas. Os números foram divulgados ontem pela Abramat (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Construção).

De acordo com o presidente do Simacom, Aderson Frota, apesar do registro de melhores resultados no cenário econômico nacional, o comércio varejista de material de construção na cidade ainda não sentiu impactos positivos que pudessem refletir em números expressivos nas comercializações. Ele atribui o leve crescimento de 0,5% nas comercializações no último mês, em relação a setembro de 2016, ao aumento na demanda por itens utilizados em reformas. O empresário explica que apesar de o mês de setembro ter registrado chuvas, diferentemente de anos anteriores, houve demanda por materiais de reformas tanto em residências como em fábricas do PIM (Polo Industrial de Manaus).

"As vendas de materiais de reformas impulsionam o índice de comercialização. Em setembro tivemos a ocorrência de chuva e mesmo assim houve comercialização de itens para residências e para as indústrias que iniciam reformas e consequentemente contratam os serviços de pequenas empresas da construção civil terceirizadas. Ainda não sentimos uma retomada fundamentada, mas paramos de ter queda nas comercializações e aguardamos o crescimento", disse.

Frota também afirmou que há previsão de após dois anos de resultados negativos no faturamento, encerrar 2017 com números positivos. Ele acredita que as vendas podem fechar o ano com crescimento estimado entre 1,5% a 2% em relação a 2016.

"Temos informações de construtoras que projetam o lançamento de novos empreendimentos imobiliários, o que consequentemente demandará a compra de materiais de construção, contribuindo com o impulso às comercializações e a geração de empregos no setor nos próximos meses".

Para o presidente da Acomac-AM (Associação dos Comerciantes de Material de Construção no Amazonas), Ivan Benzecry, 2016 deverá ser mais um ano perdido em relação às vendas, completando o quarto ano de faturamento negativo para o setor. Ele avalia o mês de setembro deste ano como um dos piores quanto às comercializações e relata que o atacadista do interior do Estado também foi impactado pela crise e sofreu com o alto índice de inadimplência, o que o deixou sem condições de renovar o estoque com compras na capital.

"Acredito que em outubro possa haver melhora nas comercializações. Somente na primeira semana deste mês registramos movimento mais expressivo nas lojas porque as pessoas começam a se preparar para as reformas em suas casas. O principal serviço é a pintura e os itens procurados são tinta, lixa, pincel, argamassa, entre outros", informou. "Dependemos muito dos comerciantes do interior, que também estão sofrendo em decorrência da falta de pagamento", completou.

Conforme relatório divulgado ontem pela Abramat, no mês de julho a venda de materiais de construção da indústria para o varejo, no Amazonas, contabilizou R$121 milhões, saldo que representa crescimento de 0,9% em comparação a julho de 2016. No período de janeiro a julho deste ano o aumento foi de 4,1% em relação a igual período do ano anterior.

Segundo o presidente da Abramat, Walter Cover, enquanto as comercializações tiveram aumento nos primeiros sete meses do ano, as construtoras registram queda de 15% no mesmo período. Ele explica que o crescimento nas vendas do varejo são decorrentes da maior demanda por itens utilizados nas reformas residenciais, somado à liberação do FGTS inativo liberado pelo Governo Federal no primeiro semestre deste ano.

O presidente também afirmou que as construtoras estão postergando os investimentos em shoppings centers, hospitais, prédios comerciais e demais obras de maior porte, devido à instabilidade econômica nacional.

"As famílias estão com dificuldades de optar por compra de uma nova casa ou apartamento, então decidem investir em reformas e adquirem produtos nas lojas de material de construção. As vendas só acontecem em maior expressividade no varejo em decorrência da dificuldade no acesso ao crédito e dos juros elevados. Também vemos o governo tanto federal como nos Estados com obras interrompidas", comentou. "A indústria precisa tanto da construtora como do varejo e neste período, se não fosse o varejo a queda na indústria seria ainda maior", complementou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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