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Negócios em alerta contra crime

A onda de violência aumenta em Manaus, impactando inclusive nas atividades econômicas da cidade, segundo entidades que representam o comércio e a indústria. Só durante o feriadão, foram registrados 21 assassinatos na capital, uma situação que motivou a reunião de emergência entre as forças de segurança e representantes de vários segmentos econômicos.

Os criminosos agem em qualquer lugar –nas regiões centrais e nos bairros da periferia. Entre sábado e domingo, uma câmera flagrou o assassinato de um homem que comia num restaurante na Cidade Nova, zona Norte. Dois homens apareceram, fingiram consumir alguma coisa, pagaram no caixa, e em seguida se aproximaram da vítima desferindo vários tiros, matando-a instantaneamente.

Ontem, o secretário de Estado de Segurança Pública do Amazonas, general Carlos Alberto Mansur, anunciou a formação de uma força-tarefa para dar uma resposta imediata aos homicídios ocorridos durante o fim de semana em Manaus.

A força envolve todos os setores de segurança -áreas de inteligência, operacional, de monitoramento, estatística e a Polícia Científica que irão atuar nas áreas onde há identificação da mancha criminal dos homicídios, disse o general.

O secretário Carlos Mansur também determinou que a Polícia Militar do Amazonas e a Polícia Civil reforcem o policiamento ostensivo e investigativo, com a intensificação de suas respectivas operações.

“É importante a participação da população na resolução dos casos por meio de denúncias que possam levar a polícia até os autores dos delitos”, ressaltou o secretário. As informações podem ser repassadas para o sistema de segurança através do número 181, o disque-denúncia da SSP-AM. O serviço funciona 24 horas por dia, e a denúncia pode ser feita de maneira anônima.

Os 21 assassinatos registrados no feriadão de Páscoa serão também investigados pela DEHS (Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros), segundo a secretaria. Os assaltos a ônibus também aumentam na cidade. A Secretaria de Segurança reuniu representantes do setor de transporte para definir estratégias de combate aos crimes.

Só em 2021, a cidade registrou pelo menos 1.669 ações de assaltantes no transporte coletivo público na capital, principalmente nas zonas Norte e Leste da cidade, de acordo com dados oficiais.

Insegurança

O sentimento de insegurança é grande entre a população. “O certo é que ninguém está mais tranquilo nas ruas de Manaus”, disse o comerciante Adalto Oliveira, que explora uma loja revendedora de acessórios para celulares no Centro da cidade, onde são movimentados negócios de toda ordem. “Nem o policiamento intimida a ação de bandidos”, acrescentou.

Segundo fontes da própria polícia, que pediram para não serem identificadas, a maioria dos crimes envolve acerto de contas entre facções rivais que disputam territórios no tráfico de drogas, uma atividade que gera milhões de reais e dólares na região. Na realidade, Manaus é um corredor de exportação dos entorpecentes que vêm da tríplice fronteira –no lado brasileiro (Tabatinga, Marco e Benjamin Constant), Islândia e Petrópolis (Peru) e Letícia, na Colômbia.

Mesmo com a intensificação do policiamento no Alto rio Solimões, os traficantes conseguem trazer a droga. E as que são apreendidas são, na realidade, apenas parte do produto traficado que serve de isca para despistar os aparatos policiais, segundo fontes dos próprios órgãos do setor.

No ano passado, a Base Arpão de combate ao narcotráfico e à pirataria no rio Solimões gerou R$ 91 milhões de prejuízo estimado ao crime organizado no Amazonas em apenas seis meses. Ao todo, foram apreendidas quatro toneladas de drogas, 41 toneladas de pescado, cinco toneladas de minério, 73 armas de fogo, 26 embarcações apreendidas, além de 180 pessoas presas em flagrante, segundo o governo estadual.

A Base Arpão conta com um efetivo de policiais militares do Comando de Policiamento Especializado, policiais civis, mergulhadores do Corpo de Bombeiros Militares, agentes da Força Nacional e cães especializados em faro de narcóticos da Companhia de Policiamento Independente com Cães. Ela está ancorada em uma comunidade próxima ao município de Coari (a 363 quilômetros de Manaus).

Monitoramento

O Ciesp (Centro Integrado de Estatística de Segurança Pública) da SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas) reuniu-se com representantes dos departamentos de estatística da PMAM (Polícia Militar do Amazonas) e da PC-AM (Polícia Civil do Amazonas) para analisar o monitoramento de dados criminais e alinhar ações diretas para reduzir os índices em todo o Estado.

Durante a reunião, medidas foram adotadas para que a integração entre os órgãos e gestores de unidades policiais fosse intensificada, a fim de que a atuação em acionamentos para ocorrências e nas investigações de delitos criminais seja cada vez mais ágil e eficaz.  

De acordo com o major Rouget Brito, coordenador do Ciesp, o objetivo é apresentar todos os dados reunidos pelo órgão para assessorar o trabalho das polícias no Estado.

Marcelo Peres

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